Termina hoje a
35ª edição da Ovibeja e, de acordo com o que nos mostram as televisões, aquilo
foi a passagem de modelos do costume, embora sem os jovens modelos que costumam
desfilar pelas passerelles, mas com aquelas
figuras que deambulam pela vida política e que aparecem nestas coisas para
serem vistos e talvez para arranjar mais uns votos, até porque qualquer dia
vamos ter eleições e há que procurar manter o estatuto, até porque a vida política não é nada desconfortável. Naturalmente que
nem a cidade de Beja, nem a organização desta iniciativa que tanto anima e
prestigia o Alentejo, têm a culpa.
A realidade é que
a Ovibeja criou raízes como feira e como festa, que atrai visitantes e que
mobiliza uma cidade e uma região e o facto é que não há figura política que se
esqueça de ir a Beja e, se possível, falar para a televisão. Porém, o que interessa
a essa gente é apenas aparecer, ser vista e ter microfones por perto, para além
de nunca dispensar uma corte de fiéis figurantes à sua volta. É sempre assim. Aborrece e cansa. A feira propriamente dita,
enquanto motor impulsionador das actividades agrícolas e agro-pecuárias
alentejanas e amostra do desenvolvimento
tecnológico e da investigação científica aplicada, não lhes interessa nada. Nem
os colóquios temáticos, nem os espectáculos e outras manifestações culturais lhes
interessam.
A cidade de Beja
não pode proibir esta gente de visitar a Ovibeja mas, no mínimo, devia
desaconselhar esses políticos a fazê-lo, sobretudo aqueles que continuam a
seguir o exemplo do Paulinho das feiras que, afinal, só gostava das feiras
enquanto foi político. As feiras são, em última instância, um terreno fértil para a hipocrisia dos políticos, como se viu na Ovibeja que hoje encerra.
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