As eleições legislativas italianas que se
realizaram no dia 4 de Março e que elegeram 630 deputados, não gerou nenhuma
maioria clara até que, recentemente, o populista Movimento 5 Estrelas
liderado pelo jovem Luigi Di Maio e a nacionalista Liga Norte dirigida
por Matteo Salvini, chegaram a um acordo de governo e indigitaram Giuseppe
Conte para primeiro-ministro. Este formou o seu governo e nele incluiu o
economista Paolo Savona como ministro da Economia.
Só que o presidente da
República, Sergio Mattarella, decidiu não aceitar Paolo Savona por ser
declaradamente anti-europeu e, com o seu veto, o indigitado primeiro-ministro
decidiu renunciar à indigitação. A crise política ficou aberta e há acusações
de todos os lados, pelo que o mais provável caminho para a Itália será a
marcação de novas eleições. Os dois partidos mais votados nas eleições de 4 de
Março, com cerca de 50% dos votos, foram o Movimento 5 Estrelas e a Liga
Norte. São movimentos que o L’Espresso classificou como
“política sem rosto”, pois são ambos populistas, eurocépticos e mais ou menos
regionalistas. É difícil perceber, fora da Itália, o que representa cada um
destes movimentos e porque razão ganharam tanta força em tão pouco tempo. Neles
não tem sentido a tradicional separação entre esquerda e direita e das suas
inesperadas posições podem sair propostas muito destabilizadoras sobre a
permanência na União Europeia e na Zona Euro, mas também sobre a própria
unidade política da Itália.
Com ou sem eleições, ninguém sabe o que vai
acontecer, mas a preocupação é grande. Os italianos estão mesmo perante um
grande imbróglio.