Um dirigente nacional da jovem associação cívica
“Transparência e Integridade” afirmou ao Jornal de Notícias que o nosso Parlamento "se abastardou" e que é um “escritório de representações”, denunciando que, pelo menos 13 dos actuais deputados - que identifica -, chumbam na ética, porque um deputado não pode defender os eleitores e o interesse público e, ao mesmo tempo, representar interesses privados.
Os deputados são eleitos pelo povo para o representar no Parlamento, para exerceram a função legislativa e para defender o bem comum e o interesse público. Para o bom desempenho desse cargo, têm um estatuto apropriado, alargadas imunidades, muitos privilégios e elevadas remunerações no contexto da administração do Estado.
Assim, eles deveriam ser os melhores, ou dos melhores, de todos nós.
Porém, a análise comparativa do registo de interesses dos deputados com a sua actividade política e parlamentar, revela falta de transparência e menor integridade ética, pois muitos desses deputados estão ligados a empresas públicas, sociedades de advogados, empresas imobiliárias e de construção civil, bancos e sociedades financeiras. O conflito de interesses é evidente e, embora não se trate de situações de clara ilegalidade, são casos de ganância e comportamentos eticamente condenáveis de gente “que não tem vergonha na cara” e que, dessa forma, potenciam maus exemplos para toda a sociedade. São deputados que estão off-side. Não podemos manter esse tipo de gente. Não pode valer tudo. Na anterior legislatura calcula-se que um terço dos deputados estava em conflito de interesses e, na actual, estima-se que esse número seja semelhante.
Não há quem ponha fim a isto?
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