Um pouco por toda
a parte fala-se muito do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, mas muito poucos
falam da necessidade de acabar com as suas catastróficas consequências e de
encontrar uma solução honrosa para as duas partes. A equação é difícil, até porque a
guerra tem sido alimentada por um discurso belicista dos meios de comunicação e
dos poderes que os dominam, apresentando-a como inevitável, enquanto
se acentua a prosperidade de algumas indústrias do armamento, a mostrar que há
quem ganhe com esta guerra. Essas posições também têm sido sustentadas por
alguns estrategas especializados em data recente e até por alguns dirigentes com interesses políticos particulares.
Porém, há países
que começam a sentir o custo demasiado elevado desta guerra e a pressão das
opiniões públicas, que exigem que a Diplomacia pare com a guerra, faça
negociações e alcance a paz.
Uma outra importante
variável nesta equação é a eleição presidencial americana que ocorrerá em
Novembro e que, por razões diversas, parece estar a preparar a progressiva saída
dos Estados Unidos deste conflito, porque o país tem presente os traumas do
Vietnam, do Iraque e do Afeganistão. Assim, tem sido Emmanuel Macron a procurar
apresentar-se como um pequeno Napoleão do século XXI, através de iniciativas que
supostamente tendem a resistir ao eventual expansionismo russo, havendo vários estados-membros da NATO e da União
Europeia que consideram a hipótese de enviar tropas para a Ucrânia, o que
representaria o aumento da escalada belicista e, possivelmente, o início de
uma confrontação numa escala incontrolável que as opiniões públicas europeias já
afirmaram não desejar. Neste perturbador quadro, a questão levantada pela mais recente
edição da revista Newsweek, na sua habitual linha belicista, é muito pertinente: Can Europe Fight Alone? Porém, talvez a pergunta devesse ser outra: Can Europe Stop the War?
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