À entrada do lado nascente da vila da Benedita, num local conhecido por Moinho Velho, encontra-se uma estação de serviço que se apresenta sob a marca Oleofat.
Aparentemente, a estação não tem nada que, de forma especial, a distinga de tantas outras que se encontram disseminadas ao longo das estradas do país.
Porém, antecipando-se a uma eventual visita a esta estação dos “amigos do alheio”, foi afixada uma placa bastante conspícua junto das respectivas bombas de abastecimento de combustível que, recorrendo a um tratamento de grande deferência, presta uma informação de grande utilidade para os Srs. Ladrões.
A gerência da Oleofat parece enfrentar os tempos com realismo e é, de facto, muito bem humorada!
sábado, 31 de dezembro de 2011
A utilidade de uma informação - I
No topo: José Mourinho
Até há poucos anos, o mundo do futebol assentava em clubes financiados por sócios ou por mecenas, com equipas norteadas pelo “amor à camisola” e no desempenho dos jogadores que se mantinham no mesmo clube por muitos anos.
Os tempos mudaram e, na actualidade, o futebol conquistou o mundo e transformou-se numa grande indústria global que movimenta grandes interesses e avultadas somas, sobretudo em prémios, transferências, patrocínios e transmissões televisivas.
Os messis e os ronaldos da actualidade, tal como os eusébios, os pelés ou os maradonas de outros tempos, continuam a ser os protagonistas centrais do espectáculo futebolístico, mas nos últimos tempos entraram em cena novos actores - os presidentes, os árbitros, as claques, os patrocinadores, as equipas técnicas e, sobretudo, os treinadores.
Cada vez mais, os treinadores fazem parte do mundo do futebol e do espectáculo futebolístico, mobilizando as atenções dos mass media.
Um dos treinadores mais conhecidos no mundo é português e chama-se José Mourinho. As equipas por si orientadas foram campeãs nacionais de futebol em Portugal, na Inglaterra e na Itália e ganharam a Liga dos Campeões por duas vezes. Por isso tem recebido inúmeros prémios e foi a primeira figura portuguesa ligada ao futebol a ser distinguida, com o doutoramento honoris causa, atribuído pela Faculdade de Motricidade Humana. Em Janeiro de 2011 a FIFA elegeu-o como o melhor treinador do mundo.
Recentemente, José Mourinho foi entrevistado pela BBC e o diário espanhol as destacou na sua primeira página essa entrevista do actual treinador do histórico Real Madrid.
É um português no topo!
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
No topo: Cristiano Ronaldo (2)
Um jornal espanhol – as – numa edição do princípio de Dezembro deste ano, destacou na sua primeira página o futebolista Cristiano Ronaldo e a nossa Rua dos Navegantes assinalou esse facto num post inserido no dia 3 de Dezembro de 2011.
Ainda não decorreu um mês e, desta vez, é uma revista francesa especializada em futebol – onze mondial – que sem utilizar o tradicional chauvinismo francês, esquece os seus ídolos nacionais e também destaca na sua primeira página o futebolista português, classificando-o como “200% star”.
Cristiano Ronaldo é, portanto, um português reconhecido internacionalmente e que está colocado firmemente no topo.
A análise da imprensa internacional revela que nas primeiras páginas dos principais jornais não aparecem portugueses que se destaquem na ciência, na cultura ou na economia, mas relativamente ao futebol não se passa a mesma coisa.
Os portugueses destacam-se no futebol e a imprensa reflecte essa realidade. Porém, este tipo de notoriedade não constitui um valor absoluto e o seu significado tem apenas um valor relativo, pois resulta da utilização de estratégias de promoção muito particulares.
Porém, é positivo para a nossa auto-estima e ajuda a melhorar a imagem de Portugal no mundo.
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Há deputados em off-side
Um dirigente nacional da jovem associação cívica
“Transparência e Integridade” afirmou ao Jornal de Notícias que o nosso Parlamento "se abastardou" e que é um “escritório de representações”, denunciando que, pelo menos 13 dos actuais deputados - que identifica -, chumbam na ética, porque um deputado não pode defender os eleitores e o interesse público e, ao mesmo tempo, representar interesses privados.
Os deputados são eleitos pelo povo para o representar no Parlamento, para exerceram a função legislativa e para defender o bem comum e o interesse público. Para o bom desempenho desse cargo, têm um estatuto apropriado, alargadas imunidades, muitos privilégios e elevadas remunerações no contexto da administração do Estado.
Assim, eles deveriam ser os melhores, ou dos melhores, de todos nós.
Porém, a análise comparativa do registo de interesses dos deputados com a sua actividade política e parlamentar, revela falta de transparência e menor integridade ética, pois muitos desses deputados estão ligados a empresas públicas, sociedades de advogados, empresas imobiliárias e de construção civil, bancos e sociedades financeiras. O conflito de interesses é evidente e, embora não se trate de situações de clara ilegalidade, são casos de ganância e comportamentos eticamente condenáveis de gente “que não tem vergonha na cara” e que, dessa forma, potenciam maus exemplos para toda a sociedade. São deputados que estão off-side. Não podemos manter esse tipo de gente. Não pode valer tudo. Na anterior legislatura calcula-se que um terço dos deputados estava em conflito de interesses e, na actual, estima-se que esse número seja semelhante.
Não há quem ponha fim a isto?
“Transparência e Integridade” afirmou ao Jornal de Notícias que o nosso Parlamento "se abastardou" e que é um “escritório de representações”, denunciando que, pelo menos 13 dos actuais deputados - que identifica -, chumbam na ética, porque um deputado não pode defender os eleitores e o interesse público e, ao mesmo tempo, representar interesses privados.
Os deputados são eleitos pelo povo para o representar no Parlamento, para exerceram a função legislativa e para defender o bem comum e o interesse público. Para o bom desempenho desse cargo, têm um estatuto apropriado, alargadas imunidades, muitos privilégios e elevadas remunerações no contexto da administração do Estado.
Assim, eles deveriam ser os melhores, ou dos melhores, de todos nós.
Porém, a análise comparativa do registo de interesses dos deputados com a sua actividade política e parlamentar, revela falta de transparência e menor integridade ética, pois muitos desses deputados estão ligados a empresas públicas, sociedades de advogados, empresas imobiliárias e de construção civil, bancos e sociedades financeiras. O conflito de interesses é evidente e, embora não se trate de situações de clara ilegalidade, são casos de ganância e comportamentos eticamente condenáveis de gente “que não tem vergonha na cara” e que, dessa forma, potenciam maus exemplos para toda a sociedade. São deputados que estão off-side. Não podemos manter esse tipo de gente. Não pode valer tudo. Na anterior legislatura calcula-se que um terço dos deputados estava em conflito de interesses e, na actual, estima-se que esse número seja semelhante.
Não há quem ponha fim a isto?
Um acontecimento jornalístico e editorial
O Diário de Notícias celebra hoje o seu 147º aniversário e surgiu nas bancas em formato Berliner, que é bem maior do que o habitual, apresentando-se assim como uma edição especial dedicada ao ano de 2011.
O director convidado para esta edição foi o economista Victor Bento, que se revelou realista mas também optimista, ao mostrar-se confiante de que a tormenta por que passamos agora se há-de transformar em boa esperança, tal como em finais do século XV o cabo das Tormentas de Bartolomeu Dias se tornou no cabo da Boa Esperança.
A ideia de reproduzir na primeira página da edição uma criação do pintor Nadir Afonso com a sua interpretação do mito grego do rapto da Europa, confere à edição um especial significado cultural, numa época em que o Velho Continente passa por grandes dificuldades e em que tem sido a vertente económico-financeira a dominar os mass media. No seu enriquecido conteúdo dedicado especialmente aos acontecimentos que dominaram o ano de 2011 em Portugal e no mundo, destaca-se uma grande entrevista de Mário Soares, cuja leitura constitui, como habitualmente, um bom exercício de reflexão.
Pode afirmar-se que nesta edição, o ano de 2011 foi noticiado num só dia, pois inclui artigos actuais e de reflexão sobre os momentos mais marcantes do ano, nas diferentes secções habituais do jornal, destacando-se como temas dominantes as alterações e as ameaças que se têm verificado em torno do euro, as evoluções da política portuguesa, a Primavera Árabe, a ascensão de Dilma e o desaparecimento de Bin Laden e de Kadhafi, o tsunami de Fukushima e as expectativas portuguesas em torno do Europeu de futebol. Além de tudo isto, cada secção inclui uma entrevista a uma personalidade sobre o que nos espera em 2012, para além de uma grande diversidade de imagens que nos recordam os acontecimentos mais marcantes do ano. A edição está bem apoiada publicitariamente, o que também é um prémio para a Global Notícias Publicações, SA.
Estão todos de parabéns por este excelente trabalho jornalístico e editorial.
O director convidado para esta edição foi o economista Victor Bento, que se revelou realista mas também optimista, ao mostrar-se confiante de que a tormenta por que passamos agora se há-de transformar em boa esperança, tal como em finais do século XV o cabo das Tormentas de Bartolomeu Dias se tornou no cabo da Boa Esperança.
A ideia de reproduzir na primeira página da edição uma criação do pintor Nadir Afonso com a sua interpretação do mito grego do rapto da Europa, confere à edição um especial significado cultural, numa época em que o Velho Continente passa por grandes dificuldades e em que tem sido a vertente económico-financeira a dominar os mass media. No seu enriquecido conteúdo dedicado especialmente aos acontecimentos que dominaram o ano de 2011 em Portugal e no mundo, destaca-se uma grande entrevista de Mário Soares, cuja leitura constitui, como habitualmente, um bom exercício de reflexão.
Pode afirmar-se que nesta edição, o ano de 2011 foi noticiado num só dia, pois inclui artigos actuais e de reflexão sobre os momentos mais marcantes do ano, nas diferentes secções habituais do jornal, destacando-se como temas dominantes as alterações e as ameaças que se têm verificado em torno do euro, as evoluções da política portuguesa, a Primavera Árabe, a ascensão de Dilma e o desaparecimento de Bin Laden e de Kadhafi, o tsunami de Fukushima e as expectativas portuguesas em torno do Europeu de futebol. Além de tudo isto, cada secção inclui uma entrevista a uma personalidade sobre o que nos espera em 2012, para além de uma grande diversidade de imagens que nos recordam os acontecimentos mais marcantes do ano. A edição está bem apoiada publicitariamente, o que também é um prémio para a Global Notícias Publicações, SA.
Estão todos de parabéns por este excelente trabalho jornalístico e editorial.
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Jardim, ou a humilhação da dívida
Nos últimos anos, com o crédito barato e o endividamento fácil, associados às megalomanias e aos deslumbramentos dos seus governantes, a Região Autónoma da Madeira acumulou uma dívida colossal de 6 mil milhões de euros.
Essa dívida é a consequência de uma governação desgovernada, assente numa estrutura que é mais pesada do que a do Continente e que se apoia numa malha de 28 direcções regionais, 5 institutos e 33 empresas regionais, algumas tecnicamente falidas. Toda esta rede constitui o maior empregador regional e a maior agência de absorção de subsídios.
Neste quadro de descontrolo, a dívida da Madeira mais que duplicou nos últimos cinco anos, sendo curioso verificar que, proporcionalmente, aumentou mais do que a dívida continental. Paradoxalmente, apenas há dois anos, a então líder social-democrata visitou o Funchal tendo então afirmado que a Madeira é exemplo de um "bastião inamovível" e de "um bom governo do PSD".
O presidente do Governo Regional não é apenas o principal responsável por este descalabro financeiro, como tem sido o exemplo maior de uma arrogância política que muitas vezes roça a boçalidade, além de recorrer frequentemente ao insulto gratuito e, por vezes, à ameaça separatista.
Hoje foi divulgada a carta de intenções em que Governo Regional da Madeira solicita assistência financeira à República Portuguesa e se compromete a tomar medidas já no início de 2012. São 23 medidas muito duras que repercutem e ampliam na Região a receita que a troika já nos tinha imposto. Tal como a República se submeteu à troika internacional, também a Região se submeteu à "troika continental gaspariana". O homem que, apoiado pelos silvas e pelos ramos, garantira que nunca subiria impostos, torna-se o rosto da maior subida fiscal de que há memória na Madeira.
As críticas foram imediatas e severas. O líder do CDS salientou que o Governo Regional “assinou a certidão de óbito da sua governação da última década e subscreveu o sequestro da autonomia por muitos anos”, salientando que “se o Governo Regional cortasse no despesismo, no desperdício e nas fantasias do desporto, no Jornal da Madeira, nas verbas aos partidos, nas 187 entidades públicas e em obras sem qualquer utilidade era evitável este aumento brutal de impostos, taxas e contribuições".
Para o líder do PS regional “hoje é o pior dia, o mais negro para a autonomia da região”, acrescentando que os madeirenses estão “perante uma das maiores desgraças que aconteceu à Madeira e nada se compara com isto num passado recente”.
O plano de resgate financeiro da Madeira, que envolve um empréstimo cujo valor não foi revelado, implica a transferência da gestão da dívida pública da Madeira para o Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, proibindo a região de mais endividamento. Para o arrogante Jardim, que semeou ventos e colheu tempestades, é mesmo uma humilhação.
Essa dívida é a consequência de uma governação desgovernada, assente numa estrutura que é mais pesada do que a do Continente e que se apoia numa malha de 28 direcções regionais, 5 institutos e 33 empresas regionais, algumas tecnicamente falidas. Toda esta rede constitui o maior empregador regional e a maior agência de absorção de subsídios.
Neste quadro de descontrolo, a dívida da Madeira mais que duplicou nos últimos cinco anos, sendo curioso verificar que, proporcionalmente, aumentou mais do que a dívida continental. Paradoxalmente, apenas há dois anos, a então líder social-democrata visitou o Funchal tendo então afirmado que a Madeira é exemplo de um "bastião inamovível" e de "um bom governo do PSD".
O presidente do Governo Regional não é apenas o principal responsável por este descalabro financeiro, como tem sido o exemplo maior de uma arrogância política que muitas vezes roça a boçalidade, além de recorrer frequentemente ao insulto gratuito e, por vezes, à ameaça separatista.
Hoje foi divulgada a carta de intenções em que Governo Regional da Madeira solicita assistência financeira à República Portuguesa e se compromete a tomar medidas já no início de 2012. São 23 medidas muito duras que repercutem e ampliam na Região a receita que a troika já nos tinha imposto. Tal como a República se submeteu à troika internacional, também a Região se submeteu à "troika continental gaspariana". O homem que, apoiado pelos silvas e pelos ramos, garantira que nunca subiria impostos, torna-se o rosto da maior subida fiscal de que há memória na Madeira.
As críticas foram imediatas e severas. O líder do CDS salientou que o Governo Regional “assinou a certidão de óbito da sua governação da última década e subscreveu o sequestro da autonomia por muitos anos”, salientando que “se o Governo Regional cortasse no despesismo, no desperdício e nas fantasias do desporto, no Jornal da Madeira, nas verbas aos partidos, nas 187 entidades públicas e em obras sem qualquer utilidade era evitável este aumento brutal de impostos, taxas e contribuições".
Para o líder do PS regional “hoje é o pior dia, o mais negro para a autonomia da região”, acrescentando que os madeirenses estão “perante uma das maiores desgraças que aconteceu à Madeira e nada se compara com isto num passado recente”.
O plano de resgate financeiro da Madeira, que envolve um empréstimo cujo valor não foi revelado, implica a transferência da gestão da dívida pública da Madeira para o Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, proibindo a região de mais endividamento. Para o arrogante Jardim, que semeou ventos e colheu tempestades, é mesmo uma humilhação.
O novo Brasil
A imprensa mundial tem destacado um estudo da consultora britânica CEBR que conclui que, em finais de 2011, o Brasil deve superar a Grã-Bretanha e tornar-se a sexta maior economia do mundo.
Muito justamente, o Brasil entusiasma-se com a notícia!
Esta histórica alteração é mais um sinal do reposicionamento mundial e da mudança dos centros de decisão que se estão a verificar, sendo atribuida aos efeitos da crise financeira de 2008 e à crise económica que persistem na Grã-Bretanha, em contraste com o boom vivido no Brasil que está a colocar a sua economia a seguir às dos Estados Unidos, França, Alemanha, Japão e China.
O Brasil é reconhecido como uma potência mundial nos domínios da agricultura e dos recursos naturais, mas também na actividade industrial, tendo desencadeado uma verdadeira escalada de prosperidade económica nas últimas três décadas, embora subsistam grandes problemas sociais. Com a descoberta de enormes jazidas de petróleo e gás natural na bacia de Santos, as perspectivas da economia brasileira têm melhorado ainda mais.
Em paralelo com a explosão da economia brasileira que se está a tornar numa locomotiva da economia global, também a imagem do país se vem alterando e a deixar de ser associada apenas ao futebol, ao carnaval, às boas praias e às favelas sujas e pobres. O Mundial de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 a realizar no Rio de Janeiro, já são a consequência da nova imagem internacional do Brasil, das suas capacidades organizativas e do seu prestígio.
E por cá? Num quadro tão desanimador, os portugueses emigram. Vão para a Suiça ou para Angola. Mas não só. Só o Brasil concedeu mais de 52 mil vistos de residência nos primeiros seis meses deste ano.
Muito justamente, o Brasil entusiasma-se com a notícia!
Esta histórica alteração é mais um sinal do reposicionamento mundial e da mudança dos centros de decisão que se estão a verificar, sendo atribuida aos efeitos da crise financeira de 2008 e à crise económica que persistem na Grã-Bretanha, em contraste com o boom vivido no Brasil que está a colocar a sua economia a seguir às dos Estados Unidos, França, Alemanha, Japão e China.
O Brasil é reconhecido como uma potência mundial nos domínios da agricultura e dos recursos naturais, mas também na actividade industrial, tendo desencadeado uma verdadeira escalada de prosperidade económica nas últimas três décadas, embora subsistam grandes problemas sociais. Com a descoberta de enormes jazidas de petróleo e gás natural na bacia de Santos, as perspectivas da economia brasileira têm melhorado ainda mais.
Em paralelo com a explosão da economia brasileira que se está a tornar numa locomotiva da economia global, também a imagem do país se vem alterando e a deixar de ser associada apenas ao futebol, ao carnaval, às boas praias e às favelas sujas e pobres. O Mundial de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 a realizar no Rio de Janeiro, já são a consequência da nova imagem internacional do Brasil, das suas capacidades organizativas e do seu prestígio.
E por cá? Num quadro tão desanimador, os portugueses emigram. Vão para a Suiça ou para Angola. Mas não só. Só o Brasil concedeu mais de 52 mil vistos de residência nos primeiros seis meses deste ano.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Muitos veleiros visitarão Lisboa
No próximo Verão irão decorrer o Campeonato Europeu de Futebol (de 8 de Junho a 1 de Julho) e os Jogos Olímpicos de Londres (de 27 de Julho a 12 de Agosto), o que certamente constituirá um aliciante programa televisivo para quem aprecia o desporto e as competições desportivas.
Porém, na mesma altura, o porto de Lisboa também acolherá dois grandes eventos náutico-desportivos, que irão atrair muito público nacional e estrangeiro às margens do estuário do Tejo, que aproveitará o encanto ribeirinho da cidade e as suas condições meteorológicas e logísticas.
No dia 31 de Maio termina no porto de Lisboa a 7ª etapa da Volvo Ocean Race 2011-2012, depois dos participantes completarem uma viagem de 3590 milhas desde Miami. Os participantes desta volta ao mundo para “ veleiros da fórmula 1” permanecerão alguns dias em Lisboa e, no dia 10 de Junho, partirão para a 8ª etapa da corrida que terminará em Lorient. Não há quaisquer veleiros portugueses em prova.
Algumas semanas depois, terminará em Lisboa a 1ª regata da Tall Ships Race 2012, organizada pela Sailing Training International, a qual ligará Saint Malo a Lisboa. Os 41 veleiros inscritos - entre os quais se incluem o navio-escola Sagres, os navios de treino de mar Creoula e Santa Maria Madalena e a caravela Vera Cruz - permanecerão no porto de Lisboa entre os dias 19 e 22 de Julho, seguindo depois para Cadiz.
O estuário do Tejo vai receber muitos veleiros e a cidade de Lisboa vai animar-se com estes acontecimentos náutico-desportivos.
Porém, na mesma altura, o porto de Lisboa também acolherá dois grandes eventos náutico-desportivos, que irão atrair muito público nacional e estrangeiro às margens do estuário do Tejo, que aproveitará o encanto ribeirinho da cidade e as suas condições meteorológicas e logísticas.
No dia 31 de Maio termina no porto de Lisboa a 7ª etapa da Volvo Ocean Race 2011-2012, depois dos participantes completarem uma viagem de 3590 milhas desde Miami. Os participantes desta volta ao mundo para “ veleiros da fórmula 1” permanecerão alguns dias em Lisboa e, no dia 10 de Junho, partirão para a 8ª etapa da corrida que terminará em Lorient. Não há quaisquer veleiros portugueses em prova.
Algumas semanas depois, terminará em Lisboa a 1ª regata da Tall Ships Race 2012, organizada pela Sailing Training International, a qual ligará Saint Malo a Lisboa. Os 41 veleiros inscritos - entre os quais se incluem o navio-escola Sagres, os navios de treino de mar Creoula e Santa Maria Madalena e a caravela Vera Cruz - permanecerão no porto de Lisboa entre os dias 19 e 22 de Julho, seguindo depois para Cadiz.
O estuário do Tejo vai receber muitos veleiros e a cidade de Lisboa vai animar-se com estes acontecimentos náutico-desportivos.
Um português na elite da Fotografia
A fotografia ocupa cada vez mais um lugar de destaque no panorama da arte contemporânea e, tal como o vídeo, está hoje presente no acervo dos museus, ao lado do desenho, da pintura e da escultura.
Por isso, um prémio internacional de prestígio é um facto a destacar. Assim sucede com um fotógrafo português – Nuno Sá – que foi distinguido com um primeiro prémio no Epson World ShootOut, um concurso com características únicas que decorre em todo o mundo, para o qual foram seleccionadas 1556 imagens apresentadas por 226 fotógrafos de 27 países.
O concurso decorreu durante todo o mês de Agosto, período em que milhares de fotógrafos amadores e profissionais recolheram as imagens que submeteram à apreciação do júri, que decidiu atribuir o primeiro prémio da categoria “Grande Angular” à fotografia que mostra um tubarão azul junto ao banco submarino Condor, próximo da ilha do Faial, no mar dos Açores. Essa imagem do tubarão azul foi premiada com “um dos Óscares da fotografia de vida selvagem”, tem corrido mundo e tem sido publicada nas revistas da especialidade.
Nuno Sá que vive há vários anos nos Açores e é especializado em vida marinha selvagem, é considerado um dos melhores fotógrafos do mundo e este foi o terceiro prémio internacional de relevo conquistado este ano.
Por isso, um prémio internacional de prestígio é um facto a destacar. Assim sucede com um fotógrafo português – Nuno Sá – que foi distinguido com um primeiro prémio no Epson World ShootOut, um concurso com características únicas que decorre em todo o mundo, para o qual foram seleccionadas 1556 imagens apresentadas por 226 fotógrafos de 27 países.
O concurso decorreu durante todo o mês de Agosto, período em que milhares de fotógrafos amadores e profissionais recolheram as imagens que submeteram à apreciação do júri, que decidiu atribuir o primeiro prémio da categoria “Grande Angular” à fotografia que mostra um tubarão azul junto ao banco submarino Condor, próximo da ilha do Faial, no mar dos Açores. Essa imagem do tubarão azul foi premiada com “um dos Óscares da fotografia de vida selvagem”, tem corrido mundo e tem sido publicada nas revistas da especialidade.
Nuno Sá que vive há vários anos nos Açores e é especializado em vida marinha selvagem, é considerado um dos melhores fotógrafos do mundo e este foi o terceiro prémio internacional de relevo conquistado este ano.
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Ao que isto chegou!
Numa entrevista que concedeu a um jornal diário, o Primeiro Ministro referiu que os professores portugueses podem olhar para todo o mercado de língua portuguesa e aí encontrar alternativa de emprego, acrescentando que é uma excelente oportunidade para muitos professores dos ensinos básico e secundário.
Referindo-se a essas declarações o jornal i titula:
VAMOS FUGIR! Brasil e Angola.
Passos aponta saídas aos professores.
Esta ideia de encontrar emprego no estrangeiro não é nova e é uma decisão que muitos milhares de jovens portugueses já tomaram, numa atitude de grande coragem, sentido de responsabilidade e grande insatisfação.
A tendência está a massificar-se e a causar transtornos à economia nacional e ao nosso tecido social, provavelmente com efeitos irrecuperáveis no curto e médio prazo. Esses jovens estão a fazer-nos falta porque são muito qualificados e a sua formação consumiu muitos recursos públicos. Os efeitos já estão a ser devastadores, porque os bons emigram, ficando por cá os que se encostam.
Nesta situação de emergência, esperar-se-iam do Governo, e especialmente do Primeiro Ministro, bons exemplos e palavras de confiança, de incentivo e de estímulo. Não apenas o discurso da austeridade e nunca a sugestão de abandonar o país. Não se espera que um treinador de futebol deixe de incitar os seus jogadores na procura do golo, nem que um médico deixe de dar esperança a um doente, nem que um comandante deixe de dar alento às suas tropas. Nem que um Primeiro Ministro deixe de transmitir confiança aos seus concidadãos e lhes sugira que abandonem o país. Que infeliz sugestão. Ao que isto chegou!
Referindo-se a essas declarações o jornal i titula:
VAMOS FUGIR! Brasil e Angola.
Passos aponta saídas aos professores.
Esta ideia de encontrar emprego no estrangeiro não é nova e é uma decisão que muitos milhares de jovens portugueses já tomaram, numa atitude de grande coragem, sentido de responsabilidade e grande insatisfação.
A tendência está a massificar-se e a causar transtornos à economia nacional e ao nosso tecido social, provavelmente com efeitos irrecuperáveis no curto e médio prazo. Esses jovens estão a fazer-nos falta porque são muito qualificados e a sua formação consumiu muitos recursos públicos. Os efeitos já estão a ser devastadores, porque os bons emigram, ficando por cá os que se encostam.
Nesta situação de emergência, esperar-se-iam do Governo, e especialmente do Primeiro Ministro, bons exemplos e palavras de confiança, de incentivo e de estímulo. Não apenas o discurso da austeridade e nunca a sugestão de abandonar o país. Não se espera que um treinador de futebol deixe de incitar os seus jogadores na procura do golo, nem que um médico deixe de dar esperança a um doente, nem que um comandante deixe de dar alento às suas tropas. Nem que um Primeiro Ministro deixe de transmitir confiança aos seus concidadãos e lhes sugira que abandonem o país. Que infeliz sugestão. Ao que isto chegou!
domingo, 18 de dezembro de 2011
R.I.P. Cesária Évora
Cesária Évora faleceu ontem na cidade do Mindelo. Nascida em 1941 nessa mesma cidade, era a mais famosa voz de Cabo Verde e era um símbolo da lusofonia. A notícia teve um enorme impacto em Portugal e no mundo e, de imediato, sucederam-se declarações de consternação e de homenagem.
Visitei o arquipélago de Cabo Verde pela primeira vez em 1964 e na passagem pela ilha de São Vicente conheci a atraente e festiva cidade do Mindelo, tive o meu primeiro contacto com águas tropicais, apreciei a saborosa cachupa cabo-verdiana e tive a oportunidade de ver e ouvir a jovem Cesária Évora, que então já era a voz mais aclamada de Cabo Verde. Tornei-me um apreciador de mornas e coladeras e, também, da cultura cabo-verdiana. Depois tornei-me um admirador da cantora, passei a ouvir os seus discos e, mais tarde, assisti a algumas das suas apresentações em Lisboa.
Cesária cantava desde muito jovem, ganhou notoriedade e tornou-se a voz de Cabo Verde. Porém, só em 1985 iniciou uma carreira internacional em Portugal e logo de seguida em Paris, onde actuou, gravou e veio a fixar residência, tornando-se uma estrela internacional. Em 2004 conquistou o Grammy do melhor álbum de world music contemporânea e em 2009 a França condecorou-a com a Legião de Honra.
Por razões de saúde tinha posto fim à sua carreira em Setembro de 2011.
Cesária Évora deixa muita sôdade. Seguramente, é uma das vozes musicais que mais vezes ouvi e, tal como acontece em Portugal com Amália, também em Cabo Verde não será fácil encontrar quem tenha o seu carisma e a sua voz.
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ARTE E CULTURA,
IN MEMORIAM,
LUSOFONIA E DIASPORA
sábado, 17 de dezembro de 2011
A queda da Índia Portuguesa
Perfazem-se agora cinquenta anos sobre a data em que as tropas da União Indiana invadiram e ocuparam os territórios do Estado Português da Índia.
Salazar sempre rejeitara quaisquer negociações para transferir a soberania daqueles territórios para a recém independente União Indiana e Nehru sempre reivindicara aqueles territórios como parte integrante do país que governava desde 1947. Eram dois homens obstinados e teimosos, por acaso nascidos no mesmo ano de 1889, tendo ambos o Direito como base da sua formação académica e que, por motivos diferentes, nunca aceitaram que fosse perguntado aos goeses qual o futuro que queriam para a sua terra.
No dia 14 de Dezembro de 1961, quando já se estava na iminência da acção armada indiana, Salazar enviou ao Governador Vassalo e Silva e aos militares estacionados no Estado da Índia uma mensagem, que incluia os seguintes parágrafos:
... É horrível pensar que isso pode significar o sacrifício total, mas recomendo e espero esse sacrifício como única forma de nos mantermos à altura das nossas tradições e prestarmos o maior serviço ao futuro da Nação. Não prevejo possibilidade de tréguas nem prisioneiros portugueses, como não haverá navios rendidos, pois sinto que apenas pode haver soldados e marinheiros vitoriosos ou mortos. Na madrugada de 18 de Dezembro de 1961 começou a invasão dos três territórios por terra, mar e ar e, em poucas horas, os indefensáveis territórios de Goa, Damão e Diu foram ocupados. Apesar da desproporção das forças em presença houve quem resistisse em terra e, sobretudo, no mar.
A perda de Goa, Damão e Diu foi um acontecimento traumático para a sociedade portuguesa e foi o princípio do fim do império que os portugueses criaram ao longo do século XVI.
A programação dos jornais, da televisão e da rádio não esqueceu a evocação desses acontecimentos e, na sua edição de hoje, o Diário de Notícias destacou-o em primeira página.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
R.I.P. Mário Miranda
Faleceu em Goa, na sua casa de Loutolim, uma das mais importantes personalidades da cultura goesa e, provavelmente, o goês mais conhecido no mundo: Mário João Carlos do Rosário de Brito Miranda ou Mário Miranda ou, apenas, Mário, como ficou conhecido artisticamente.
Mário Miranda nasceu em Damão no ano de 1926, mas pouco tempo depois a sua família instalou-se em Goa, onde foi educado nos parâmetros da cultura portuguesa e onde, desde muito cedo, revelou uma enorme criatividade artística. Em 1959 visitou Lisboa onde a Fundação Gulbenkian lhe atribuíu uma bolsa de formação artística que lhe abriu novos horizontes e o projectou para uma carreira internacional, através da apresentação da sua obra em diversas cidades indianas e em mais de duas dezenas de países.
Em três ocasiões realizou exposições em Lisboa: em 1986 na Galeria Almada Negreiros, em 1987 na Fundação Calouste Gulbenkian e em 2001 na Sociedade Nacional de Belas Artes, a convite da Fundação Oriente.
Mário Miranda era um homem bom e generoso, que nunca abdicou do uso da língua portuguesa, nem dos referenciais da nossa cultura. Não era um português de passaporte, mas era português de coração. Na sua casa de Loutolim havia sempre lugar para os amigos que o visitavam e, em especial, para os portugueses. Tive o privilégio de ser um deles.
O desaparecimento de Mário Miranda, que era comendador da Ordem do Infante D. Henrique, é uma enorme perda para a cultura goesa, mas também é um triste acontecimento para o espaço cultural português que continua a existir em Goa.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
A classe empresarial como problema
Numa interessante entrevista ao jornal i o empresário Filipe de Botton declarou que “o maior problema que existe em Portugal é a classe empresarial”.
Trata-se de uma verdade conhecida, mas que poucas vezes é assumida por ser mais cómodo atirar o ónus do nosso atraso económico para cima dos trabalhadores e das suas aptidões.
Até há poucos anos dizia-se que os portugueses, onde quer que estivessem, estavam sempre entre os melhores, os mais produtivos e os mais empenhados trabalhadores, mas na sua própria terra apresentavam índices de produtividade muito baixos. Daí resultava a tendência para atribuir as razões do nosso mau desempenho económico à baixa escolaridade e à menor qualificação profissional da população empregada.
Porém, há alguns anos as estatísticas revelaram que os nossos empresários possuiam uma média de escolaridade inferior a oito anos e que a sua qualificação era pior do que a dos trabalhadores. Muitos limitam-se a ser patrões e a sua falta de qualificação constitui um importante obstáculo ao desenvolvimento português e à recuperação do atraso do país. A maioria deles não possui as competências necessárias para enfrentar com êxito os desafios de uma concorrência cada vez mais global, nem para introduzir novos produtos, novos processos tecnológicos, novas formas de organização do trabalho ou novas estratégias de marketing - marca, distribuição, comunicação.
Portanto, parece que na economia portuguesa há muitos empresários que, devendo contribuir para a solução, são afinal "o maior problema" e, assim, no meio de tantas dificuldades, esta é apenas mais uma.
Trata-se de uma verdade conhecida, mas que poucas vezes é assumida por ser mais cómodo atirar o ónus do nosso atraso económico para cima dos trabalhadores e das suas aptidões.
Até há poucos anos dizia-se que os portugueses, onde quer que estivessem, estavam sempre entre os melhores, os mais produtivos e os mais empenhados trabalhadores, mas na sua própria terra apresentavam índices de produtividade muito baixos. Daí resultava a tendência para atribuir as razões do nosso mau desempenho económico à baixa escolaridade e à menor qualificação profissional da população empregada.
Porém, há alguns anos as estatísticas revelaram que os nossos empresários possuiam uma média de escolaridade inferior a oito anos e que a sua qualificação era pior do que a dos trabalhadores. Muitos limitam-se a ser patrões e a sua falta de qualificação constitui um importante obstáculo ao desenvolvimento português e à recuperação do atraso do país. A maioria deles não possui as competências necessárias para enfrentar com êxito os desafios de uma concorrência cada vez mais global, nem para introduzir novos produtos, novos processos tecnológicos, novas formas de organização do trabalho ou novas estratégias de marketing - marca, distribuição, comunicação.
Portanto, parece que na economia portuguesa há muitos empresários que, devendo contribuir para a solução, são afinal "o maior problema" e, assim, no meio de tantas dificuldades, esta é apenas mais uma.
domingo, 11 de dezembro de 2011
Um submarino-museu em Cacilhas
A Marinha e a Câmara Municipal de Almada chegaram a acordo para a instalação do submarino “Barracuda” no espaço museológico da frente ribeirinha do Tejo, em Cacilhas. Será um submarino-museu. A cidade de Almada ou a Grande Lisboa passará a manter conservados e a exibir ao público alguns navios históricos, tal como acontece nas cidades portuárias de tradição marítima.
Essa instalação inscreve-se no plano de requalificação e valorização daquela zona ribeirinha do concelho de Almada, mas também na estratégia municipal de promoção turística do concelho, já que Cacilhas é uma das principais “portas de entrada” de turistas e visitantes.
O submarino ficará atracado na doca n.º 1 dos antigos estaleiros da Parry & Son, perto do farol de Cacilhas e nas proximidades da fragata “D. Fernando II e Glória”, estando previsto que em 2013 já seja possível visitar o “Barracuda”.
O antigo submarino da Marinha Portuguesa foi construído em Nantes e entrou ao serviço em 1968. De acordo com a informação disponibilizada pela Marinha, desde então e até Dezembro de 2001, o submarino efectuou um total de 38.143 horas de navegação, das quais 26.962 horas em imersão, tendo percorrido 790.545 milhas, o que equivale a cerca de 36 voltas à Terra.
Quando o “Barracuda” se juntar à fragata “D. Fernando II e Glória” em Cacilhas, ficará constituído um importante núcleo museológico marítimo e naval na frente ribeirinha da margem sul do Tejo e ficarão preservadas duas antigas unidades navais, representando duas épocas, duas memórias e duas tecnologias. A nossa herança marítima e a memória histórica do Tejo merecem este espaço cultural.
Essa instalação inscreve-se no plano de requalificação e valorização daquela zona ribeirinha do concelho de Almada, mas também na estratégia municipal de promoção turística do concelho, já que Cacilhas é uma das principais “portas de entrada” de turistas e visitantes.
O submarino ficará atracado na doca n.º 1 dos antigos estaleiros da Parry & Son, perto do farol de Cacilhas e nas proximidades da fragata “D. Fernando II e Glória”, estando previsto que em 2013 já seja possível visitar o “Barracuda”.
O antigo submarino da Marinha Portuguesa foi construído em Nantes e entrou ao serviço em 1968. De acordo com a informação disponibilizada pela Marinha, desde então e até Dezembro de 2001, o submarino efectuou um total de 38.143 horas de navegação, das quais 26.962 horas em imersão, tendo percorrido 790.545 milhas, o que equivale a cerca de 36 voltas à Terra.
Quando o “Barracuda” se juntar à fragata “D. Fernando II e Glória” em Cacilhas, ficará constituído um importante núcleo museológico marítimo e naval na frente ribeirinha da margem sul do Tejo e ficarão preservadas duas antigas unidades navais, representando duas épocas, duas memórias e duas tecnologias. A nossa herança marítima e a memória histórica do Tejo merecem este espaço cultural.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
De cimeira em cimeira, até...
Hoje começa em Bruxelas mais um Conselho Europeu e o jornal Público diz que “É a hora da verdade: zona euro reforça integração, ou entra em colapso”, enquanto numa linha a denunciar pouco optimismo e a preparar os portugueses para outras eventualidades, a revista Visão se interroga “E se o escudo regressa?”, enquanto o Jornal de Negócios pergunta “E se o euro acabar?”.
As expectativas quanto aos resultados desta Cimeira são muito moderadas. Ninguém espera o fim da crise. Alguns ainda falam na renovação do euro, outros já falam na sua derrocada, mas a maioria limita-se a dizer que, por agora, apenas se pretende recuperar um pouco da confiança e da credibilidades perdidas.
Uma investigação conduzida pela agência noticiosa Efe publicada pelo jornal espanhol El Mundo, concluiu que desde o colapso do Lehman Brothers – em Setembro de 2008 – houve 26 cimeiras europeias ordinárias e extraordinárias, nas quais foram gastos cerca de 234 milhões de euros. São cerca de 10 milhões de euros por cimeira, onde se incluem os gastos de organização do próprio Conselho Europeu, bem como as despesas com o destacamento policial e de segurança privada em Bruxelas, além das despesas de deslocação e de alojamento das delegações nacionais dos Estados-membros. São cimeiras a mais, que servem diversificados interesses marginais, mas que não têm resolvido o problema fundamental da Europa. Tornaram-se reuniões de amigos, em estilo "hollywoodesco", sempre hipocritamente sorridentes como se vivêssemos no melhor dos mundos. Está a faltar uma liderança europeia capaz, que dê um murro na mesa, que ponha na ordem as agências de rating, os eurocratas e os especuladores e que, sem equívocos, diga à chanceler alemã e ao presidente francês que, depois de 26 cimeiras inconclusivas, não foram competentes e que o seu tempo está esgotado.
As expectativas quanto aos resultados desta Cimeira são muito moderadas. Ninguém espera o fim da crise. Alguns ainda falam na renovação do euro, outros já falam na sua derrocada, mas a maioria limita-se a dizer que, por agora, apenas se pretende recuperar um pouco da confiança e da credibilidades perdidas.
Uma investigação conduzida pela agência noticiosa Efe publicada pelo jornal espanhol El Mundo, concluiu que desde o colapso do Lehman Brothers – em Setembro de 2008 – houve 26 cimeiras europeias ordinárias e extraordinárias, nas quais foram gastos cerca de 234 milhões de euros. São cerca de 10 milhões de euros por cimeira, onde se incluem os gastos de organização do próprio Conselho Europeu, bem como as despesas com o destacamento policial e de segurança privada em Bruxelas, além das despesas de deslocação e de alojamento das delegações nacionais dos Estados-membros. São cimeiras a mais, que servem diversificados interesses marginais, mas que não têm resolvido o problema fundamental da Europa. Tornaram-se reuniões de amigos, em estilo "hollywoodesco", sempre hipocritamente sorridentes como se vivêssemos no melhor dos mundos. Está a faltar uma liderança europeia capaz, que dê um murro na mesa, que ponha na ordem as agências de rating, os eurocratas e os especuladores e que, sem equívocos, diga à chanceler alemã e ao presidente francês que, depois de 26 cimeiras inconclusivas, não foram competentes e que o seu tempo está esgotado.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Incerteza e inquietação na Europa
A Europa está a viver uma situação de incerteza e de grande inquietação, por causa da crise financeira, mas também da falta de valores. Existe o risco de desagregação do projecto europeu, não apenas no que se refere à moeda única, mas também em relação a tudo o que já tinha sido conseguido num quadro de solidariedade europeia. Há optimistas que esperam soluções, mas há cépticos que já não acreditam. Diz-se muita coisa num sentido e diz-se o seu contrário. Fala-se em refundação ou até em reinvenção da Europa. Fala-se em duas Europas ou de uma Europa a duas velocidades.
Os ideais de Robert Schuman, Konrad Adenauer, Jean Monnet ou Paul Henri Spaak estão sem continuadores e a Europa está refém de interesses nacionais e de dirigentes sem chama, que se limitam a reflectir os interesses directos dos seus eleitorados para se manterem no poder. Sem visão nem desígnio. Sem perspectiva histórica.
Esta crise vem de longe, de muito longe, havendo muitas teorias explicativas para esta progressiva decadência que está associada ao envelhecimento demográfico, a um generoso modelo social e a uma escalada de consumo que não são sustentáveis, a uma indisciplina orçamental que desrespeita os compromissos de Maastrich e a muitos outros erros causados pela ganância e pela cegueira de políticos, eurocratas e financeiros.
Em Maio de 2010 tocaram os alarmes. Nessa altura The Economist abordou a crise da dívida pela primeira vez com o título Acropolis Now e, desde então, o tema passou a ter presença regular nas suas primeiras páginas, com frequentes notícias sobre as crises da Grécia e do euro. Significativamente, a crise portuguesa nunca despertou o interesse da primeira página do The Economist, vá-se lá saber porquê. Agora, a prestigiada revista pergunta: Is this really the end?
Por cá, houve muita gente que com arrogância, ignorância e ânsia de se encaixar (na Caixa Geral de Depósitos e noutras poltronas douradas) não quis ver nada disto.
Os ideais de Robert Schuman, Konrad Adenauer, Jean Monnet ou Paul Henri Spaak estão sem continuadores e a Europa está refém de interesses nacionais e de dirigentes sem chama, que se limitam a reflectir os interesses directos dos seus eleitorados para se manterem no poder. Sem visão nem desígnio. Sem perspectiva histórica.
Esta crise vem de longe, de muito longe, havendo muitas teorias explicativas para esta progressiva decadência que está associada ao envelhecimento demográfico, a um generoso modelo social e a uma escalada de consumo que não são sustentáveis, a uma indisciplina orçamental que desrespeita os compromissos de Maastrich e a muitos outros erros causados pela ganância e pela cegueira de políticos, eurocratas e financeiros.
Em Maio de 2010 tocaram os alarmes. Nessa altura The Economist abordou a crise da dívida pela primeira vez com o título Acropolis Now e, desde então, o tema passou a ter presença regular nas suas primeiras páginas, com frequentes notícias sobre as crises da Grécia e do euro. Significativamente, a crise portuguesa nunca despertou o interesse da primeira página do The Economist, vá-se lá saber porquê. Agora, a prestigiada revista pergunta: Is this really the end?
Por cá, houve muita gente que com arrogância, ignorância e ânsia de se encaixar (na Caixa Geral de Depósitos e noutras poltronas douradas) não quis ver nada disto.
domingo, 4 de dezembro de 2011
Neste Natal, ofereça o que é nacional
O Licor Beirão lançou uma nova campanha publicitária protagonizada por duas caricaturas que representam o presidente francês e a chanceler alemã, às quais é oferecida uma garrafa do famoso licor produzido na serra da Lousã, como presente de Natal.
Os anúncios do Licor Beirão são politicamente inofensivos: cada uma das caricaturas sorri com a garrafa que acaba de receber e, colocado de forma bem visível, está um cartão natalício que diz:
"Querido Nicolas/Angela, Portugal está a dar o seu melhor. Boas Festas! ".
O slogan fecha os anúncios com uma frase dirigida aos portugueses, sugerindo-lhes que comprem produtos nacionais: "Neste Natal, ofereça o que é nacional."
A publicidade recorre frequentemente a figuras políticas e, neste caso, aproveitou o momento de grande evidência daqueles líderes para passar duas mensagens que promovem o produto mas que, simultaneamente, contribuem para a aumentar a nossa auto-estima e para estimular a produção nacional.
Este tipo de publicidade tem uma eficácia acrescida porque está em sintonia com o momento actual ao juntar a proximidade do Natal com a crise por que passamos e aproveita a notoriedade de Merkel e Sarkozy nos planos europeu e nacional.
A campanha do Licor Beirão assenta numa excelente ideia criativa e é muito sugestiva, pelo que certamente trará o esperado retorno ao anunciante. Porém, o conselho do anúncio é muito útil ao recomendar que "neste Natal, ofereça o que é nacional."
Os anúncios do Licor Beirão são politicamente inofensivos: cada uma das caricaturas sorri com a garrafa que acaba de receber e, colocado de forma bem visível, está um cartão natalício que diz:
"Querido Nicolas/Angela, Portugal está a dar o seu melhor. Boas Festas! ".
O slogan fecha os anúncios com uma frase dirigida aos portugueses, sugerindo-lhes que comprem produtos nacionais: "Neste Natal, ofereça o que é nacional."
A publicidade recorre frequentemente a figuras políticas e, neste caso, aproveitou o momento de grande evidência daqueles líderes para passar duas mensagens que promovem o produto mas que, simultaneamente, contribuem para a aumentar a nossa auto-estima e para estimular a produção nacional.
Este tipo de publicidade tem uma eficácia acrescida porque está em sintonia com o momento actual ao juntar a proximidade do Natal com a crise por que passamos e aproveita a notoriedade de Merkel e Sarkozy nos planos europeu e nacional.
A campanha do Licor Beirão assenta numa excelente ideia criativa e é muito sugestiva, pelo que certamente trará o esperado retorno ao anunciante. Porém, o conselho do anúncio é muito útil ao recomendar que "neste Natal, ofereça o que é nacional."
TAP eleita como a melhor da Europa
A TAP foi distinguida como a melhor companhia aérea europeia, numa eleição organizada pela revista americana Global Traveler, na qual participaram três dezenas de companhias de notoriedade internacional e em que votaram cerca de 36 mil passageiros frequentes e passageiros executivos, que fazem em média 16 viagens internacionais e 16 viagens domésticas por ano.
Este resultado acontece quando o processo de privatização da TAP já estará a avançar, nos termos do Memorando com a troika assinado em 17 de Maio que, no seu ponto 3.31, trata da privatização da TAP e estabelece que esta deve ser feita até ao final de 2011, se as condições do mercado o permitirem.
Porém, esta distinção vem lembrar a utilidade social e a importância estratégica da TAP para a unidade nacional, para a coesão territorial e para a economia portuguesa, mas também que é uma das marcas portuguesas mais conhecidas em todo o mundo.
A TAP emprega directamente cerca de 12 mil pessoas e dá emprego indirecto a alguns milhares; o seu impacto macroeconómico é enorme em termos de rendimento e de emprego, mas também em termos de exportações, pois calcula-se que estas representem cerca de 5% das exportações portuguesas (transporte de passageiros residentes no estrangeiro, carga e correio, serviços de manutenção e de handling, etc.).
A TAP é uma empresa estratégica para assegurar o interesse nacional, desde a defesa à economia, passando pela independência nacional e pela própria ideia de soberania. Apresenta uma rentabilidade social positiva e, desde 1997, apenas recebe do Estado as indemnizações compensatórias que lhe são devidas pelo serviço que assegura com as regiões autónomas, mas esse montante é cinco vezes menor do que aquele que recebe a RTP. Então, privatizar para quê?
sábado, 3 de dezembro de 2011
No topo: Cristiano Ronaldo (1)
Apesar do impacto que a Rádio e a Televisão têm na difusão das notícias, ao permitirem a recepção de sons e imagens em tempo real, a Imprensa ainda continua a desempenhar uma importante função junto do público, não só porque explica e comenta os acontecimentos, mas também porque define as agendas públicas, atribui relevâncias ou selecciona protagonistas.
A leitura da imprensa internacional é um ritual muito útil para compreender a relevância do que se passa no nosso próprio país, mas também para identificar os portugueses que se destacam no estrangeiro.
Nesse aspecto, o futebolista Cristiano Ronaldo é a grande referência nacional. Com 25 anos de idade, é o futebolista mais bem pago do mundo e tem recebido inúmeros prémios individuais, incluindo o de Melhor Jogador do Mundo em 2008 (FIFA) e a Bota de Ouro em 2008 e 2011 (UEFA).
Nenhum outro português é tão conhecido internacionalmente e as primeiras páginas dos jornais, sobretudo os jornais desportivos espanhóis, destacam-no frequentemente. Pode gostar-se ou não de futebol, mas o facto é que o português que o mundo conhece não é um político, nem um cientista, nem um homem da cultura: é um futebolista que marca muitos golos, que entusiasma multidões e que se chama Cristiano Ronaldo.
A leitura da imprensa internacional é um ritual muito útil para compreender a relevância do que se passa no nosso próprio país, mas também para identificar os portugueses que se destacam no estrangeiro.
Nesse aspecto, o futebolista Cristiano Ronaldo é a grande referência nacional. Com 25 anos de idade, é o futebolista mais bem pago do mundo e tem recebido inúmeros prémios individuais, incluindo o de Melhor Jogador do Mundo em 2008 (FIFA) e a Bota de Ouro em 2008 e 2011 (UEFA).
Nenhum outro português é tão conhecido internacionalmente e as primeiras páginas dos jornais, sobretudo os jornais desportivos espanhóis, destacam-no frequentemente. Pode gostar-se ou não de futebol, mas o facto é que o português que o mundo conhece não é um político, nem um cientista, nem um homem da cultura: é um futebolista que marca muitos golos, que entusiasma multidões e que se chama Cristiano Ronaldo.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Há relação entre a dívida e a corrupção?
Portugal apareceu hoje colocado na 32ª posição no Índice de Percepção da Corrupção relativo a 2011, divulgado pela Transparency International, uma organização não governamental que luta contra a corrupção e que desde 1995 ordena os países de acordo com "o grau com que é percebida a corrupção entre os funcionários públicos e políticos".
Este ano foram avaliados 183 países e Portugal manteve a posição que detinha no ano passado, com a 15ª pontuação entre os 27 estados-membros da União Europeia, que é uma classificação melhor do que as da Itália, Grécia, Malta e países de Leste. Este índice é calculado através de uma análise feita por peritos de vários países, que dão opinião sobre o grau de corrupção que percepcionam em cada uma das nações. As práticas de corrupção, tráfico de influências e abuso de poder são avaliadas de forma subjetiva e, por isso, esta classificação também é subjectiva.
Porém, o relatório da Transparency International informa que os "países da Zona Euro sofrem crises da dívida, em parte devido à falha das autoridades públicas em combater o suborno e a evasão fiscal que são motores fundamentais" dessa mesma crise e aponta a "corrupção no sector público" como o factor da crise da dívida também em Portugal. Por isso, o Jornal de Notícias conclui e titula que “a dívida do Estado é filha da corrupção”. Não sei que grau de parentesco têm a dívida pública e a corrupção, mas a minha percepção é que são realmente aparentados.
Este ano foram avaliados 183 países e Portugal manteve a posição que detinha no ano passado, com a 15ª pontuação entre os 27 estados-membros da União Europeia, que é uma classificação melhor do que as da Itália, Grécia, Malta e países de Leste. Este índice é calculado através de uma análise feita por peritos de vários países, que dão opinião sobre o grau de corrupção que percepcionam em cada uma das nações. As práticas de corrupção, tráfico de influências e abuso de poder são avaliadas de forma subjetiva e, por isso, esta classificação também é subjectiva.
Porém, o relatório da Transparency International informa que os "países da Zona Euro sofrem crises da dívida, em parte devido à falha das autoridades públicas em combater o suborno e a evasão fiscal que são motores fundamentais" dessa mesma crise e aponta a "corrupção no sector público" como o factor da crise da dívida também em Portugal. Por isso, o Jornal de Notícias conclui e titula que “a dívida do Estado é filha da corrupção”. Não sei que grau de parentesco têm a dívida pública e a corrupção, mas a minha percepção é que são realmente aparentados.
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