O assassinato de
adversários políticos sempre foi uma prática habitual no processo histórico
mundial e, nos anos mais recentes, podem-se recordar-se os assassínios de destacados
políticos como John Kennedy, Indira Gandhi ou Yitzhak Rabin. Esses casos foram resolvidos
internamente mas, por vezes, a obsessão perseguidora aos adversários políticos estende-se
para além das suas fronteiras, assim tendo acontecido com o regime de Staline
que mandou matar Leon Trotsky quando estava exilado no México, ou com o regime
de Salazar que deu ordens para eliminar o general Humberto Delgado que estava em
Espanha.
Na sua edição de
hoje o jornal The Washington Post divulga um relatório que revela ligações estreitas
entre o governo de Narendra Modi e uma tentativa frustrada de assassinato de Gurpatwant Singh Pannun, um líder separatista sikh que vive nos Estados Unidos. Não
sabemos se o relatório é falso ou verdadeiro, mas o jornal refere “o longo braço da repressão”.
Pannum
defende a independência do Punjab, um estado do noroeste da Índia com 25 milhóes
de habitantes de maioria sikh e que
já está baptizado como Khalistan. A tentativa
de eliminação de Pannum terá ocorrido em 2023 e teria sido organizada pelos serviços de
espionagem de Nova Delhi, num quadro de perseguição à diáspora indiana na Ásia,
Europa e América do Norte. Através do jornal The New India Express, o governo de Narendra Modi classificou hoje as
notícias do diário americano como “injustificadas e infundadas”.
A
India já é o mais populoso país do mundo e é uma federação de 29 estados e sete
Union Territories, sendo um
caleidocópio de línguas, de religiões e de culturas. As notícias hoje
veiculadas pelo The Washington Post mostram que os tempos não parecem ser nada fáceis para a Índia de Narendra Modi.