Os meios de
comunicação social tradicionais – imprensa, rádio e televisão – concorrem entre
si para conquistar leitores, ouvintes ou telespectadores. Para fazerem melhor
jornalismo e terem a preferência do público, esses meios, ou mass media, apostam nas “notícias
exclusivas”, nas “notícias em primeira mão” e nas "imagens únicas", até porque no
âmbito da rivalidade que sustentam entre si e da própria concorrência
comercial, cada um deles pretende chegar, relatar ou mostrar antes do seu
concorrente. Por isso, mesmo quando reportam o mesmo acontecimento, cada um dos mass media procura utilizar manchetes e
imagens diferentes dos seus concorrentes, para chamar a atenção, suscitar o
interesse e levar à vontade de aquisição. Portanto, não é habitual que dois
jornais publiquem exactamente a mesma fotografia para ilustrar a capa das suas
edições e, quando acontece, é interpretado como um sinal de menor qualidade do jornal e dos seus
profissionais.
Hoje acontece que
a generalidade dos jornais ingleses publica exactamente a mesma fotografia, mas
não é da crise na Rússia, nem da guerra da Ucrânia, nem dos incêndios do
Canadá, ou até da crise no NHS, que parece ser bem pior do que a do nosso SNS. A fotografia que hoje "toda a Inglaterra viu", foi
captada durante uma partida de cricket,
quando um manifestante do grupo activista ambiental Just Stop Oil invadiu o campo e foi bloqueado por Jonny Bairstow,
uma das mais famosas estrelas inglesas do cricket,
que simplesmente o pegou pela cintura e o levou para fora do campo. Essa mesma
fotografia, aliás excelente exemplo de fotojornalismo, ilustrou as capas do
jornal The Times, mas também dos jornais The Guardian, The Daily Telegraph, The Independent e The Daily Express.