sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Aproxima-se a unidade árabe-islâmica?

O ataque que no dia 9 de Setembro os israelitas fizeram a uma delegação do Hamas, que estava reunida em Doha, no Qatar, para discutir uma proposta de cessar-fogo apresentada por Donald Trump para o conflito de Gaza, causou uma enorme onda de repulsa, não só porque constituiu uma grave violação das fronteiras de um país soberano, mas também porque veio demonstrar que os extremistas israelitas de Netanyahu não querem paz nenhuma e apenas estão a cumprir, passo a passo, o seu plano de extermínio do povo palestiniano em Gaza.
Israel invadiu Gaza em resposta ao brutal ataque do Hamas de 7 de Outubro de 2023, mas desde então, com a cumplicidade dos Estados Unidos e da União Europeia, atacou diversos grupos hostis e países vizinhos, nomeadamente o Líbano, Síria, Iémen, Irão e, agora, o Qatar. Apesar dos países árabes não serem um conjunto homogéneo e terem alinhamentos internacionais bem diversos, as mortes de quase 64.000 palestinianos e a completa destruição do território de Gaza têm enfurecido os países do Médio Oriente, com um ressentimento que tem aumentado, o que preocupa os Estados Unidos devido aos seus compromissos com Israel, mas também com os países árabes do Golfo, salientando-se que a maior base militar americana na região está exactamente no Qatar.
Neste complexo quadro, no dia 15 de Setembro, os líderes árabes e islâmicos realizaram uma cimeira de emergência no Qatar para discutir o recente ataque a líderes do Hamas em Doha. Na sua declaração final, a cimeira apelou aos estados para “tomarem todas as medidas legais e eficazes possíveis para impedir que Israel continue as suas ações contra o povo palestiniano” e “apelou a todos os países que amam a paz no mundo para que condenem os crimes israelitas no Qatar, Gaza e nos restantes territórios palestinianos”.
O jornal argelino Le Quotidien d’Oran deu destacada notícia desta cimeira árabe-islâmica e, em primeira página, publicou uma foto de família e salientou que a Cimeira de Doha “recomendou uma frente unida contra a ameaça sionista”. 
É a unidade árabe-islâmica que se aproxima?

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