À entrada do lado nascente da vila da Benedita, num local conhecido por Moinho Velho, encontra-se uma estação de serviço que se apresenta sob a marca Oleofat.
Aparentemente, a estação não tem nada que, de forma especial, a distinga de tantas outras que se encontram disseminadas ao longo das estradas do país.
Porém, antecipando-se a uma eventual visita a esta estação dos “amigos do alheio”, foi afixada uma placa bastante conspícua junto das respectivas bombas de abastecimento de combustível que, recorrendo a um tratamento de grande deferência, presta uma informação de grande utilidade para os Srs. Ladrões.
A gerência da Oleofat parece enfrentar os tempos com realismo e é, de facto, muito bem humorada!
sábado, 31 de dezembro de 2011
A utilidade de uma informação - I
No topo: José Mourinho
Até há poucos anos, o mundo do futebol assentava em clubes financiados por sócios ou por mecenas, com equipas norteadas pelo “amor à camisola” e no desempenho dos jogadores que se mantinham no mesmo clube por muitos anos.
Os tempos mudaram e, na actualidade, o futebol conquistou o mundo e transformou-se numa grande indústria global que movimenta grandes interesses e avultadas somas, sobretudo em prémios, transferências, patrocínios e transmissões televisivas.
Os messis e os ronaldos da actualidade, tal como os eusébios, os pelés ou os maradonas de outros tempos, continuam a ser os protagonistas centrais do espectáculo futebolístico, mas nos últimos tempos entraram em cena novos actores - os presidentes, os árbitros, as claques, os patrocinadores, as equipas técnicas e, sobretudo, os treinadores.
Cada vez mais, os treinadores fazem parte do mundo do futebol e do espectáculo futebolístico, mobilizando as atenções dos mass media.
Um dos treinadores mais conhecidos no mundo é português e chama-se José Mourinho. As equipas por si orientadas foram campeãs nacionais de futebol em Portugal, na Inglaterra e na Itália e ganharam a Liga dos Campeões por duas vezes. Por isso tem recebido inúmeros prémios e foi a primeira figura portuguesa ligada ao futebol a ser distinguida, com o doutoramento honoris causa, atribuído pela Faculdade de Motricidade Humana. Em Janeiro de 2011 a FIFA elegeu-o como o melhor treinador do mundo.
Recentemente, José Mourinho foi entrevistado pela BBC e o diário espanhol as destacou na sua primeira página essa entrevista do actual treinador do histórico Real Madrid.
É um português no topo!
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
No topo: Cristiano Ronaldo (2)
Um jornal espanhol – as – numa edição do princípio de Dezembro deste ano, destacou na sua primeira página o futebolista Cristiano Ronaldo e a nossa Rua dos Navegantes assinalou esse facto num post inserido no dia 3 de Dezembro de 2011.
Ainda não decorreu um mês e, desta vez, é uma revista francesa especializada em futebol – onze mondial – que sem utilizar o tradicional chauvinismo francês, esquece os seus ídolos nacionais e também destaca na sua primeira página o futebolista português, classificando-o como “200% star”.
Cristiano Ronaldo é, portanto, um português reconhecido internacionalmente e que está colocado firmemente no topo.
A análise da imprensa internacional revela que nas primeiras páginas dos principais jornais não aparecem portugueses que se destaquem na ciência, na cultura ou na economia, mas relativamente ao futebol não se passa a mesma coisa.
Os portugueses destacam-se no futebol e a imprensa reflecte essa realidade. Porém, este tipo de notoriedade não constitui um valor absoluto e o seu significado tem apenas um valor relativo, pois resulta da utilização de estratégias de promoção muito particulares.
Porém, é positivo para a nossa auto-estima e ajuda a melhorar a imagem de Portugal no mundo.
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Há deputados em off-side
Um dirigente nacional da jovem associação cívica
“Transparência e Integridade” afirmou ao Jornal de Notícias que o nosso Parlamento "se abastardou" e que é um “escritório de representações”, denunciando que, pelo menos 13 dos actuais deputados - que identifica -, chumbam na ética, porque um deputado não pode defender os eleitores e o interesse público e, ao mesmo tempo, representar interesses privados.
Os deputados são eleitos pelo povo para o representar no Parlamento, para exerceram a função legislativa e para defender o bem comum e o interesse público. Para o bom desempenho desse cargo, têm um estatuto apropriado, alargadas imunidades, muitos privilégios e elevadas remunerações no contexto da administração do Estado.
Assim, eles deveriam ser os melhores, ou dos melhores, de todos nós.
Porém, a análise comparativa do registo de interesses dos deputados com a sua actividade política e parlamentar, revela falta de transparência e menor integridade ética, pois muitos desses deputados estão ligados a empresas públicas, sociedades de advogados, empresas imobiliárias e de construção civil, bancos e sociedades financeiras. O conflito de interesses é evidente e, embora não se trate de situações de clara ilegalidade, são casos de ganância e comportamentos eticamente condenáveis de gente “que não tem vergonha na cara” e que, dessa forma, potenciam maus exemplos para toda a sociedade. São deputados que estão off-side. Não podemos manter esse tipo de gente. Não pode valer tudo. Na anterior legislatura calcula-se que um terço dos deputados estava em conflito de interesses e, na actual, estima-se que esse número seja semelhante.
Não há quem ponha fim a isto?
“Transparência e Integridade” afirmou ao Jornal de Notícias que o nosso Parlamento "se abastardou" e que é um “escritório de representações”, denunciando que, pelo menos 13 dos actuais deputados - que identifica -, chumbam na ética, porque um deputado não pode defender os eleitores e o interesse público e, ao mesmo tempo, representar interesses privados.
Os deputados são eleitos pelo povo para o representar no Parlamento, para exerceram a função legislativa e para defender o bem comum e o interesse público. Para o bom desempenho desse cargo, têm um estatuto apropriado, alargadas imunidades, muitos privilégios e elevadas remunerações no contexto da administração do Estado.
Assim, eles deveriam ser os melhores, ou dos melhores, de todos nós.
Porém, a análise comparativa do registo de interesses dos deputados com a sua actividade política e parlamentar, revela falta de transparência e menor integridade ética, pois muitos desses deputados estão ligados a empresas públicas, sociedades de advogados, empresas imobiliárias e de construção civil, bancos e sociedades financeiras. O conflito de interesses é evidente e, embora não se trate de situações de clara ilegalidade, são casos de ganância e comportamentos eticamente condenáveis de gente “que não tem vergonha na cara” e que, dessa forma, potenciam maus exemplos para toda a sociedade. São deputados que estão off-side. Não podemos manter esse tipo de gente. Não pode valer tudo. Na anterior legislatura calcula-se que um terço dos deputados estava em conflito de interesses e, na actual, estima-se que esse número seja semelhante.
Não há quem ponha fim a isto?
Um acontecimento jornalístico e editorial
O Diário de Notícias celebra hoje o seu 147º aniversário e surgiu nas bancas em formato Berliner, que é bem maior do que o habitual, apresentando-se assim como uma edição especial dedicada ao ano de 2011.
O director convidado para esta edição foi o economista Victor Bento, que se revelou realista mas também optimista, ao mostrar-se confiante de que a tormenta por que passamos agora se há-de transformar em boa esperança, tal como em finais do século XV o cabo das Tormentas de Bartolomeu Dias se tornou no cabo da Boa Esperança.
A ideia de reproduzir na primeira página da edição uma criação do pintor Nadir Afonso com a sua interpretação do mito grego do rapto da Europa, confere à edição um especial significado cultural, numa época em que o Velho Continente passa por grandes dificuldades e em que tem sido a vertente económico-financeira a dominar os mass media. No seu enriquecido conteúdo dedicado especialmente aos acontecimentos que dominaram o ano de 2011 em Portugal e no mundo, destaca-se uma grande entrevista de Mário Soares, cuja leitura constitui, como habitualmente, um bom exercício de reflexão.
Pode afirmar-se que nesta edição, o ano de 2011 foi noticiado num só dia, pois inclui artigos actuais e de reflexão sobre os momentos mais marcantes do ano, nas diferentes secções habituais do jornal, destacando-se como temas dominantes as alterações e as ameaças que se têm verificado em torno do euro, as evoluções da política portuguesa, a Primavera Árabe, a ascensão de Dilma e o desaparecimento de Bin Laden e de Kadhafi, o tsunami de Fukushima e as expectativas portuguesas em torno do Europeu de futebol. Além de tudo isto, cada secção inclui uma entrevista a uma personalidade sobre o que nos espera em 2012, para além de uma grande diversidade de imagens que nos recordam os acontecimentos mais marcantes do ano. A edição está bem apoiada publicitariamente, o que também é um prémio para a Global Notícias Publicações, SA.
Estão todos de parabéns por este excelente trabalho jornalístico e editorial.
O director convidado para esta edição foi o economista Victor Bento, que se revelou realista mas também optimista, ao mostrar-se confiante de que a tormenta por que passamos agora se há-de transformar em boa esperança, tal como em finais do século XV o cabo das Tormentas de Bartolomeu Dias se tornou no cabo da Boa Esperança.
A ideia de reproduzir na primeira página da edição uma criação do pintor Nadir Afonso com a sua interpretação do mito grego do rapto da Europa, confere à edição um especial significado cultural, numa época em que o Velho Continente passa por grandes dificuldades e em que tem sido a vertente económico-financeira a dominar os mass media. No seu enriquecido conteúdo dedicado especialmente aos acontecimentos que dominaram o ano de 2011 em Portugal e no mundo, destaca-se uma grande entrevista de Mário Soares, cuja leitura constitui, como habitualmente, um bom exercício de reflexão.
Pode afirmar-se que nesta edição, o ano de 2011 foi noticiado num só dia, pois inclui artigos actuais e de reflexão sobre os momentos mais marcantes do ano, nas diferentes secções habituais do jornal, destacando-se como temas dominantes as alterações e as ameaças que se têm verificado em torno do euro, as evoluções da política portuguesa, a Primavera Árabe, a ascensão de Dilma e o desaparecimento de Bin Laden e de Kadhafi, o tsunami de Fukushima e as expectativas portuguesas em torno do Europeu de futebol. Além de tudo isto, cada secção inclui uma entrevista a uma personalidade sobre o que nos espera em 2012, para além de uma grande diversidade de imagens que nos recordam os acontecimentos mais marcantes do ano. A edição está bem apoiada publicitariamente, o que também é um prémio para a Global Notícias Publicações, SA.
Estão todos de parabéns por este excelente trabalho jornalístico e editorial.
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Jardim, ou a humilhação da dívida
Nos últimos anos, com o crédito barato e o endividamento fácil, associados às megalomanias e aos deslumbramentos dos seus governantes, a Região Autónoma da Madeira acumulou uma dívida colossal de 6 mil milhões de euros.
Essa dívida é a consequência de uma governação desgovernada, assente numa estrutura que é mais pesada do que a do Continente e que se apoia numa malha de 28 direcções regionais, 5 institutos e 33 empresas regionais, algumas tecnicamente falidas. Toda esta rede constitui o maior empregador regional e a maior agência de absorção de subsídios.
Neste quadro de descontrolo, a dívida da Madeira mais que duplicou nos últimos cinco anos, sendo curioso verificar que, proporcionalmente, aumentou mais do que a dívida continental. Paradoxalmente, apenas há dois anos, a então líder social-democrata visitou o Funchal tendo então afirmado que a Madeira é exemplo de um "bastião inamovível" e de "um bom governo do PSD".
O presidente do Governo Regional não é apenas o principal responsável por este descalabro financeiro, como tem sido o exemplo maior de uma arrogância política que muitas vezes roça a boçalidade, além de recorrer frequentemente ao insulto gratuito e, por vezes, à ameaça separatista.
Hoje foi divulgada a carta de intenções em que Governo Regional da Madeira solicita assistência financeira à República Portuguesa e se compromete a tomar medidas já no início de 2012. São 23 medidas muito duras que repercutem e ampliam na Região a receita que a troika já nos tinha imposto. Tal como a República se submeteu à troika internacional, também a Região se submeteu à "troika continental gaspariana". O homem que, apoiado pelos silvas e pelos ramos, garantira que nunca subiria impostos, torna-se o rosto da maior subida fiscal de que há memória na Madeira.
As críticas foram imediatas e severas. O líder do CDS salientou que o Governo Regional “assinou a certidão de óbito da sua governação da última década e subscreveu o sequestro da autonomia por muitos anos”, salientando que “se o Governo Regional cortasse no despesismo, no desperdício e nas fantasias do desporto, no Jornal da Madeira, nas verbas aos partidos, nas 187 entidades públicas e em obras sem qualquer utilidade era evitável este aumento brutal de impostos, taxas e contribuições".
Para o líder do PS regional “hoje é o pior dia, o mais negro para a autonomia da região”, acrescentando que os madeirenses estão “perante uma das maiores desgraças que aconteceu à Madeira e nada se compara com isto num passado recente”.
O plano de resgate financeiro da Madeira, que envolve um empréstimo cujo valor não foi revelado, implica a transferência da gestão da dívida pública da Madeira para o Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, proibindo a região de mais endividamento. Para o arrogante Jardim, que semeou ventos e colheu tempestades, é mesmo uma humilhação.
Essa dívida é a consequência de uma governação desgovernada, assente numa estrutura que é mais pesada do que a do Continente e que se apoia numa malha de 28 direcções regionais, 5 institutos e 33 empresas regionais, algumas tecnicamente falidas. Toda esta rede constitui o maior empregador regional e a maior agência de absorção de subsídios.
Neste quadro de descontrolo, a dívida da Madeira mais que duplicou nos últimos cinco anos, sendo curioso verificar que, proporcionalmente, aumentou mais do que a dívida continental. Paradoxalmente, apenas há dois anos, a então líder social-democrata visitou o Funchal tendo então afirmado que a Madeira é exemplo de um "bastião inamovível" e de "um bom governo do PSD".
O presidente do Governo Regional não é apenas o principal responsável por este descalabro financeiro, como tem sido o exemplo maior de uma arrogância política que muitas vezes roça a boçalidade, além de recorrer frequentemente ao insulto gratuito e, por vezes, à ameaça separatista.
Hoje foi divulgada a carta de intenções em que Governo Regional da Madeira solicita assistência financeira à República Portuguesa e se compromete a tomar medidas já no início de 2012. São 23 medidas muito duras que repercutem e ampliam na Região a receita que a troika já nos tinha imposto. Tal como a República se submeteu à troika internacional, também a Região se submeteu à "troika continental gaspariana". O homem que, apoiado pelos silvas e pelos ramos, garantira que nunca subiria impostos, torna-se o rosto da maior subida fiscal de que há memória na Madeira.
As críticas foram imediatas e severas. O líder do CDS salientou que o Governo Regional “assinou a certidão de óbito da sua governação da última década e subscreveu o sequestro da autonomia por muitos anos”, salientando que “se o Governo Regional cortasse no despesismo, no desperdício e nas fantasias do desporto, no Jornal da Madeira, nas verbas aos partidos, nas 187 entidades públicas e em obras sem qualquer utilidade era evitável este aumento brutal de impostos, taxas e contribuições".
Para o líder do PS regional “hoje é o pior dia, o mais negro para a autonomia da região”, acrescentando que os madeirenses estão “perante uma das maiores desgraças que aconteceu à Madeira e nada se compara com isto num passado recente”.
O plano de resgate financeiro da Madeira, que envolve um empréstimo cujo valor não foi revelado, implica a transferência da gestão da dívida pública da Madeira para o Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, proibindo a região de mais endividamento. Para o arrogante Jardim, que semeou ventos e colheu tempestades, é mesmo uma humilhação.
O novo Brasil
A imprensa mundial tem destacado um estudo da consultora britânica CEBR que conclui que, em finais de 2011, o Brasil deve superar a Grã-Bretanha e tornar-se a sexta maior economia do mundo.
Muito justamente, o Brasil entusiasma-se com a notícia!
Esta histórica alteração é mais um sinal do reposicionamento mundial e da mudança dos centros de decisão que se estão a verificar, sendo atribuida aos efeitos da crise financeira de 2008 e à crise económica que persistem na Grã-Bretanha, em contraste com o boom vivido no Brasil que está a colocar a sua economia a seguir às dos Estados Unidos, França, Alemanha, Japão e China.
O Brasil é reconhecido como uma potência mundial nos domínios da agricultura e dos recursos naturais, mas também na actividade industrial, tendo desencadeado uma verdadeira escalada de prosperidade económica nas últimas três décadas, embora subsistam grandes problemas sociais. Com a descoberta de enormes jazidas de petróleo e gás natural na bacia de Santos, as perspectivas da economia brasileira têm melhorado ainda mais.
Em paralelo com a explosão da economia brasileira que se está a tornar numa locomotiva da economia global, também a imagem do país se vem alterando e a deixar de ser associada apenas ao futebol, ao carnaval, às boas praias e às favelas sujas e pobres. O Mundial de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 a realizar no Rio de Janeiro, já são a consequência da nova imagem internacional do Brasil, das suas capacidades organizativas e do seu prestígio.
E por cá? Num quadro tão desanimador, os portugueses emigram. Vão para a Suiça ou para Angola. Mas não só. Só o Brasil concedeu mais de 52 mil vistos de residência nos primeiros seis meses deste ano.
Muito justamente, o Brasil entusiasma-se com a notícia!
Esta histórica alteração é mais um sinal do reposicionamento mundial e da mudança dos centros de decisão que se estão a verificar, sendo atribuida aos efeitos da crise financeira de 2008 e à crise económica que persistem na Grã-Bretanha, em contraste com o boom vivido no Brasil que está a colocar a sua economia a seguir às dos Estados Unidos, França, Alemanha, Japão e China.
O Brasil é reconhecido como uma potência mundial nos domínios da agricultura e dos recursos naturais, mas também na actividade industrial, tendo desencadeado uma verdadeira escalada de prosperidade económica nas últimas três décadas, embora subsistam grandes problemas sociais. Com a descoberta de enormes jazidas de petróleo e gás natural na bacia de Santos, as perspectivas da economia brasileira têm melhorado ainda mais.
Em paralelo com a explosão da economia brasileira que se está a tornar numa locomotiva da economia global, também a imagem do país se vem alterando e a deixar de ser associada apenas ao futebol, ao carnaval, às boas praias e às favelas sujas e pobres. O Mundial de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 a realizar no Rio de Janeiro, já são a consequência da nova imagem internacional do Brasil, das suas capacidades organizativas e do seu prestígio.
E por cá? Num quadro tão desanimador, os portugueses emigram. Vão para a Suiça ou para Angola. Mas não só. Só o Brasil concedeu mais de 52 mil vistos de residência nos primeiros seis meses deste ano.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Muitos veleiros visitarão Lisboa
No próximo Verão irão decorrer o Campeonato Europeu de Futebol (de 8 de Junho a 1 de Julho) e os Jogos Olímpicos de Londres (de 27 de Julho a 12 de Agosto), o que certamente constituirá um aliciante programa televisivo para quem aprecia o desporto e as competições desportivas.
Porém, na mesma altura, o porto de Lisboa também acolherá dois grandes eventos náutico-desportivos, que irão atrair muito público nacional e estrangeiro às margens do estuário do Tejo, que aproveitará o encanto ribeirinho da cidade e as suas condições meteorológicas e logísticas.
No dia 31 de Maio termina no porto de Lisboa a 7ª etapa da Volvo Ocean Race 2011-2012, depois dos participantes completarem uma viagem de 3590 milhas desde Miami. Os participantes desta volta ao mundo para “ veleiros da fórmula 1” permanecerão alguns dias em Lisboa e, no dia 10 de Junho, partirão para a 8ª etapa da corrida que terminará em Lorient. Não há quaisquer veleiros portugueses em prova.
Algumas semanas depois, terminará em Lisboa a 1ª regata da Tall Ships Race 2012, organizada pela Sailing Training International, a qual ligará Saint Malo a Lisboa. Os 41 veleiros inscritos - entre os quais se incluem o navio-escola Sagres, os navios de treino de mar Creoula e Santa Maria Madalena e a caravela Vera Cruz - permanecerão no porto de Lisboa entre os dias 19 e 22 de Julho, seguindo depois para Cadiz.
O estuário do Tejo vai receber muitos veleiros e a cidade de Lisboa vai animar-se com estes acontecimentos náutico-desportivos.
Porém, na mesma altura, o porto de Lisboa também acolherá dois grandes eventos náutico-desportivos, que irão atrair muito público nacional e estrangeiro às margens do estuário do Tejo, que aproveitará o encanto ribeirinho da cidade e as suas condições meteorológicas e logísticas.
No dia 31 de Maio termina no porto de Lisboa a 7ª etapa da Volvo Ocean Race 2011-2012, depois dos participantes completarem uma viagem de 3590 milhas desde Miami. Os participantes desta volta ao mundo para “ veleiros da fórmula 1” permanecerão alguns dias em Lisboa e, no dia 10 de Junho, partirão para a 8ª etapa da corrida que terminará em Lorient. Não há quaisquer veleiros portugueses em prova.
Algumas semanas depois, terminará em Lisboa a 1ª regata da Tall Ships Race 2012, organizada pela Sailing Training International, a qual ligará Saint Malo a Lisboa. Os 41 veleiros inscritos - entre os quais se incluem o navio-escola Sagres, os navios de treino de mar Creoula e Santa Maria Madalena e a caravela Vera Cruz - permanecerão no porto de Lisboa entre os dias 19 e 22 de Julho, seguindo depois para Cadiz.
O estuário do Tejo vai receber muitos veleiros e a cidade de Lisboa vai animar-se com estes acontecimentos náutico-desportivos.
Um português na elite da Fotografia
A fotografia ocupa cada vez mais um lugar de destaque no panorama da arte contemporânea e, tal como o vídeo, está hoje presente no acervo dos museus, ao lado do desenho, da pintura e da escultura.
Por isso, um prémio internacional de prestígio é um facto a destacar. Assim sucede com um fotógrafo português – Nuno Sá – que foi distinguido com um primeiro prémio no Epson World ShootOut, um concurso com características únicas que decorre em todo o mundo, para o qual foram seleccionadas 1556 imagens apresentadas por 226 fotógrafos de 27 países.
O concurso decorreu durante todo o mês de Agosto, período em que milhares de fotógrafos amadores e profissionais recolheram as imagens que submeteram à apreciação do júri, que decidiu atribuir o primeiro prémio da categoria “Grande Angular” à fotografia que mostra um tubarão azul junto ao banco submarino Condor, próximo da ilha do Faial, no mar dos Açores. Essa imagem do tubarão azul foi premiada com “um dos Óscares da fotografia de vida selvagem”, tem corrido mundo e tem sido publicada nas revistas da especialidade.
Nuno Sá que vive há vários anos nos Açores e é especializado em vida marinha selvagem, é considerado um dos melhores fotógrafos do mundo e este foi o terceiro prémio internacional de relevo conquistado este ano.
Por isso, um prémio internacional de prestígio é um facto a destacar. Assim sucede com um fotógrafo português – Nuno Sá – que foi distinguido com um primeiro prémio no Epson World ShootOut, um concurso com características únicas que decorre em todo o mundo, para o qual foram seleccionadas 1556 imagens apresentadas por 226 fotógrafos de 27 países.
O concurso decorreu durante todo o mês de Agosto, período em que milhares de fotógrafos amadores e profissionais recolheram as imagens que submeteram à apreciação do júri, que decidiu atribuir o primeiro prémio da categoria “Grande Angular” à fotografia que mostra um tubarão azul junto ao banco submarino Condor, próximo da ilha do Faial, no mar dos Açores. Essa imagem do tubarão azul foi premiada com “um dos Óscares da fotografia de vida selvagem”, tem corrido mundo e tem sido publicada nas revistas da especialidade.
Nuno Sá que vive há vários anos nos Açores e é especializado em vida marinha selvagem, é considerado um dos melhores fotógrafos do mundo e este foi o terceiro prémio internacional de relevo conquistado este ano.
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Ao que isto chegou!
Numa entrevista que concedeu a um jornal diário, o Primeiro Ministro referiu que os professores portugueses podem olhar para todo o mercado de língua portuguesa e aí encontrar alternativa de emprego, acrescentando que é uma excelente oportunidade para muitos professores dos ensinos básico e secundário.
Referindo-se a essas declarações o jornal i titula:
VAMOS FUGIR! Brasil e Angola.
Passos aponta saídas aos professores.
Esta ideia de encontrar emprego no estrangeiro não é nova e é uma decisão que muitos milhares de jovens portugueses já tomaram, numa atitude de grande coragem, sentido de responsabilidade e grande insatisfação.
A tendência está a massificar-se e a causar transtornos à economia nacional e ao nosso tecido social, provavelmente com efeitos irrecuperáveis no curto e médio prazo. Esses jovens estão a fazer-nos falta porque são muito qualificados e a sua formação consumiu muitos recursos públicos. Os efeitos já estão a ser devastadores, porque os bons emigram, ficando por cá os que se encostam.
Nesta situação de emergência, esperar-se-iam do Governo, e especialmente do Primeiro Ministro, bons exemplos e palavras de confiança, de incentivo e de estímulo. Não apenas o discurso da austeridade e nunca a sugestão de abandonar o país. Não se espera que um treinador de futebol deixe de incitar os seus jogadores na procura do golo, nem que um médico deixe de dar esperança a um doente, nem que um comandante deixe de dar alento às suas tropas. Nem que um Primeiro Ministro deixe de transmitir confiança aos seus concidadãos e lhes sugira que abandonem o país. Que infeliz sugestão. Ao que isto chegou!
Referindo-se a essas declarações o jornal i titula:
VAMOS FUGIR! Brasil e Angola.
Passos aponta saídas aos professores.
Esta ideia de encontrar emprego no estrangeiro não é nova e é uma decisão que muitos milhares de jovens portugueses já tomaram, numa atitude de grande coragem, sentido de responsabilidade e grande insatisfação.
A tendência está a massificar-se e a causar transtornos à economia nacional e ao nosso tecido social, provavelmente com efeitos irrecuperáveis no curto e médio prazo. Esses jovens estão a fazer-nos falta porque são muito qualificados e a sua formação consumiu muitos recursos públicos. Os efeitos já estão a ser devastadores, porque os bons emigram, ficando por cá os que se encostam.
Nesta situação de emergência, esperar-se-iam do Governo, e especialmente do Primeiro Ministro, bons exemplos e palavras de confiança, de incentivo e de estímulo. Não apenas o discurso da austeridade e nunca a sugestão de abandonar o país. Não se espera que um treinador de futebol deixe de incitar os seus jogadores na procura do golo, nem que um médico deixe de dar esperança a um doente, nem que um comandante deixe de dar alento às suas tropas. Nem que um Primeiro Ministro deixe de transmitir confiança aos seus concidadãos e lhes sugira que abandonem o país. Que infeliz sugestão. Ao que isto chegou!
domingo, 18 de dezembro de 2011
R.I.P. Cesária Évora
Cesária Évora faleceu ontem na cidade do Mindelo. Nascida em 1941 nessa mesma cidade, era a mais famosa voz de Cabo Verde e era um símbolo da lusofonia. A notícia teve um enorme impacto em Portugal e no mundo e, de imediato, sucederam-se declarações de consternação e de homenagem.
Visitei o arquipélago de Cabo Verde pela primeira vez em 1964 e na passagem pela ilha de São Vicente conheci a atraente e festiva cidade do Mindelo, tive o meu primeiro contacto com águas tropicais, apreciei a saborosa cachupa cabo-verdiana e tive a oportunidade de ver e ouvir a jovem Cesária Évora, que então já era a voz mais aclamada de Cabo Verde. Tornei-me um apreciador de mornas e coladeras e, também, da cultura cabo-verdiana. Depois tornei-me um admirador da cantora, passei a ouvir os seus discos e, mais tarde, assisti a algumas das suas apresentações em Lisboa.
Cesária cantava desde muito jovem, ganhou notoriedade e tornou-se a voz de Cabo Verde. Porém, só em 1985 iniciou uma carreira internacional em Portugal e logo de seguida em Paris, onde actuou, gravou e veio a fixar residência, tornando-se uma estrela internacional. Em 2004 conquistou o Grammy do melhor álbum de world music contemporânea e em 2009 a França condecorou-a com a Legião de Honra.
Por razões de saúde tinha posto fim à sua carreira em Setembro de 2011.
Cesária Évora deixa muita sôdade. Seguramente, é uma das vozes musicais que mais vezes ouvi e, tal como acontece em Portugal com Amália, também em Cabo Verde não será fácil encontrar quem tenha o seu carisma e a sua voz.
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ARTE E CULTURA,
IN MEMORIAM,
LUSOFONIA E DIASPORA
sábado, 17 de dezembro de 2011
A queda da Índia Portuguesa
Perfazem-se agora cinquenta anos sobre a data em que as tropas da União Indiana invadiram e ocuparam os territórios do Estado Português da Índia.
Salazar sempre rejeitara quaisquer negociações para transferir a soberania daqueles territórios para a recém independente União Indiana e Nehru sempre reivindicara aqueles territórios como parte integrante do país que governava desde 1947. Eram dois homens obstinados e teimosos, por acaso nascidos no mesmo ano de 1889, tendo ambos o Direito como base da sua formação académica e que, por motivos diferentes, nunca aceitaram que fosse perguntado aos goeses qual o futuro que queriam para a sua terra.
No dia 14 de Dezembro de 1961, quando já se estava na iminência da acção armada indiana, Salazar enviou ao Governador Vassalo e Silva e aos militares estacionados no Estado da Índia uma mensagem, que incluia os seguintes parágrafos:
... É horrível pensar que isso pode significar o sacrifício total, mas recomendo e espero esse sacrifício como única forma de nos mantermos à altura das nossas tradições e prestarmos o maior serviço ao futuro da Nação. Não prevejo possibilidade de tréguas nem prisioneiros portugueses, como não haverá navios rendidos, pois sinto que apenas pode haver soldados e marinheiros vitoriosos ou mortos. Na madrugada de 18 de Dezembro de 1961 começou a invasão dos três territórios por terra, mar e ar e, em poucas horas, os indefensáveis territórios de Goa, Damão e Diu foram ocupados. Apesar da desproporção das forças em presença houve quem resistisse em terra e, sobretudo, no mar.
A perda de Goa, Damão e Diu foi um acontecimento traumático para a sociedade portuguesa e foi o princípio do fim do império que os portugueses criaram ao longo do século XVI.
A programação dos jornais, da televisão e da rádio não esqueceu a evocação desses acontecimentos e, na sua edição de hoje, o Diário de Notícias destacou-o em primeira página.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
R.I.P. Mário Miranda
Faleceu em Goa, na sua casa de Loutolim, uma das mais importantes personalidades da cultura goesa e, provavelmente, o goês mais conhecido no mundo: Mário João Carlos do Rosário de Brito Miranda ou Mário Miranda ou, apenas, Mário, como ficou conhecido artisticamente.
Mário Miranda nasceu em Damão no ano de 1926, mas pouco tempo depois a sua família instalou-se em Goa, onde foi educado nos parâmetros da cultura portuguesa e onde, desde muito cedo, revelou uma enorme criatividade artística. Em 1959 visitou Lisboa onde a Fundação Gulbenkian lhe atribuíu uma bolsa de formação artística que lhe abriu novos horizontes e o projectou para uma carreira internacional, através da apresentação da sua obra em diversas cidades indianas e em mais de duas dezenas de países.
Em três ocasiões realizou exposições em Lisboa: em 1986 na Galeria Almada Negreiros, em 1987 na Fundação Calouste Gulbenkian e em 2001 na Sociedade Nacional de Belas Artes, a convite da Fundação Oriente.
Mário Miranda era um homem bom e generoso, que nunca abdicou do uso da língua portuguesa, nem dos referenciais da nossa cultura. Não era um português de passaporte, mas era português de coração. Na sua casa de Loutolim havia sempre lugar para os amigos que o visitavam e, em especial, para os portugueses. Tive o privilégio de ser um deles.
O desaparecimento de Mário Miranda, que era comendador da Ordem do Infante D. Henrique, é uma enorme perda para a cultura goesa, mas também é um triste acontecimento para o espaço cultural português que continua a existir em Goa.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
A classe empresarial como problema
Numa interessante entrevista ao jornal i o empresário Filipe de Botton declarou que “o maior problema que existe em Portugal é a classe empresarial”.
Trata-se de uma verdade conhecida, mas que poucas vezes é assumida por ser mais cómodo atirar o ónus do nosso atraso económico para cima dos trabalhadores e das suas aptidões.
Até há poucos anos dizia-se que os portugueses, onde quer que estivessem, estavam sempre entre os melhores, os mais produtivos e os mais empenhados trabalhadores, mas na sua própria terra apresentavam índices de produtividade muito baixos. Daí resultava a tendência para atribuir as razões do nosso mau desempenho económico à baixa escolaridade e à menor qualificação profissional da população empregada.
Porém, há alguns anos as estatísticas revelaram que os nossos empresários possuiam uma média de escolaridade inferior a oito anos e que a sua qualificação era pior do que a dos trabalhadores. Muitos limitam-se a ser patrões e a sua falta de qualificação constitui um importante obstáculo ao desenvolvimento português e à recuperação do atraso do país. A maioria deles não possui as competências necessárias para enfrentar com êxito os desafios de uma concorrência cada vez mais global, nem para introduzir novos produtos, novos processos tecnológicos, novas formas de organização do trabalho ou novas estratégias de marketing - marca, distribuição, comunicação.
Portanto, parece que na economia portuguesa há muitos empresários que, devendo contribuir para a solução, são afinal "o maior problema" e, assim, no meio de tantas dificuldades, esta é apenas mais uma.
Trata-se de uma verdade conhecida, mas que poucas vezes é assumida por ser mais cómodo atirar o ónus do nosso atraso económico para cima dos trabalhadores e das suas aptidões.
Até há poucos anos dizia-se que os portugueses, onde quer que estivessem, estavam sempre entre os melhores, os mais produtivos e os mais empenhados trabalhadores, mas na sua própria terra apresentavam índices de produtividade muito baixos. Daí resultava a tendência para atribuir as razões do nosso mau desempenho económico à baixa escolaridade e à menor qualificação profissional da população empregada.
Porém, há alguns anos as estatísticas revelaram que os nossos empresários possuiam uma média de escolaridade inferior a oito anos e que a sua qualificação era pior do que a dos trabalhadores. Muitos limitam-se a ser patrões e a sua falta de qualificação constitui um importante obstáculo ao desenvolvimento português e à recuperação do atraso do país. A maioria deles não possui as competências necessárias para enfrentar com êxito os desafios de uma concorrência cada vez mais global, nem para introduzir novos produtos, novos processos tecnológicos, novas formas de organização do trabalho ou novas estratégias de marketing - marca, distribuição, comunicação.
Portanto, parece que na economia portuguesa há muitos empresários que, devendo contribuir para a solução, são afinal "o maior problema" e, assim, no meio de tantas dificuldades, esta é apenas mais uma.
domingo, 11 de dezembro de 2011
Um submarino-museu em Cacilhas
A Marinha e a Câmara Municipal de Almada chegaram a acordo para a instalação do submarino “Barracuda” no espaço museológico da frente ribeirinha do Tejo, em Cacilhas. Será um submarino-museu. A cidade de Almada ou a Grande Lisboa passará a manter conservados e a exibir ao público alguns navios históricos, tal como acontece nas cidades portuárias de tradição marítima.
Essa instalação inscreve-se no plano de requalificação e valorização daquela zona ribeirinha do concelho de Almada, mas também na estratégia municipal de promoção turística do concelho, já que Cacilhas é uma das principais “portas de entrada” de turistas e visitantes.
O submarino ficará atracado na doca n.º 1 dos antigos estaleiros da Parry & Son, perto do farol de Cacilhas e nas proximidades da fragata “D. Fernando II e Glória”, estando previsto que em 2013 já seja possível visitar o “Barracuda”.
O antigo submarino da Marinha Portuguesa foi construído em Nantes e entrou ao serviço em 1968. De acordo com a informação disponibilizada pela Marinha, desde então e até Dezembro de 2001, o submarino efectuou um total de 38.143 horas de navegação, das quais 26.962 horas em imersão, tendo percorrido 790.545 milhas, o que equivale a cerca de 36 voltas à Terra.
Quando o “Barracuda” se juntar à fragata “D. Fernando II e Glória” em Cacilhas, ficará constituído um importante núcleo museológico marítimo e naval na frente ribeirinha da margem sul do Tejo e ficarão preservadas duas antigas unidades navais, representando duas épocas, duas memórias e duas tecnologias. A nossa herança marítima e a memória histórica do Tejo merecem este espaço cultural.
Essa instalação inscreve-se no plano de requalificação e valorização daquela zona ribeirinha do concelho de Almada, mas também na estratégia municipal de promoção turística do concelho, já que Cacilhas é uma das principais “portas de entrada” de turistas e visitantes.
O submarino ficará atracado na doca n.º 1 dos antigos estaleiros da Parry & Son, perto do farol de Cacilhas e nas proximidades da fragata “D. Fernando II e Glória”, estando previsto que em 2013 já seja possível visitar o “Barracuda”.
O antigo submarino da Marinha Portuguesa foi construído em Nantes e entrou ao serviço em 1968. De acordo com a informação disponibilizada pela Marinha, desde então e até Dezembro de 2001, o submarino efectuou um total de 38.143 horas de navegação, das quais 26.962 horas em imersão, tendo percorrido 790.545 milhas, o que equivale a cerca de 36 voltas à Terra.
Quando o “Barracuda” se juntar à fragata “D. Fernando II e Glória” em Cacilhas, ficará constituído um importante núcleo museológico marítimo e naval na frente ribeirinha da margem sul do Tejo e ficarão preservadas duas antigas unidades navais, representando duas épocas, duas memórias e duas tecnologias. A nossa herança marítima e a memória histórica do Tejo merecem este espaço cultural.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
De cimeira em cimeira, até...
Hoje começa em Bruxelas mais um Conselho Europeu e o jornal Público diz que “É a hora da verdade: zona euro reforça integração, ou entra em colapso”, enquanto numa linha a denunciar pouco optimismo e a preparar os portugueses para outras eventualidades, a revista Visão se interroga “E se o escudo regressa?”, enquanto o Jornal de Negócios pergunta “E se o euro acabar?”.
As expectativas quanto aos resultados desta Cimeira são muito moderadas. Ninguém espera o fim da crise. Alguns ainda falam na renovação do euro, outros já falam na sua derrocada, mas a maioria limita-se a dizer que, por agora, apenas se pretende recuperar um pouco da confiança e da credibilidades perdidas.
Uma investigação conduzida pela agência noticiosa Efe publicada pelo jornal espanhol El Mundo, concluiu que desde o colapso do Lehman Brothers – em Setembro de 2008 – houve 26 cimeiras europeias ordinárias e extraordinárias, nas quais foram gastos cerca de 234 milhões de euros. São cerca de 10 milhões de euros por cimeira, onde se incluem os gastos de organização do próprio Conselho Europeu, bem como as despesas com o destacamento policial e de segurança privada em Bruxelas, além das despesas de deslocação e de alojamento das delegações nacionais dos Estados-membros. São cimeiras a mais, que servem diversificados interesses marginais, mas que não têm resolvido o problema fundamental da Europa. Tornaram-se reuniões de amigos, em estilo "hollywoodesco", sempre hipocritamente sorridentes como se vivêssemos no melhor dos mundos. Está a faltar uma liderança europeia capaz, que dê um murro na mesa, que ponha na ordem as agências de rating, os eurocratas e os especuladores e que, sem equívocos, diga à chanceler alemã e ao presidente francês que, depois de 26 cimeiras inconclusivas, não foram competentes e que o seu tempo está esgotado.
As expectativas quanto aos resultados desta Cimeira são muito moderadas. Ninguém espera o fim da crise. Alguns ainda falam na renovação do euro, outros já falam na sua derrocada, mas a maioria limita-se a dizer que, por agora, apenas se pretende recuperar um pouco da confiança e da credibilidades perdidas.
Uma investigação conduzida pela agência noticiosa Efe publicada pelo jornal espanhol El Mundo, concluiu que desde o colapso do Lehman Brothers – em Setembro de 2008 – houve 26 cimeiras europeias ordinárias e extraordinárias, nas quais foram gastos cerca de 234 milhões de euros. São cerca de 10 milhões de euros por cimeira, onde se incluem os gastos de organização do próprio Conselho Europeu, bem como as despesas com o destacamento policial e de segurança privada em Bruxelas, além das despesas de deslocação e de alojamento das delegações nacionais dos Estados-membros. São cimeiras a mais, que servem diversificados interesses marginais, mas que não têm resolvido o problema fundamental da Europa. Tornaram-se reuniões de amigos, em estilo "hollywoodesco", sempre hipocritamente sorridentes como se vivêssemos no melhor dos mundos. Está a faltar uma liderança europeia capaz, que dê um murro na mesa, que ponha na ordem as agências de rating, os eurocratas e os especuladores e que, sem equívocos, diga à chanceler alemã e ao presidente francês que, depois de 26 cimeiras inconclusivas, não foram competentes e que o seu tempo está esgotado.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Incerteza e inquietação na Europa
A Europa está a viver uma situação de incerteza e de grande inquietação, por causa da crise financeira, mas também da falta de valores. Existe o risco de desagregação do projecto europeu, não apenas no que se refere à moeda única, mas também em relação a tudo o que já tinha sido conseguido num quadro de solidariedade europeia. Há optimistas que esperam soluções, mas há cépticos que já não acreditam. Diz-se muita coisa num sentido e diz-se o seu contrário. Fala-se em refundação ou até em reinvenção da Europa. Fala-se em duas Europas ou de uma Europa a duas velocidades.
Os ideais de Robert Schuman, Konrad Adenauer, Jean Monnet ou Paul Henri Spaak estão sem continuadores e a Europa está refém de interesses nacionais e de dirigentes sem chama, que se limitam a reflectir os interesses directos dos seus eleitorados para se manterem no poder. Sem visão nem desígnio. Sem perspectiva histórica.
Esta crise vem de longe, de muito longe, havendo muitas teorias explicativas para esta progressiva decadência que está associada ao envelhecimento demográfico, a um generoso modelo social e a uma escalada de consumo que não são sustentáveis, a uma indisciplina orçamental que desrespeita os compromissos de Maastrich e a muitos outros erros causados pela ganância e pela cegueira de políticos, eurocratas e financeiros.
Em Maio de 2010 tocaram os alarmes. Nessa altura The Economist abordou a crise da dívida pela primeira vez com o título Acropolis Now e, desde então, o tema passou a ter presença regular nas suas primeiras páginas, com frequentes notícias sobre as crises da Grécia e do euro. Significativamente, a crise portuguesa nunca despertou o interesse da primeira página do The Economist, vá-se lá saber porquê. Agora, a prestigiada revista pergunta: Is this really the end?
Por cá, houve muita gente que com arrogância, ignorância e ânsia de se encaixar (na Caixa Geral de Depósitos e noutras poltronas douradas) não quis ver nada disto.
Os ideais de Robert Schuman, Konrad Adenauer, Jean Monnet ou Paul Henri Spaak estão sem continuadores e a Europa está refém de interesses nacionais e de dirigentes sem chama, que se limitam a reflectir os interesses directos dos seus eleitorados para se manterem no poder. Sem visão nem desígnio. Sem perspectiva histórica.
Esta crise vem de longe, de muito longe, havendo muitas teorias explicativas para esta progressiva decadência que está associada ao envelhecimento demográfico, a um generoso modelo social e a uma escalada de consumo que não são sustentáveis, a uma indisciplina orçamental que desrespeita os compromissos de Maastrich e a muitos outros erros causados pela ganância e pela cegueira de políticos, eurocratas e financeiros.
Em Maio de 2010 tocaram os alarmes. Nessa altura The Economist abordou a crise da dívida pela primeira vez com o título Acropolis Now e, desde então, o tema passou a ter presença regular nas suas primeiras páginas, com frequentes notícias sobre as crises da Grécia e do euro. Significativamente, a crise portuguesa nunca despertou o interesse da primeira página do The Economist, vá-se lá saber porquê. Agora, a prestigiada revista pergunta: Is this really the end?
Por cá, houve muita gente que com arrogância, ignorância e ânsia de se encaixar (na Caixa Geral de Depósitos e noutras poltronas douradas) não quis ver nada disto.
domingo, 4 de dezembro de 2011
Neste Natal, ofereça o que é nacional
O Licor Beirão lançou uma nova campanha publicitária protagonizada por duas caricaturas que representam o presidente francês e a chanceler alemã, às quais é oferecida uma garrafa do famoso licor produzido na serra da Lousã, como presente de Natal.
Os anúncios do Licor Beirão são politicamente inofensivos: cada uma das caricaturas sorri com a garrafa que acaba de receber e, colocado de forma bem visível, está um cartão natalício que diz:
"Querido Nicolas/Angela, Portugal está a dar o seu melhor. Boas Festas! ".
O slogan fecha os anúncios com uma frase dirigida aos portugueses, sugerindo-lhes que comprem produtos nacionais: "Neste Natal, ofereça o que é nacional."
A publicidade recorre frequentemente a figuras políticas e, neste caso, aproveitou o momento de grande evidência daqueles líderes para passar duas mensagens que promovem o produto mas que, simultaneamente, contribuem para a aumentar a nossa auto-estima e para estimular a produção nacional.
Este tipo de publicidade tem uma eficácia acrescida porque está em sintonia com o momento actual ao juntar a proximidade do Natal com a crise por que passamos e aproveita a notoriedade de Merkel e Sarkozy nos planos europeu e nacional.
A campanha do Licor Beirão assenta numa excelente ideia criativa e é muito sugestiva, pelo que certamente trará o esperado retorno ao anunciante. Porém, o conselho do anúncio é muito útil ao recomendar que "neste Natal, ofereça o que é nacional."
Os anúncios do Licor Beirão são politicamente inofensivos: cada uma das caricaturas sorri com a garrafa que acaba de receber e, colocado de forma bem visível, está um cartão natalício que diz:
"Querido Nicolas/Angela, Portugal está a dar o seu melhor. Boas Festas! ".
O slogan fecha os anúncios com uma frase dirigida aos portugueses, sugerindo-lhes que comprem produtos nacionais: "Neste Natal, ofereça o que é nacional."
A publicidade recorre frequentemente a figuras políticas e, neste caso, aproveitou o momento de grande evidência daqueles líderes para passar duas mensagens que promovem o produto mas que, simultaneamente, contribuem para a aumentar a nossa auto-estima e para estimular a produção nacional.
Este tipo de publicidade tem uma eficácia acrescida porque está em sintonia com o momento actual ao juntar a proximidade do Natal com a crise por que passamos e aproveita a notoriedade de Merkel e Sarkozy nos planos europeu e nacional.
A campanha do Licor Beirão assenta numa excelente ideia criativa e é muito sugestiva, pelo que certamente trará o esperado retorno ao anunciante. Porém, o conselho do anúncio é muito útil ao recomendar que "neste Natal, ofereça o que é nacional."
TAP eleita como a melhor da Europa
A TAP foi distinguida como a melhor companhia aérea europeia, numa eleição organizada pela revista americana Global Traveler, na qual participaram três dezenas de companhias de notoriedade internacional e em que votaram cerca de 36 mil passageiros frequentes e passageiros executivos, que fazem em média 16 viagens internacionais e 16 viagens domésticas por ano.
Este resultado acontece quando o processo de privatização da TAP já estará a avançar, nos termos do Memorando com a troika assinado em 17 de Maio que, no seu ponto 3.31, trata da privatização da TAP e estabelece que esta deve ser feita até ao final de 2011, se as condições do mercado o permitirem.
Porém, esta distinção vem lembrar a utilidade social e a importância estratégica da TAP para a unidade nacional, para a coesão territorial e para a economia portuguesa, mas também que é uma das marcas portuguesas mais conhecidas em todo o mundo.
A TAP emprega directamente cerca de 12 mil pessoas e dá emprego indirecto a alguns milhares; o seu impacto macroeconómico é enorme em termos de rendimento e de emprego, mas também em termos de exportações, pois calcula-se que estas representem cerca de 5% das exportações portuguesas (transporte de passageiros residentes no estrangeiro, carga e correio, serviços de manutenção e de handling, etc.).
A TAP é uma empresa estratégica para assegurar o interesse nacional, desde a defesa à economia, passando pela independência nacional e pela própria ideia de soberania. Apresenta uma rentabilidade social positiva e, desde 1997, apenas recebe do Estado as indemnizações compensatórias que lhe são devidas pelo serviço que assegura com as regiões autónomas, mas esse montante é cinco vezes menor do que aquele que recebe a RTP. Então, privatizar para quê?
sábado, 3 de dezembro de 2011
No topo: Cristiano Ronaldo (1)
Apesar do impacto que a Rádio e a Televisão têm na difusão das notícias, ao permitirem a recepção de sons e imagens em tempo real, a Imprensa ainda continua a desempenhar uma importante função junto do público, não só porque explica e comenta os acontecimentos, mas também porque define as agendas públicas, atribui relevâncias ou selecciona protagonistas.
A leitura da imprensa internacional é um ritual muito útil para compreender a relevância do que se passa no nosso próprio país, mas também para identificar os portugueses que se destacam no estrangeiro.
Nesse aspecto, o futebolista Cristiano Ronaldo é a grande referência nacional. Com 25 anos de idade, é o futebolista mais bem pago do mundo e tem recebido inúmeros prémios individuais, incluindo o de Melhor Jogador do Mundo em 2008 (FIFA) e a Bota de Ouro em 2008 e 2011 (UEFA).
Nenhum outro português é tão conhecido internacionalmente e as primeiras páginas dos jornais, sobretudo os jornais desportivos espanhóis, destacam-no frequentemente. Pode gostar-se ou não de futebol, mas o facto é que o português que o mundo conhece não é um político, nem um cientista, nem um homem da cultura: é um futebolista que marca muitos golos, que entusiasma multidões e que se chama Cristiano Ronaldo.
A leitura da imprensa internacional é um ritual muito útil para compreender a relevância do que se passa no nosso próprio país, mas também para identificar os portugueses que se destacam no estrangeiro.
Nesse aspecto, o futebolista Cristiano Ronaldo é a grande referência nacional. Com 25 anos de idade, é o futebolista mais bem pago do mundo e tem recebido inúmeros prémios individuais, incluindo o de Melhor Jogador do Mundo em 2008 (FIFA) e a Bota de Ouro em 2008 e 2011 (UEFA).
Nenhum outro português é tão conhecido internacionalmente e as primeiras páginas dos jornais, sobretudo os jornais desportivos espanhóis, destacam-no frequentemente. Pode gostar-se ou não de futebol, mas o facto é que o português que o mundo conhece não é um político, nem um cientista, nem um homem da cultura: é um futebolista que marca muitos golos, que entusiasma multidões e que se chama Cristiano Ronaldo.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Há relação entre a dívida e a corrupção?
Portugal apareceu hoje colocado na 32ª posição no Índice de Percepção da Corrupção relativo a 2011, divulgado pela Transparency International, uma organização não governamental que luta contra a corrupção e que desde 1995 ordena os países de acordo com "o grau com que é percebida a corrupção entre os funcionários públicos e políticos".
Este ano foram avaliados 183 países e Portugal manteve a posição que detinha no ano passado, com a 15ª pontuação entre os 27 estados-membros da União Europeia, que é uma classificação melhor do que as da Itália, Grécia, Malta e países de Leste. Este índice é calculado através de uma análise feita por peritos de vários países, que dão opinião sobre o grau de corrupção que percepcionam em cada uma das nações. As práticas de corrupção, tráfico de influências e abuso de poder são avaliadas de forma subjetiva e, por isso, esta classificação também é subjectiva.
Porém, o relatório da Transparency International informa que os "países da Zona Euro sofrem crises da dívida, em parte devido à falha das autoridades públicas em combater o suborno e a evasão fiscal que são motores fundamentais" dessa mesma crise e aponta a "corrupção no sector público" como o factor da crise da dívida também em Portugal. Por isso, o Jornal de Notícias conclui e titula que “a dívida do Estado é filha da corrupção”. Não sei que grau de parentesco têm a dívida pública e a corrupção, mas a minha percepção é que são realmente aparentados.
Este ano foram avaliados 183 países e Portugal manteve a posição que detinha no ano passado, com a 15ª pontuação entre os 27 estados-membros da União Europeia, que é uma classificação melhor do que as da Itália, Grécia, Malta e países de Leste. Este índice é calculado através de uma análise feita por peritos de vários países, que dão opinião sobre o grau de corrupção que percepcionam em cada uma das nações. As práticas de corrupção, tráfico de influências e abuso de poder são avaliadas de forma subjetiva e, por isso, esta classificação também é subjectiva.
Porém, o relatório da Transparency International informa que os "países da Zona Euro sofrem crises da dívida, em parte devido à falha das autoridades públicas em combater o suborno e a evasão fiscal que são motores fundamentais" dessa mesma crise e aponta a "corrupção no sector público" como o factor da crise da dívida também em Portugal. Por isso, o Jornal de Notícias conclui e titula que “a dívida do Estado é filha da corrupção”. Não sei que grau de parentesco têm a dívida pública e a corrupção, mas a minha percepção é que são realmente aparentados.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
O vício do cartão de crédito
Apesar do clima de crise e de recessão que paira sobre o país, muitos portugueses continuam a endividar-se para ir de férias ou para fazer viagens. Esta é conclusão de um estudo realizado pela Marktest por encomenda da Mastercard, que mostra que mesmo num ano em que os consumidores resolveram cortar na adesão e no uso de cartões de crédito, o pagamento de férias e viagens foi a categoria de despesas que registou o maior aumento.
No entanto, em 2011 houve uma contracção generalizada do consumo, que se reflectiu quer nas compras a débito, quer nas compras a crédito. O número de cartões de crédito activos e o seu uso pelos consumidores portugueses, registaram os níveis mais baixos desde 2008 e o decréscimo acumulado desde então no uso desses cartões de crédito foi de cerca de 15%, o que significa que os portugueses estão a adoptar comportamentos mais racionais e mais responsáveis, ajustando os seus hábitos de consumo e mudando do crédito para o débito. Tudo muito racional.
O que realmente surpreende é o endividamento dos portugueses para fazer férias. Como se não bastasse o endividamento por compra de casa própria, de automóvel ou de outros bens de consumo duradouro, os portugueses endividam-se para fazer praia em Tenerife ou Cancun ou para fazer um cruzeiro no Mediterrâneo ou, ainda, passar uns dias na serra Nevada.
O slogan “faça férias e pague depois” que, ainda há poucos anos era abundantemente publicitado pela Banca, muito contribuiu para este vício do cartão de crédito e para a armadilha do dinheiro de plástico.
No entanto, em 2011 houve uma contracção generalizada do consumo, que se reflectiu quer nas compras a débito, quer nas compras a crédito. O número de cartões de crédito activos e o seu uso pelos consumidores portugueses, registaram os níveis mais baixos desde 2008 e o decréscimo acumulado desde então no uso desses cartões de crédito foi de cerca de 15%, o que significa que os portugueses estão a adoptar comportamentos mais racionais e mais responsáveis, ajustando os seus hábitos de consumo e mudando do crédito para o débito. Tudo muito racional.
O que realmente surpreende é o endividamento dos portugueses para fazer férias. Como se não bastasse o endividamento por compra de casa própria, de automóvel ou de outros bens de consumo duradouro, os portugueses endividam-se para fazer praia em Tenerife ou Cancun ou para fazer um cruzeiro no Mediterrâneo ou, ainda, passar uns dias na serra Nevada.
O slogan “faça férias e pague depois” que, ainda há poucos anos era abundantemente publicitado pela Banca, muito contribuiu para este vício do cartão de crédito e para a armadilha do dinheiro de plástico.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Afinal, o Mota é muito vulgar
Numa altura em que as notícias e os sinais da crise já assustam, com os transportes públicos cheios de pessoas inquietas e tristes, com o desemprego e a pobreza a aumentarem e com as lojas e os restaurantes sem clientes, a notícia do Correio da Manhã é um verdadeiro murro no estômago. O jovem ministro, que é um político profissional, quando era deputado deslocava-se para a Assembleia da República numa Vespa e utilizou esse mesmo transporte no dia da sua tomada de posse, mas deslumbrou-se e utiliza agora um luxuoso Audi A7 novo, avaliado em 86 mil euros.
Os serviços do ministério desculparam-se ao afirmar que o carro foi comprado por concurso lançado pelo anterior governo e que o ministro não dispunha de qualquer viatura desde que tomou posse. São tão ridículas essas justificações que nem merecem comentário.
O ministro deveria ter recusado esse carro novo que é uma afronta para os idosos, para os desempregados, para os funcionários públicos, enfim, para todos os contribuintes.
E este não é um ministro qualquer: é o Ministro da Solidariedade e Segurança e Social. Ele deveria dar o exemplo de sobriedade e de solidariedade, numa altura em que uma boa parte da população, começa a passar fome e a não ter dinheiro para os seus medicamentos, nem para fazer face às suas necessidades básicas.
Ao utilizar aquela luxuosa viatura no actual contexto social, o ministro Pedro Mota Soares passou "da jeropiga para o whisky velho" e surpreendeu, tornando-se uma personagem muito vulgar que não resistiu ao novo-riquismo que tanto tem contribuido para nos afundar.
Os serviços do ministério desculparam-se ao afirmar que o carro foi comprado por concurso lançado pelo anterior governo e que o ministro não dispunha de qualquer viatura desde que tomou posse. São tão ridículas essas justificações que nem merecem comentário.
O ministro deveria ter recusado esse carro novo que é uma afronta para os idosos, para os desempregados, para os funcionários públicos, enfim, para todos os contribuintes.
E este não é um ministro qualquer: é o Ministro da Solidariedade e Segurança e Social. Ele deveria dar o exemplo de sobriedade e de solidariedade, numa altura em que uma boa parte da população, começa a passar fome e a não ter dinheiro para os seus medicamentos, nem para fazer face às suas necessidades básicas.
Ao utilizar aquela luxuosa viatura no actual contexto social, o ministro Pedro Mota Soares passou "da jeropiga para o whisky velho" e surpreendeu, tornando-se uma personagem muito vulgar que não resistiu ao novo-riquismo que tanto tem contribuido para nos afundar.
domingo, 27 de novembro de 2011
O nosso fado como património cultural
A UNESCO adoptou em 2003 uma convenção sobre património cultural imaterial, onde se incluem as práticas, representações, expressões, conhecimentos e aptidões, assim como os instrumentos, objectos, artefactos e espaços culturais que lhes estão associados, que as comunidades, os grupos ou os indivíduos reconheçam como fazendo parte integrante do seu património cultural.
Desde 2008, o primeiro ano em que a convenção se materializou, que a UNESCO já classificou 213 candidaturas que foram aprovadas e integradas na Representative List of the Intangible Cultural Heritage of Humanity. Hoje, o Fado passou a integrar essa Lista, juntando-se, por exemplo, ao tango, ao flamenco e à ópera chinesa, o que constitui um facto relevante no panorama da cultura portuguesa.
A candidatura portuguesa foi muito bem preparada e foi muito apoiada pela comunicação social. Durante alguns dias a crise financeira e o orçamento para 2012 foram esquecidos. Falou-se de fado e ouviu-se fado a toda a hora, tendo sido produzidas inúmeras declarações que salientaram os benefícios da candidatura: o reconhecimento do que "já estava no coração das plateias internacionais", a “reconciliação nacional” com o fado, uma nova oportunidade para o “negócio das casas de fado”, a consagração das novas gerações de fadistas, entre muitos outros.
Porém, a mais surpreendente declaração surgiu da fadista Mariza ao defender que o fado deve passar a ser ensinado nas escolas, constituindo um factor de orgulho para os portugueses e defendendo a inclusão do fado na disciplina de História no 7º ou 8º ano de escolaridade. Podemos rejogizar-nos com a decisão da UNESCO, mas não nos podemos embriagar com tanto fado! Nem tanto ao mar, nem tanto à terra...
Desde 2008, o primeiro ano em que a convenção se materializou, que a UNESCO já classificou 213 candidaturas que foram aprovadas e integradas na Representative List of the Intangible Cultural Heritage of Humanity. Hoje, o Fado passou a integrar essa Lista, juntando-se, por exemplo, ao tango, ao flamenco e à ópera chinesa, o que constitui um facto relevante no panorama da cultura portuguesa.
A candidatura portuguesa foi muito bem preparada e foi muito apoiada pela comunicação social. Durante alguns dias a crise financeira e o orçamento para 2012 foram esquecidos. Falou-se de fado e ouviu-se fado a toda a hora, tendo sido produzidas inúmeras declarações que salientaram os benefícios da candidatura: o reconhecimento do que "já estava no coração das plateias internacionais", a “reconciliação nacional” com o fado, uma nova oportunidade para o “negócio das casas de fado”, a consagração das novas gerações de fadistas, entre muitos outros.
Porém, a mais surpreendente declaração surgiu da fadista Mariza ao defender que o fado deve passar a ser ensinado nas escolas, constituindo um factor de orgulho para os portugueses e defendendo a inclusão do fado na disciplina de História no 7º ou 8º ano de escolaridade. Podemos rejogizar-nos com a decisão da UNESCO, mas não nos podemos embriagar com tanto fado! Nem tanto ao mar, nem tanto à terra...
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ARTE E CULTURA,
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PATRIMÓNIO
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
A crise financeira já chegou à Alemanha?
A imprensa europeia destacou hoje que o Tesouro alemão, num leilão da sua dívida realizado ontem, apenas colocou 61% de um pacote de 6 mil milhões de euros e sofreu a maior subida de juros desde a criação da moeda única. Disse-se, então, que aquele leilão foi um sintoma de que a crise financeira pode estar a chegar à Alemanha e que esta "provou um pouco do seu próprio veneno".
São apontadas três razões principais para este desinteresse dos investidores pela dívida alemã. Em primeiro lugar, a percepção de que a crise e as dificuldades financeiras estão a chegar à Alemanha por abrandamento económico, por contágio e por exposição às dívidas de vários países; em segundo lugar, o facto do juro de 2% representar um rendimento demasiado baixo para ser considerado atraente para os investidores, quando em alternativa têm aplicações com juros bem mais altos em outros países; em terceiro lugar, um eventual afastamento de investidores de fora da Zona Euro, que antes compravam dívida pública em euros.
Actualmente, a Zona Euro já estará em recessão e, previsivelmente, irá ampliar os seus défices orçamentais e enfraquecer ainda mais a qualidade dos activos bancários. O "aviso" agora feito à Alemanha pode abrir caminho a novas soluções. Por isso, começam a surgir vozes que exigem uma mudança no comportamento do governo alemão na condução da crise das dívidas soberanas europeias. Muitos consideram que a chanceler devia adoptar uma postura diferente, dando o seu acordo para a emissão conjunta de obrigações europeias (eurobonds) e para que o Banco Central Europeu actue como credor de último recurso. É preciso que a Alemanha mude de estratégia e, como afirmou Manuel Marin, o antigo vice-presidente da Comissão Europeia, "necesitamos una Alemania europea y no una Europa alemana".
São apontadas três razões principais para este desinteresse dos investidores pela dívida alemã. Em primeiro lugar, a percepção de que a crise e as dificuldades financeiras estão a chegar à Alemanha por abrandamento económico, por contágio e por exposição às dívidas de vários países; em segundo lugar, o facto do juro de 2% representar um rendimento demasiado baixo para ser considerado atraente para os investidores, quando em alternativa têm aplicações com juros bem mais altos em outros países; em terceiro lugar, um eventual afastamento de investidores de fora da Zona Euro, que antes compravam dívida pública em euros.
Actualmente, a Zona Euro já estará em recessão e, previsivelmente, irá ampliar os seus défices orçamentais e enfraquecer ainda mais a qualidade dos activos bancários. O "aviso" agora feito à Alemanha pode abrir caminho a novas soluções. Por isso, começam a surgir vozes que exigem uma mudança no comportamento do governo alemão na condução da crise das dívidas soberanas europeias. Muitos consideram que a chanceler devia adoptar uma postura diferente, dando o seu acordo para a emissão conjunta de obrigações europeias (eurobonds) e para que o Banco Central Europeu actue como credor de último recurso. É preciso que a Alemanha mude de estratégia e, como afirmou Manuel Marin, o antigo vice-presidente da Comissão Europeia, "necesitamos una Alemania europea y no una Europa alemana".
A greve geral como protesto
Hoje, 24 de Novembro, há uma greve geral em Portugal promovida conjuntamente pelas duas maiores centrais sindicais, que afecta todo o tipo de transportes, as escolas e os hospitais, os serviços públicos e as repartições, enfim, transtorna a vida dos portugueses.
Foi anunciado que a greve contesta as recentes medidas de austeridade do governo, nomeadamente os cortes nos subsídios de férias e de Natal dos funcionários do sector público, mas também os "enormes e brutais sacrifícios" pedidos aos trabalhadores.
Segundo a teoria, a greve é uma arma dos trabalhadores contra os patrões que exploram a força de trabalho alheia, acumulam mais-valias e enriquecem à custa dos trabalhadores. Por isso, embora sob a capa de uma greve geral, na realidade estamos perante um quadro diferente de motivações que não são de reivindicação salarial mas que se traduz num protesto contra as políticas que nos estão a ser impostas e que o nosso impreparado governo segue fielmente.
No difícil momento por que passamos é necessário alertar este governo de maioria e acordá-lo para as realidades, porque tem sido incapaz de ir para além do caderno de encargos da troika e está a castigar o mundo do trabalho e os pensionistas com severidade, enquanto poupa a classe política, a banca e a especulação financeira. Sem dúvida que é preciso reduzir a dívida e o défice, mas isso não se consegue sem coesão social, nem com este empobrecimento material, nem com esta inquietação psicológica que estão a ser impostos aos portugueses. Esta espiral de austeridade e recessão que nos é imposta por uns contabilistas apoiados por numerosos e dispendiosos assessores, é uma cartilha suicida que nos pode levar ao desastre económico e à desordem social.
Por tudo isto, esta greve geral é justa e apenas se espera que tenha eco e produza efeitos nas instâncias internas e internacionais que nos governam ou nos financiam.
Foi anunciado que a greve contesta as recentes medidas de austeridade do governo, nomeadamente os cortes nos subsídios de férias e de Natal dos funcionários do sector público, mas também os "enormes e brutais sacrifícios" pedidos aos trabalhadores.
Segundo a teoria, a greve é uma arma dos trabalhadores contra os patrões que exploram a força de trabalho alheia, acumulam mais-valias e enriquecem à custa dos trabalhadores. Por isso, embora sob a capa de uma greve geral, na realidade estamos perante um quadro diferente de motivações que não são de reivindicação salarial mas que se traduz num protesto contra as políticas que nos estão a ser impostas e que o nosso impreparado governo segue fielmente.
No difícil momento por que passamos é necessário alertar este governo de maioria e acordá-lo para as realidades, porque tem sido incapaz de ir para além do caderno de encargos da troika e está a castigar o mundo do trabalho e os pensionistas com severidade, enquanto poupa a classe política, a banca e a especulação financeira. Sem dúvida que é preciso reduzir a dívida e o défice, mas isso não se consegue sem coesão social, nem com este empobrecimento material, nem com esta inquietação psicológica que estão a ser impostos aos portugueses. Esta espiral de austeridade e recessão que nos é imposta por uns contabilistas apoiados por numerosos e dispendiosos assessores, é uma cartilha suicida que nos pode levar ao desastre económico e à desordem social.
Por tudo isto, esta greve geral é justa e apenas se espera que tenha eco e produza efeitos nas instâncias internas e internacionais que nos governam ou nos financiam.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Visitemos os nossos faróis!
Os faróis são ajudas à navegação que, apesar das modernas tecnologias de posicionamento no mar, continuam a ser muito importantes na sinalização marítima e no auxílio aos navegantes. Porém, os faróis são também elementos caracterizadores da paisagem marítima e ligam-nos a muitas memórias das comunidades marítimas, evocando tempestades e naufrágios.
Por todo o mundo, os faróis estão a ser preservados devido ao seu valor simbólico e patrimonial e, por vezes, surgem associações de entusiastas que defendem a preservação dos faróis e alimenta-se alguma lighthousemania.
A Marinha não está alheia a este interesse e decidiu facultar visitas gratuitas aos faróis portugueses todas as quartas-feiras das 14.00 às 17.00 horas, numa iniciativa destinada a dar a conhecer a missão dos faróis e as funções dos faroleiros. Porém, esta iniciativa também constitui um forte incentivo para a aproximação ao mar e à cultura marítima da população portuguesa e, especialmente, dos jovens.
As visitas serão guiadas pelos respectivos faroleiros residentes que acompanharão os grupos de visitantes e explicarão a história das edificações e o funcionamento técnico dos equipamentos, ocorrendo às 14.00, 15.00 e 16.00 horas, sem necessidade de marcação previa. Os faróis abertos semanalmente a visitas localizam-se no Continente (17), na ilha da Madeira (1) e no arquipélago Açores (12).
Aproveite-se a oportunidade e, com os filhos ou com os netos, visitem-se os nossos faróis!
Por todo o mundo, os faróis estão a ser preservados devido ao seu valor simbólico e patrimonial e, por vezes, surgem associações de entusiastas que defendem a preservação dos faróis e alimenta-se alguma lighthousemania.
A Marinha não está alheia a este interesse e decidiu facultar visitas gratuitas aos faróis portugueses todas as quartas-feiras das 14.00 às 17.00 horas, numa iniciativa destinada a dar a conhecer a missão dos faróis e as funções dos faroleiros. Porém, esta iniciativa também constitui um forte incentivo para a aproximação ao mar e à cultura marítima da população portuguesa e, especialmente, dos jovens.
As visitas serão guiadas pelos respectivos faroleiros residentes que acompanharão os grupos de visitantes e explicarão a história das edificações e o funcionamento técnico dos equipamentos, ocorrendo às 14.00, 15.00 e 16.00 horas, sem necessidade de marcação previa. Os faróis abertos semanalmente a visitas localizam-se no Continente (17), na ilha da Madeira (1) e no arquipélago Açores (12).
Aproveite-se a oportunidade e, com os filhos ou com os netos, visitem-se os nossos faróis!
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
A nova "Miss Portugal no Luxemburgo"
O Grão-Ducado do Luxemburgo tem cerca de 500 mil habitantes, dos quais cerca de um quarto são portugueses, o que constitui a maior comunidade estrangeira no país. Como habitualmente acontece, quando os portugueses estão fora do seu país tendem a integrar-se nas sociedades de acolhimento, embora também conservem a sua matriz cultural através da língua e das suas práticas culturais, muitas vezes mantidas através de associações muito dinâmicas.
Assim acontece no Luxemburgo, onde a Associação Onda Jovem organiza desde 2000 a eleição da "Miss Portugal no Luxemburgo", com o objectivo de escolher a mais bela das luxotugas – uma designação que os jornais digitais luso-luxemburgueses atribuem aos membros da comunidade portuguesa.
No passado sábado, numa sala com mais de seiscentas pessoas, uma votação on line e um júri escolheram, entre 12 finalistas, a nova "Miss Portugal no Luxemburgo": Stéphanie Faia, de 18 anos de idade.
O assunto não teria qualquer importância noticiosa, se não fosse a decisão do diário luxemburguês Le Quotidien, que na sua edição de hoje trouxe o assunto à sua primeira página com o título “E a nova rainha é ...”, subalternizando as eleições espanholas, a violência no Egipto ou a crise do euro. É uma curiosa maneira de poupar os leitores de outros temas bem mais preocupantes nos tempos que correm.
domingo, 20 de novembro de 2011
Património cultural marítimo
O nosso país não tem apenas a maior zona económica exclusiva da União Europeia, como possui também uma tradição e uma história marítimas que, no contexto europeu e mundial, são muito singulares.
Essa realidade tem sido ignorada pela generalidade dos nossos dirigentes contemporâneos que, esquecendo o significado do mar na caracterização da nossa identidade nacional, lhe voltaram as costas face ao deslumbramento de Bruxelas, das suas mordomias e dos seus fluxos financeiros. Assim, aos velhos marinheiros que navegavam de ilha em ilha, vão sucedendo os frequent flyers que saltam de aeroporto em aeroporto.
Porém, ainda há "quem reme contra a maré".
Através das suas instituições culturais, a Marinha tem lutado contra essa apatia ou ignorância pela nossa cultura marítima, procurando actuar no sentido da identificação, estudo, preservação, protecção e valorização do nosso património cultural marítimo.
É nesse quadro de intervenção que a Comissão Cultural de Marinha vai promover o primeiro Ciclo de Conferências do Património, subordinado ao tema “Instrumentos Científicos nas Colecções Museológicas”, que é organizado pelo Museu de Marinha e decorrerá nas suas instalações no próximo dia 23 de Novembro, das 0930 às 1700 horas.
A entrada é livre e, para quem aprecia e se orgulha do nosso património cultural marítimo, é muito recomendável a participação nesta feliz iniciativa.
Essa realidade tem sido ignorada pela generalidade dos nossos dirigentes contemporâneos que, esquecendo o significado do mar na caracterização da nossa identidade nacional, lhe voltaram as costas face ao deslumbramento de Bruxelas, das suas mordomias e dos seus fluxos financeiros. Assim, aos velhos marinheiros que navegavam de ilha em ilha, vão sucedendo os frequent flyers que saltam de aeroporto em aeroporto.
Porém, ainda há "quem reme contra a maré".
Através das suas instituições culturais, a Marinha tem lutado contra essa apatia ou ignorância pela nossa cultura marítima, procurando actuar no sentido da identificação, estudo, preservação, protecção e valorização do nosso património cultural marítimo.
É nesse quadro de intervenção que a Comissão Cultural de Marinha vai promover o primeiro Ciclo de Conferências do Património, subordinado ao tema “Instrumentos Científicos nas Colecções Museológicas”, que é organizado pelo Museu de Marinha e decorrerá nas suas instalações no próximo dia 23 de Novembro, das 0930 às 1700 horas.
A entrada é livre e, para quem aprecia e se orgulha do nosso património cultural marítimo, é muito recomendável a participação nesta feliz iniciativa.
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sábado, 19 de novembro de 2011
Amanhã, há eleições em Espanha
Amanhã realizam-se eleições legislativas em Espanha e as sondagens já antecipam uma mudança política que confirma a tese da alternância democrática.
Tal como acontece com Portugal e com outros países europeus, a Espanha atravessa um período de grandes dificuldades com um défice orçamental da ordem dos 7%, uma dívida de 68% do PIB cujos juros atingiram o simbólico patamar dos 7% e com um desemprego que se situa acima dos 20%. Não é necessário invocar a História para acrescentar outras preocupações relativamente ao futuro da Espanha.
Por isso, quaisquer que sejam os resultados que amanhã forem apurados, por razões de vizinhança e de afinidade cultural, eles serão muito importantes para Portugal. Desde que os dois países entraram na família europeia que as tradicionais rivalidades se atenuaram e que as relações económicas e culturais se intensificaram. A solidariedade ibérica é um facto.
Hoje Portugal precisa de turistas espanhóis e de exportar para Espanha.
Hoje Portugal precisa que o seu vizinho tenha estabilidade política e social.
Hoje Portugal precisa de um crescimento económico espanhol que nos contagie.
Hoje todos desejamos que o eleitorado espanhol encontre as melhores soluções.
Amanhã, os espanhóis votarão por um futuro, que também é o nosso.
Tal como acontece com Portugal e com outros países europeus, a Espanha atravessa um período de grandes dificuldades com um défice orçamental da ordem dos 7%, uma dívida de 68% do PIB cujos juros atingiram o simbólico patamar dos 7% e com um desemprego que se situa acima dos 20%. Não é necessário invocar a História para acrescentar outras preocupações relativamente ao futuro da Espanha.
Por isso, quaisquer que sejam os resultados que amanhã forem apurados, por razões de vizinhança e de afinidade cultural, eles serão muito importantes para Portugal. Desde que os dois países entraram na família europeia que as tradicionais rivalidades se atenuaram e que as relações económicas e culturais se intensificaram. A solidariedade ibérica é um facto.
Hoje Portugal precisa de turistas espanhóis e de exportar para Espanha.
Hoje Portugal precisa que o seu vizinho tenha estabilidade política e social.
Hoje Portugal precisa de um crescimento económico espanhol que nos contagie.
Hoje todos desejamos que o eleitorado espanhol encontre as melhores soluções.
Amanhã, os espanhóis votarão por um futuro, que também é o nosso.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
A polémica publicidade da Benetton
A polémica publicidade da popular marca italiana Benetton, regressou ao espaço público com mais uma campanha de manutenção da sua imagem.
Trata-se de uma marca de grande notoriedade adquirida através do produto têxtil, mas que tem sido ampliada a partir de campanhas de comunicação muito polémicas, que recorrem frequentemente a temas fracturantes como a sida, o racismo, a homossexualidade, a guerra ou a violência, com o objectivo de chamar a atenção, chocar e sensibilizar.
Desta vez, a Benetton utilizou as figuras de líderes políticos mundiais em "beijos impossíveis". Assim, os respectivos anúncios mostram fotomontagens em que o Papa Bento XVI beija o imã do Cairo e o Presidente Obama beija o Presidente Hugo Chavez. Noutros anúncios, são a chanceler alemã e o chefe de Estado francês que se beijam, bem como o primeiro-ministro israelita e o presidente da Autoridade Palestiniana.
A iniciativa pertenceu à marca e à fundação Unhate (Deixe de Odiar), financiada pelo grupo de Luciano Benetton, cujo objectivo é contribuir para a criação de uma nova cultura de tolerância e de diálogo. A campanha apareceu nas grandes cidades italianas e gerou imediatos protestos do Vaticano e a desaprovação dos Estados Unidos, mas chegou a todo o mundo através das televisões e dos jornais. Assim sucedeu com o The Times de Joanesburgo que reproduziu quatro desses anúncios na sua primeira página.
A imagem do Papa foi retirada das ruas de Itália, mas os efeitos da campanha já tinham sido atingidos, gratuitamente e por todo o mundo, devido à comunicação global.
Trata-se de uma marca de grande notoriedade adquirida através do produto têxtil, mas que tem sido ampliada a partir de campanhas de comunicação muito polémicas, que recorrem frequentemente a temas fracturantes como a sida, o racismo, a homossexualidade, a guerra ou a violência, com o objectivo de chamar a atenção, chocar e sensibilizar.
Desta vez, a Benetton utilizou as figuras de líderes políticos mundiais em "beijos impossíveis". Assim, os respectivos anúncios mostram fotomontagens em que o Papa Bento XVI beija o imã do Cairo e o Presidente Obama beija o Presidente Hugo Chavez. Noutros anúncios, são a chanceler alemã e o chefe de Estado francês que se beijam, bem como o primeiro-ministro israelita e o presidente da Autoridade Palestiniana.
A iniciativa pertenceu à marca e à fundação Unhate (Deixe de Odiar), financiada pelo grupo de Luciano Benetton, cujo objectivo é contribuir para a criação de uma nova cultura de tolerância e de diálogo. A campanha apareceu nas grandes cidades italianas e gerou imediatos protestos do Vaticano e a desaprovação dos Estados Unidos, mas chegou a todo o mundo através das televisões e dos jornais. Assim sucedeu com o The Times de Joanesburgo que reproduziu quatro desses anúncios na sua primeira página.
A imagem do Papa foi retirada das ruas de Itália, mas os efeitos da campanha já tinham sido atingidos, gratuitamente e por todo o mundo, devido à comunicação global.
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Os dias sombrios da Europa
O pessimismo europeu continua a alastrar. Depois da Grécia, da Irlanda e de Portugal, agora é a Itália e a Espanha que estão na mira dos chamados mercados e dos especuladores, depois de recentemente terem pago os juros mais altos da sua dívida desde que foi criado o euro. O receio de um contágio a outros países como a França, a Bélgica e, até, a Áustria e a Holanda, continua a ser muito preocupante. A tempestade passou pela periferia e está a chegar ao centro da Europa.
Porém, a maior surpresa veio das palavras de Jean-Claude Juncker, o presidente do Eurogrupo, ao afirmar-se preocupado com a elevada dívida alemã (quase 90% do seu PIB), que é maior do que a dívida espanhola, ao mesmo tempo que era anunciado o corte do rating de dez bancos alemães por parte da Moody’s. A situação é muito complexa e muitos, em especial os franceses, defendem a intervenção do BCE, como única solução para resolver a crise da dívida soberana europeia, mas a chanceler alemã afirmou peremptoriamente que não é esse o caminho.
Entretanto, o economista chefe do Citigroup recomendou hoje que o BCE intervenha e compre dívida no mercado secundário, afirmando que a Europa tem apenas semanas ou dias para evitar o default (incumprimento) da Espanha ou da Itália, o que seria uma catástrofe financeira que arrastaria o sistema financeiro europeu e norte-americano com ele.
Nesta tão complicada situação de incerteza, o jornal económico francês La Tribune pergunta se o BCE pode verdadeiramente salvar a Europa, ilustrando a notícia com uma moeda de um euro a afundar-se. Os dias estão realmente muito sombrios para a Europa.
Porém, a maior surpresa veio das palavras de Jean-Claude Juncker, o presidente do Eurogrupo, ao afirmar-se preocupado com a elevada dívida alemã (quase 90% do seu PIB), que é maior do que a dívida espanhola, ao mesmo tempo que era anunciado o corte do rating de dez bancos alemães por parte da Moody’s. A situação é muito complexa e muitos, em especial os franceses, defendem a intervenção do BCE, como única solução para resolver a crise da dívida soberana europeia, mas a chanceler alemã afirmou peremptoriamente que não é esse o caminho.
Entretanto, o economista chefe do Citigroup recomendou hoje que o BCE intervenha e compre dívida no mercado secundário, afirmando que a Europa tem apenas semanas ou dias para evitar o default (incumprimento) da Espanha ou da Itália, o que seria uma catástrofe financeira que arrastaria o sistema financeiro europeu e norte-americano com ele.
Nesta tão complicada situação de incerteza, o jornal económico francês La Tribune pergunta se o BCE pode verdadeiramente salvar a Europa, ilustrando a notícia com uma moeda de um euro a afundar-se. Os dias estão realmente muito sombrios para a Europa.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Os jornais e o rigor das notícias
O Diário Económico informa na sua edição de hoje que, de acordo com os dados do Ministério das Finanças, o Fisco já penhorou este ano um total de 8.315 carros, um valor que representa uma quebra de 27,2% face aos 10.577 automóveis penhorados no ano passado. Do total das penhoras feitas, verifica-se que 1.343 correspondem a carros de luxo, onde se incluem dois Ferrari, um Rolls Royce, quatro Jaguar e dez Porsche, mas também Lamborghini, Ducati, Mercedes, BMW, Chrysler, entre outras marcas. A notícia refere, ainda, que estes automóveis poderão não ir para venda no site do Portal das Finanças, porque entre a penhora e a venda há ainda um processo complexo, que passa pelo registo da penhora e pela marcação de venda, durante o qual o contribuinte pode regularizar a sua situação tributária e recuperar o carro.
Há pouco mais de um mês, no dia 3 de Outubro, o Correio da Manhã informava que havia 90 mil veículos penhorados pelo Estado a contribuintes que não pagaram os seus impostos e que esses carros seriam vendidos por leiloeiras privadas, uma vez que o Fisco não conseguia vender tantos automóveis pelos canais habituais.
Estas duas notícias mostram como devemos ser cuidadosos na análise e interpretação das notícias veiculadas pela imprensa que, cedendo muitas vezes ao sensacionalismo, relata acontecimentos que umas vezes são verdadeiros, outras vezes são falsos. Neste caso, uma fonte diz-nos que foram penhorados cerca de 8 mil carros, enquanto a outra fonte nos diz que foram 90 mil, sem que haja lugar a qualquer reparo ou correcção. Nem sequer há lugar a interpretações erradas, pois ambos os jornais colocaram esses números em primeira página!
Há pouco mais de um mês, no dia 3 de Outubro, o Correio da Manhã informava que havia 90 mil veículos penhorados pelo Estado a contribuintes que não pagaram os seus impostos e que esses carros seriam vendidos por leiloeiras privadas, uma vez que o Fisco não conseguia vender tantos automóveis pelos canais habituais.
Estas duas notícias mostram como devemos ser cuidadosos na análise e interpretação das notícias veiculadas pela imprensa que, cedendo muitas vezes ao sensacionalismo, relata acontecimentos que umas vezes são verdadeiros, outras vezes são falsos. Neste caso, uma fonte diz-nos que foram penhorados cerca de 8 mil carros, enquanto a outra fonte nos diz que foram 90 mil, sem que haja lugar a qualquer reparo ou correcção. Nem sequer há lugar a interpretações erradas, pois ambos os jornais colocaram esses números em primeira página!
Euro 2012: o futebol em festa
Foi uma noite de festa para quem gosta de futebol! No Estádio da Luz, a selecção portuguesa exibiu-se com grande competência, brilhou e venceu a equipa da Bósnia-Herzegovina por 6-2, assegurando a sua presença no Euro 2012. Com este resultado, a equipa portuguesa qualifica-se pela sétima vez consecutiva para a fase final das grandes competições internacionais de futebol e instala-se definitivamente no grupo das melhores equipas do mundo.
A expectativa era enorme e naqueles jogadores concentravam-se as esperanças de muitos portugueses. Em certo sentido, aquele jogo representava um grito de revolta colectivo contra as dificuldades por que estamos a passar, contra os cortes dos subsídios de férias e de Natal impostos pelo orçamento, contra a troika e contra os políticos mentirosos, contra os juros da dívida e a dúvida sobre o futuro do euro, contra o BPN e o BPP, contra os boys e as girls, contra os robalos e as alheiras, contra o desemprego e o desânimo.
Naquele jogo os portugueses pediam aos jogadores da selecção para lhes darem a alegria de um mês de futebol e de entusiasmo no próximo ano, que atenue os enormes sacrifícios a que vão ser submetidos. E eles responderam positivamente.
Entre 8 de Junho e 1 de Julho de 2012 a selecção portuguesa estará a disputar o Euro 2012 e o pensamento dos portugueses estará na Polónia e na Ucrânia.
A expectativa era enorme e naqueles jogadores concentravam-se as esperanças de muitos portugueses. Em certo sentido, aquele jogo representava um grito de revolta colectivo contra as dificuldades por que estamos a passar, contra os cortes dos subsídios de férias e de Natal impostos pelo orçamento, contra a troika e contra os políticos mentirosos, contra os juros da dívida e a dúvida sobre o futuro do euro, contra o BPN e o BPP, contra os boys e as girls, contra os robalos e as alheiras, contra o desemprego e o desânimo.
Naquele jogo os portugueses pediam aos jogadores da selecção para lhes darem a alegria de um mês de futebol e de entusiasmo no próximo ano, que atenue os enormes sacrifícios a que vão ser submetidos. E eles responderam positivamente.
Entre 8 de Junho e 1 de Julho de 2012 a selecção portuguesa estará a disputar o Euro 2012 e o pensamento dos portugueses estará na Polónia e na Ucrânia.
sábado, 12 de novembro de 2011
A casa europeia está a arder
Jean-Claude Juncker, o decano dos líderes europeus que há 16 anos está à frente do Luxemburgo e que há seis preside ao Eurogrupo, visitou Lisboa e afirmou:
"A casa europeia está a arder".
De facto, por razões endógenas ou por contágio, a crise financeira europeia vai alastrando e a ameaça à moeda única é cada vez mais evidente e mais séria.
Nesse mesmo dia, o diário francês Le Monde provocava muito pânico ao titular na sua primeira página:
“Depois da Grécia e da Itália, será a vez da França”?
Embora a França venha procurando projectar-se internacionalmente em diferentes domínios e se mantenha ligada à Alemanha através do directório Merkel-Sarkozy, o facto é que nas actuais circunstâncias está com muitas dificuldades financeiras. O seu grau de exposição às dívidas grega e italiana é muito elevado e preocupante, enquanto a sua dívida pública se aproxima dos 100% do PIB e o défice público está acima de 7%, o que tem levado a Comissão Europeia a sugerir medidas de austeridade suplementares para corrigir esse défice excessivo.
“Depois da Grécia e da Itália, será a vez da França”?
Na realidade, a casa europeia está a arder e, como tem sido dito, mais cedo ou mais tarde, o fogo chegará à porta de todos - incluindo da Alemanha.
Neste quadro de “incêndio” generalizado, é curioso verificar que, este ano, se espera que o défice português venha a ser inferior ao de oito dos 17 países do Eurogrupo, entre os quais os défices orçamentais espanhóis, franceses, irlandeses e gregos. Afinal estamos todos no mesmo barco e a tempestade a todos afecta, independentemente de quem é o timoneiro.
"A casa europeia está a arder".
De facto, por razões endógenas ou por contágio, a crise financeira europeia vai alastrando e a ameaça à moeda única é cada vez mais evidente e mais séria.
Nesse mesmo dia, o diário francês Le Monde provocava muito pânico ao titular na sua primeira página:
“Depois da Grécia e da Itália, será a vez da França”?
Embora a França venha procurando projectar-se internacionalmente em diferentes domínios e se mantenha ligada à Alemanha através do directório Merkel-Sarkozy, o facto é que nas actuais circunstâncias está com muitas dificuldades financeiras. O seu grau de exposição às dívidas grega e italiana é muito elevado e preocupante, enquanto a sua dívida pública se aproxima dos 100% do PIB e o défice público está acima de 7%, o que tem levado a Comissão Europeia a sugerir medidas de austeridade suplementares para corrigir esse défice excessivo.
“Depois da Grécia e da Itália, será a vez da França”?
Na realidade, a casa europeia está a arder e, como tem sido dito, mais cedo ou mais tarde, o fogo chegará à porta de todos - incluindo da Alemanha.
Neste quadro de “incêndio” generalizado, é curioso verificar que, este ano, se espera que o défice português venha a ser inferior ao de oito dos 17 países do Eurogrupo, entre os quais os défices orçamentais espanhóis, franceses, irlandeses e gregos. Afinal estamos todos no mesmo barco e a tempestade a todos afecta, independentemente de quem é o timoneiro.
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
A Itália à beira do abismo
O ataque ao euro e às dívidas soberanas prossegue, numa cadeia de acontecimentos cuja interpretação é cada vez mais complexa. Depois da Grécia, da Irlanda e de Portugal, agora é a Itália – a 4ª economia europeia, a 8ª economia do mundo e um dos membros do G8 – que enfrenta sérias dificuldades financeiras.
Perante a pressão dos credores, o primeiro-ministro Berlusconi demitiu-se, enquanto se preparam medidas de austeridade para reduzir a dívida e o défice italianos. Com a economia estagnada há dez anos, a dívida pública acima dos 120% do PIB e com os respectivos juros a atingirem a barreira psicológica dos 7%, a Itália chegou à beira do abismo, como afirma o jornal catalão La Vanguardia .
No primeiro trimestre de 2012 terá de amortizar 64 mil milhões de euros da sua dívida pública e, no conjunto do ano de 2012, este valor subirá para o astronómico valor de 306 mil milhões de euros. Ninguém sabe o que irá acontecer e somos confrontados com todo o tipo de análises, parecendo significar que não há outra solução que não seja a austeridade, a que se segue a recessão económica, o empobrecimento e a continuação da espiral da dívida, com maior ou menor reacção social. Como tem sido dito, a Itália é grande demais para falir, mas também é grande demais para salvar. A incerteza reina na Europa, o euro está em perigo e o futuro é sombrio.
Há poucos meses, via-se e ouvia-se o sargento Catroga, o Moedas, o Cantiga e, sobretudo, esse génio da basófia que é o Nogeira, a tratarem o nosso problema como se fosse um caso de gorduras do Estado, de excesso de institutos e de fundações e, até, dos humores do Primeiro-Ministro. Com a mudança governamental, as agências de rating iriam sossegar, cairiam as taxas de juro e tudo se resolveria sem atacar a classe média, nem aumentar impostos. Eles tinham soluções para tudo.
Afinal, como agora se vê claramente, eles eram ignorantes ou mentirosos, porque o problema era outro.
Perante a pressão dos credores, o primeiro-ministro Berlusconi demitiu-se, enquanto se preparam medidas de austeridade para reduzir a dívida e o défice italianos. Com a economia estagnada há dez anos, a dívida pública acima dos 120% do PIB e com os respectivos juros a atingirem a barreira psicológica dos 7%, a Itália chegou à beira do abismo, como afirma o jornal catalão La Vanguardia .
No primeiro trimestre de 2012 terá de amortizar 64 mil milhões de euros da sua dívida pública e, no conjunto do ano de 2012, este valor subirá para o astronómico valor de 306 mil milhões de euros. Ninguém sabe o que irá acontecer e somos confrontados com todo o tipo de análises, parecendo significar que não há outra solução que não seja a austeridade, a que se segue a recessão económica, o empobrecimento e a continuação da espiral da dívida, com maior ou menor reacção social. Como tem sido dito, a Itália é grande demais para falir, mas também é grande demais para salvar. A incerteza reina na Europa, o euro está em perigo e o futuro é sombrio.
Há poucos meses, via-se e ouvia-se o sargento Catroga, o Moedas, o Cantiga e, sobretudo, esse génio da basófia que é o Nogeira, a tratarem o nosso problema como se fosse um caso de gorduras do Estado, de excesso de institutos e de fundações e, até, dos humores do Primeiro-Ministro. Com a mudança governamental, as agências de rating iriam sossegar, cairiam as taxas de juro e tudo se resolveria sem atacar a classe média, nem aumentar impostos. Eles tinham soluções para tudo.
Afinal, como agora se vê claramente, eles eram ignorantes ou mentirosos, porque o problema era outro.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Uma exposição de invulgar qualidade
A Perspectiva das Coisas: a Natureza-morta na Europa, séculos XVII a XX é um projecto da Fundação Calouste Gulbenkian para ser apresentado em dois tempos, constituindo uma extensa mostra que se debruça sobre o género da natureza-morta.
A primeira parte foi apresentada entre 12 de Fevereiro e 2 de Maio de 2010 tendo abrangido os séculos XVII e XVIII e apresentado obras de Rembrandt, Chardin e Francisco de Goya, entre outros.
A segunda parte do projecto abrange os séculos XIX e XX e está patente ao público desde 20 de Outubro de 2011 até 8 de Janeiro de 2012, apresentando 93 obras de 70 pintores, incluindo Pablo Picasso, Henri Matisse, Paul Gaugin, Salvador Dali, Paul Cézanne, Pierre-Auguste Renoir, Vincent Van Gogh e Claude Monet.
A maioria das obras expostas nunca foi vista em Portugal e resulta de empréstimos de algumas das mais importantes instituições museológicas europeias e americanas, públicas e privadas. É uma autêntica raridade. No entanto, a exposição também inclui várias obras da própria colecção Gulbenkian, assinadas por Amadeo de Souza-Cardoso, Eduardo Viana, Mário Eloy e Vieira da Silva.
A exposição é visualmente muito rica, mostrando obras de invulgar qualidade e explora os temas recorrentes da natureza-morta ao longo de quatro séculos: frutos, caça, cozinhas e mesas de banquete, pintura de flores, instrumentos musicais, entre outros. Trata-se de um acontecimento cultural de excelência e de uma singular oportunidade para o público português, podendo ser vista de terça-feira a domingo das 10.00 às 18.00 horas, e às quintas-feiras e sábados até às 20.00 horas, por apenas cinco euros.
Obviamente, uma grande exposição a visitar!
A primeira parte foi apresentada entre 12 de Fevereiro e 2 de Maio de 2010 tendo abrangido os séculos XVII e XVIII e apresentado obras de Rembrandt, Chardin e Francisco de Goya, entre outros.
A segunda parte do projecto abrange os séculos XIX e XX e está patente ao público desde 20 de Outubro de 2011 até 8 de Janeiro de 2012, apresentando 93 obras de 70 pintores, incluindo Pablo Picasso, Henri Matisse, Paul Gaugin, Salvador Dali, Paul Cézanne, Pierre-Auguste Renoir, Vincent Van Gogh e Claude Monet.
A maioria das obras expostas nunca foi vista em Portugal e resulta de empréstimos de algumas das mais importantes instituições museológicas europeias e americanas, públicas e privadas. É uma autêntica raridade. No entanto, a exposição também inclui várias obras da própria colecção Gulbenkian, assinadas por Amadeo de Souza-Cardoso, Eduardo Viana, Mário Eloy e Vieira da Silva.
A exposição é visualmente muito rica, mostrando obras de invulgar qualidade e explora os temas recorrentes da natureza-morta ao longo de quatro séculos: frutos, caça, cozinhas e mesas de banquete, pintura de flores, instrumentos musicais, entre outros. Trata-se de um acontecimento cultural de excelência e de uma singular oportunidade para o público português, podendo ser vista de terça-feira a domingo das 10.00 às 18.00 horas, e às quintas-feiras e sábados até às 20.00 horas, por apenas cinco euros.
Obviamente, uma grande exposição a visitar!
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A ondulação perfeita na Nazaré
O espectacular acontecimento entusiasmou toda a gente que a ele assistiu junto do farol da Nazaré e o jornal Diário de Notícias chamou-a à sua primeira página: no passado dia 1 de Novembro o surfista irlandês Garret McNamara apanhou uma onda de cerca de 30 metros na Praia do Norte, na Nazaré, supondo-se que tenha sido a maior onda alguma vez surfada em todo o mundo.
As imagens captadas vão agora ser avaliadas pelos peritos para determinar a sua altura exacta, através de um processo simples: assume-se a altura do surfista como referência e extrapola-se para conseguir a distância entre o topo e a parte mais baixa da face da onda. Seja qual for a medição que vier a ser fixada, a Nazaré ofereceu ao mundo do surf uma das maiores ondas de sempre.
McNamara é um especialista em ondas gigantes e tem vindo a explorar as excepcionais condições da Praia do Norte, onde se formam ondas gigantes devido ao “canhão da Nazaré”, um desfiladeiro submarino com cerca de 170 km que chega aos 5 mil metros de profundidade.
Com a sua performance o surfista irlandês terá pulverizado a anterior marca registada no Guinness - uma onda de 77 pés (23,5 metros) apanhada em 2001 no Banco de Cortez, ao largo da Califórnia, pelo norte-americano Mike Parsons.
As impressionantes imagens recolhidas foram largamente divulgadas em todo o mundo e McNamara declarou ter sido beneficiado por uma ondulação perfeita: “Acho que aquela onda veio ter connosco. Fomos abençoados!”
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Home, sweet home!
Depois de cerca de vinte dias de ausência e de peregrinação emocional e turística por terras distantes, estou de regresso a casa.
Revi muitos amigos e revisitei muitos locais, sobretudo em Goa, não tive quaisquer incidentes nem acidentes e tudo correu com normalidade, mas é sempre muito gratificante voltar a Lisboa.
Durante esse tempo de viagem não acompanhei com suficiente detalhe as notícias do mundo, nem tão pouco os desenvolvimentos da crise europeia ou da situação portuguesa, pelo que vou procurar actualizar-me rapidamente para melhor compreender o nosso futuro próximo.
A cansativa viagem de regresso com escalas em Mumbai (Bombaim) e Frankfurt, assim como o acentuado jet lag, requerem algum tempo de recuperação física que espero seja breve, para voltar com entusiasmo à Rua dos Navegantes dentro de pouco tempo.
Revi muitos amigos e revisitei muitos locais, sobretudo em Goa, não tive quaisquer incidentes nem acidentes e tudo correu com normalidade, mas é sempre muito gratificante voltar a Lisboa.
Durante esse tempo de viagem não acompanhei com suficiente detalhe as notícias do mundo, nem tão pouco os desenvolvimentos da crise europeia ou da situação portuguesa, pelo que vou procurar actualizar-me rapidamente para melhor compreender o nosso futuro próximo.
A cansativa viagem de regresso com escalas em Mumbai (Bombaim) e Frankfurt, assim como o acentuado jet lag, requerem algum tempo de recuperação física que espero seja breve, para voltar com entusiasmo à Rua dos Navegantes dentro de pouco tempo.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Adeus, até ao meu regresso!
Amanhã vou sair do país e vou voar até à Índia. Durante cerca de duas semanas, estarei em Goa e em alguns outros lugares da costa do Concão, a rever muitos dos locais por onde construímos uma história que preenche uma parte do nosso imaginário, feita de “naufrágios, viagens, fantasias & batalhas”.
Numa terra de muitos contrastes e de grande diversidade cultural, religiosa e étnica, irei reencontrar nas pessoas e nas pedras, muitas referências culturais que nos são comuns e que, muitas vezes, nos emocionam profundamente.
Por razões logísticas, provavelmente, terei que interromper ou reduzir bastante as minhas incursões pela Rua dos Navegantes, mas espero recolher algumas informações e impressões para utilizar posteriormente, se achar que isso tem algum interesse.
Entretanto, como se dizia noutros tempos: Adeus, até ao meu regresso!
Numa terra de muitos contrastes e de grande diversidade cultural, religiosa e étnica, irei reencontrar nas pessoas e nas pedras, muitas referências culturais que nos são comuns e que, muitas vezes, nos emocionam profundamente.
Por razões logísticas, provavelmente, terei que interromper ou reduzir bastante as minhas incursões pela Rua dos Navegantes, mas espero recolher algumas informações e impressões para utilizar posteriormente, se achar que isso tem algum interesse.
Entretanto, como se dizia noutros tempos: Adeus, até ao meu regresso!
domingo, 16 de outubro de 2011
Carros de luxo: lê-se e não se acredita!
O Correio da Manhã informou na sua edição de hoje, com grande destaque, que a “CP encomenda 13 carros de luxo para chefes”.
Lê-se e não se acredita!
Numa altura em que um dos quebra-cabeças governamentais são as empresas públicas de transportes, os seus défices de exploração e os seus avultados passivos, esta notícia é, à sua escala, um enorme murro no estômago, como diria o nosso Primeiro.
Os modernos jornais tendem a exagerar, a praticar o sensacionalismo e a utilizar uma duvidosa tematização no seu alinhamento noticioso mas, frequentemente, também assumem o papel de guardiões dos valores democráticos, ao vigiar os atropelos e ao denunciar os excessos praticados.
Escasseiam os chamados jornais de referência em que se acreditava plenamente e os leitores – tal como os ouvintes e os telespectadores – cada vez mais, têm que estar atentos para decifrar a verdade na notícia que foi produzida para nos ser servida, até porque o mesmo facto pode dar origem a notícias de significados opostos.
A notícia hoje divulgada pode ser verdadeira ou falsa, mas tem um efeito psicológico desmoralizador sobre os leitores e acentua o clima depressivo que se está a apoderar da sociedade portuguesa. Ninguém compreende como estas coisas são possíveis, exactamente quando todos os dias nos chegam notícias devastadoras e brutais, a antecipar dias sombrios.
Lê-se e não se acredita!
Numa altura em que um dos quebra-cabeças governamentais são as empresas públicas de transportes, os seus défices de exploração e os seus avultados passivos, esta notícia é, à sua escala, um enorme murro no estômago, como diria o nosso Primeiro.
Os modernos jornais tendem a exagerar, a praticar o sensacionalismo e a utilizar uma duvidosa tematização no seu alinhamento noticioso mas, frequentemente, também assumem o papel de guardiões dos valores democráticos, ao vigiar os atropelos e ao denunciar os excessos praticados.
Escasseiam os chamados jornais de referência em que se acreditava plenamente e os leitores – tal como os ouvintes e os telespectadores – cada vez mais, têm que estar atentos para decifrar a verdade na notícia que foi produzida para nos ser servida, até porque o mesmo facto pode dar origem a notícias de significados opostos.
A notícia hoje divulgada pode ser verdadeira ou falsa, mas tem um efeito psicológico desmoralizador sobre os leitores e acentua o clima depressivo que se está a apoderar da sociedade portuguesa. Ninguém compreende como estas coisas são possíveis, exactamente quando todos os dias nos chegam notícias devastadoras e brutais, a antecipar dias sombrios.
Os portugueses no reino do Sião
A Fundação Oriente, em colaboração com a Embaixada do Reino da Tailândia, inaugurou
“A glória do passado da Tailândia e os 500 anos de relações luso-tailandesas”, uma exposição que vai estar patente ao público até ao dia 13 de Novembro, no Museu do Oriente.
O tema da exposição é a civilização tailandesa, desde a pré-história até à actualidade, mas comemora também os 500 anos de relações entre Portugal e a Tailândia.
Os portugueses chegaram ao antigo reino do Sião em 1509 e, alguns anos depois, com permissão do seu rei, os missionários portugueses - Dominicanos, Jesuítas e Franciscanos - começaram a cristianizar os siameses, vindo a ser integrados na diocese de Malaca em 1557. Em meados do século XVII, o Padroado Português do Oriente tinha criado raízes e os portugueses já estavam estabelecidos há mais de um século com três paróquias no Nan Portuguete (Aldeia dos portugueses). O português era a língua franca e já existia uma numerosa comunidade luso-tailandesa, calculada em mais de duas mil e quinhentas almas. Na sequência da perda de Malaca e das disputas entre o Padroado Português do Oriente e a Propaganda Fidae, que levaram para o Oriente as rivalidades europeias, a influência portuguesa no Sião veio a perder-se.
A exposição apoia-se em fotografias e réplicas de testemunhos arqueológicos das relações entre Portugal e a Tailândia, encontradas nesse país.
Hoje, a memória portuguesa na Tailândia persiste e é muito respeitada.
“A glória do passado da Tailândia e os 500 anos de relações luso-tailandesas”, uma exposição que vai estar patente ao público até ao dia 13 de Novembro, no Museu do Oriente.
O tema da exposição é a civilização tailandesa, desde a pré-história até à actualidade, mas comemora também os 500 anos de relações entre Portugal e a Tailândia.
Os portugueses chegaram ao antigo reino do Sião em 1509 e, alguns anos depois, com permissão do seu rei, os missionários portugueses - Dominicanos, Jesuítas e Franciscanos - começaram a cristianizar os siameses, vindo a ser integrados na diocese de Malaca em 1557. Em meados do século XVII, o Padroado Português do Oriente tinha criado raízes e os portugueses já estavam estabelecidos há mais de um século com três paróquias no Nan Portuguete (Aldeia dos portugueses). O português era a língua franca e já existia uma numerosa comunidade luso-tailandesa, calculada em mais de duas mil e quinhentas almas. Na sequência da perda de Malaca e das disputas entre o Padroado Português do Oriente e a Propaganda Fidae, que levaram para o Oriente as rivalidades europeias, a influência portuguesa no Sião veio a perder-se.
A exposição apoia-se em fotografias e réplicas de testemunhos arqueológicos das relações entre Portugal e a Tailândia, encontradas nesse país.
Hoje, a memória portuguesa na Tailândia persiste e é muito respeitada.
sábado, 15 de outubro de 2011
Um verdadeiro marajá em Portimão
Foi recentemente divulgado o relatório de uma auditoria ao “Sistema remuneratório dos gestores hospitalares e aos princípios e boas práticas de governação dos Hospitais, EPE”, relativa ao ano de 2009 e que foi concluído pelo Tribunal de Contas em Julho de 2011.
São 318 páginas que explicam, analisam e comentam o sistema remuneratório dos 198 administradores de 39 hospitais públicos portugueses, mas cuja leitura começa por nos deixar a estranha sensação de que muitos estabelecimentos hospitalares parecem existir para servir administradores e clínicos. Assim, verifiquei que em 2009 esses administradores receberam mais de 14 milhões de euros, isto é, mais 19% do que no ano anterior, quando a crise já apertava.
Pensei que também iria encontrar algumas estatísticas dos resultados relativos à eficiência das administrações hospitalares em termos de cirurgias, exames, internamentos, consumo de medicamentos ou listas de espera, mas encontrei os preços de aquisição das viaturas de serviço dos administradores, as suas despesas com telemóveis, com combustíveis e com a chamada representação por inerência de funções, entre outras. Mas encontrei, também, tal como o Jornal de Notícias encontrou, que a remuneração individual total anual de um médico do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, EPE, em regime de dedicação exclusiva de 42 horas semanais, nos custou 796 mil euros em 2008 e 745 mil euros em 2009.
Um verdadeiro marajá em Portimão! Parece ser o caso mais notório de um obsceno aproveitamento dos meus impostos, embora se saiba que há muitos casos semelhantes no continente e nas ilhas.
Assim não há impostos que cheguem para sanear as nossas contas da saúde.
O Campos tentou acabar com isto, mas foi posto na rua.
Será que o Macedo vai conseguir?
São 318 páginas que explicam, analisam e comentam o sistema remuneratório dos 198 administradores de 39 hospitais públicos portugueses, mas cuja leitura começa por nos deixar a estranha sensação de que muitos estabelecimentos hospitalares parecem existir para servir administradores e clínicos. Assim, verifiquei que em 2009 esses administradores receberam mais de 14 milhões de euros, isto é, mais 19% do que no ano anterior, quando a crise já apertava.
Pensei que também iria encontrar algumas estatísticas dos resultados relativos à eficiência das administrações hospitalares em termos de cirurgias, exames, internamentos, consumo de medicamentos ou listas de espera, mas encontrei os preços de aquisição das viaturas de serviço dos administradores, as suas despesas com telemóveis, com combustíveis e com a chamada representação por inerência de funções, entre outras. Mas encontrei, também, tal como o Jornal de Notícias encontrou, que a remuneração individual total anual de um médico do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, EPE, em regime de dedicação exclusiva de 42 horas semanais, nos custou 796 mil euros em 2008 e 745 mil euros em 2009.
Um verdadeiro marajá em Portimão! Parece ser o caso mais notório de um obsceno aproveitamento dos meus impostos, embora se saiba que há muitos casos semelhantes no continente e nas ilhas.
Assim não há impostos que cheguem para sanear as nossas contas da saúde.
O Campos tentou acabar com isto, mas foi posto na rua.
Será que o Macedo vai conseguir?
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