segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Afinal, o Mota é muito vulgar

Numa altura em que as notícias e os sinais da crise já assustam, com os transportes públicos cheios de pessoas inquietas e tristes, com o desemprego e a pobreza a aumentarem e com as lojas e os restaurantes sem clientes, a notícia do Correio da Manhã é um verdadeiro murro no estômago. O jovem ministro, que é um político profissional, quando era deputado deslocava-se para a Assembleia da República numa Vespa e utilizou esse mesmo transporte no dia da sua tomada de posse, mas deslumbrou-se e utiliza agora um luxuoso Audi A7 novo, avaliado em 86 mil euros.
Os serviços do ministério desculparam-se ao afirmar que o carro foi comprado por concurso lançado pelo anterior governo e que o ministro não dispunha de qualquer viatura desde que tomou posse. São tão ridículas essas justificações que nem merecem comentário.
O ministro deveria ter recusado esse carro novo que é uma afronta para os idosos, para os desempregados, para os funcionários públicos, enfim, para todos os contribuintes.
E este não é um ministro qualquer: é o Ministro da Solidariedade e Segurança e Social. Ele deveria dar o exemplo de sobriedade e de solidariedade, numa altura em que uma boa parte da população, começa a passar fome e a não ter dinheiro para os seus medicamentos, nem para fazer face às suas necessidades básicas.
Ao utilizar aquela luxuosa viatura no actual contexto social, o ministro Pedro Mota Soares passou "da jeropiga para o whisky velho" e surpreendeu, tornando-se uma personagem muito vulgar que não resistiu ao novo-riquismo que tanto tem contribuido para nos afundar.

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