A TAP foi distinguida como a melhor companhia aérea europeia, numa eleição organizada pela revista americana Global Traveler, na qual participaram três dezenas de companhias de notoriedade internacional e em que votaram cerca de 36 mil passageiros frequentes e passageiros executivos, que fazem em média 16 viagens internacionais e 16 viagens domésticas por ano.
Este resultado acontece quando o processo de privatização da TAP já estará a avançar, nos termos do Memorando com a troika assinado em 17 de Maio que, no seu ponto 3.31, trata da privatização da TAP e estabelece que esta deve ser feita até ao final de 2011, se as condições do mercado o permitirem.
Porém, esta distinção vem lembrar a utilidade social e a importância estratégica da TAP para a unidade nacional, para a coesão territorial e para a economia portuguesa, mas também que é uma das marcas portuguesas mais conhecidas em todo o mundo.
A TAP emprega directamente cerca de 12 mil pessoas e dá emprego indirecto a alguns milhares; o seu impacto macroeconómico é enorme em termos de rendimento e de emprego, mas também em termos de exportações, pois calcula-se que estas representem cerca de 5% das exportações portuguesas (transporte de passageiros residentes no estrangeiro, carga e correio, serviços de manutenção e de handling, etc.).
A TAP é uma empresa estratégica para assegurar o interesse nacional, desde a defesa à economia, passando pela independência nacional e pela própria ideia de soberania. Apresenta uma rentabilidade social positiva e, desde 1997, apenas recebe do Estado as indemnizações compensatórias que lhe são devidas pelo serviço que assegura com as regiões autónomas, mas esse montante é cinco vezes menor do que aquele que recebe a RTP. Então, privatizar para quê?
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