domingo, 21 de setembro de 2025

A igualdade de género chegou às arenas

A contestação à tauromaquia e às touradas é um facto que se tem acentuado nos últimos anos no sudoeste da Europa e, numa sondagem realizada em 2024 com uma amostra de 7500 pessoas, das quais 2500 eram portuguesas, apurou-se que 77% dos inquiridos se afirmou contra as touradas por ser uma forma de maus tratos a animais e uma prática que lhes causa dor e sofrimento, isto é, a maioria dos portugueses, franceses e espanhóis é contra as touradas. A sondagem revelou, também, que apenas uma em cada cinco pessoas considera que as touradas são uma “tradição valiosa” e que só têm o apoio de 11% da população.
Neste panorama, é surpreendente a capa da edição de hoje do jornal madrileno ABC, que destaca a fotografia das novilleras Raquel Martin e Olga Casado, que actuaram na primeira corrida da Feira Taurina de Salamanca, incluída nas Festas Patronais em homenagem à Virgen de la Vega. 
Num mundo tradicionalmente ocupado por homens, pela primeira vez na Feira de Salamanca, o cartel que se apresentou na Plaza de Toros de La Glorieta foi composto unicamente por mulheres: a rejoneadora Lea Vicens e as já referidas novilleras Raquel Martin e Olga Casado. “Un paseillo para la historia” escreveu em título o jornal ABC, por terem sido as primeiras mulheres a actuar em conjunto nesta praça desde a sua inauguração no ano de 1893. Como sempre acontece nas corridas de touros espanholas, a crítica e o público atribuem troféus aos desempenhos. Assim, foi salientado que “una importante Olga Casado suma dos orejas que le conceden la Puerta Grande de La Glorieta”, isto é, a estreante Olga Casado saiu em ombros pela Porta Grande da emblemática Praça de Touros de Salamanca. 
Em tempo de contestação às touradas esta igualdade de género talvez tenha pouco sentido

Sem comentários:

Enviar um comentário