terça-feira, 31 de outubro de 2023
Springboks e Lobos na festa do râguebi
domingo, 29 de outubro de 2023
Aníbal, Maria e os seus 60 anos de amores
quinta-feira, 26 de outubro de 2023
Viva o secretário-geral António Guterres!
Na passada terça-feira o secretário-geral das Nações Unidas interveio no Conselho de Segurança para pedir um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza por razões humanitárias e para acabar com o “sofrimento épico” do povo palestiniano. António Guterres afirmou que os bombardeamentos israelitas representam “uma punição colectiva do povo palestiniano” e uma violação do Direito Internacional, afirmando também que os ataques do Hamas foram “terríveis”, mas não aconteceram do nada. Segundo Guterres “o povo palestiniano foi submetido a 56 anos de ocupação sufocante”, tendo visto “as suas terras serem continuamente devoradas por colonatos e assoladas pela violência, a sua economia sufocada, as suas casas demolidas e as pessoas a serem deslocadas”. O representante de Israel reagiu e pediu a Guterres que se demitisse imediatamente, acusando-se de patrocinar o terrorismo do Hamas, enquanto o governo israelita parece ter cortado relações com as Nações Unidas. É sabido que, desde sempre, o estado de Israel não cumpre as decisões das Nações Unidas e, no actual conflito, tem resistido aos pedidos internacionais de contenção e tem massacrando diariamente a Faixa de Gaza, o que já está a ser visto como um genocídio. António Guterres foi corajoso e cumpriu os seus deveres de secretário-geral, defendendo os mais fracos e a Carta das Nações Unidas, sem deixar de condenar inequivocamente “os actos de terror horríveis do Hamas”, mas denunciando também os bombardeamentos israelitas. A imprensa internacional não dá qualquer destaque a este “número” feito por Israel e não critica as afirmações de António Guterres que, pelo contrário, tem sido elogiado pela sua coragem e coerência. É um não-assunto. O que é curioso é o facto de haver em Portugal alguns comentadores que “são mais papistas do que o Papa” e que trataram de se aliar aos radicais israelitas, embora aparecendo travestidos de especialistas neutrais.