Na última cimeira
europeia o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez pediu para “rebajar el tono
bélico” utilizado por alguns estados-membros, mas a resposta veio do
primeiro-ministro polaco Donald Tusk numa entrevista hoje publicada pelo diário
espanhol El País. Donald Tusk afirmou que “estamos en una época de
preguerra”, acrescentando que “no exagero” e que “nuestro deber no es discutir,
sino prepararnos para defendernos”, alertando que “el conflicto en Ucrania puede
alargarse”.
Hoje, também a
edição do jornal francês La Dépêche du
Midi destaca em manchete o título “Economie de guerre: la France se
prépare”, na sequência de uma afirmação do seu Ministro do Armamento em que não
excluia o recurso de impor à industria francesa a satisfação prioritária das
necessidades militares, porque “les stocks de l’armée française étaient adaptés
au temps de paix et nous en avons donné une grande partie aux Ukrainieens”.
Há dias foi Lloyd
Austin, o secretário da Defesa dos Estados Unidos, que numa reunião com os seus
homónimos de quase cinquenta países declarou que “no nos engañemos, Putin no se
detendrá en Ucrania”, enquanto Scholz, Macron e Tusk decidiram reforçar o seu
apoio militar à Ucrânia através da aquisição imediata de mais armamento,
perante a ameaça de uma nova ofensiva russa.
Não há dúvida que
Pedro Sánchez tem razão ao pedir para “rebajar el tono bélico”. Há um discurso
de guerra que persiste e preocupa, como se a guerra fosse a solução para a
conflitualidade entre países. Não é preciso recorrer às lições da História para
saber que as guerras modernas não têm vencedores e que todos saem derrotados. Basta
ver as imagens televisivas da morte, do sofrimento e da destruição para
condenarmos o “tono bélico” que anda no ar.