O futebol é uma
arte e eu gosto muito desse espectáculo artístico, isto é, daquilo que se passa
“dentro das quatro linhas”, onde me regalo a ver as fintas do Messi, os remates
do Ronaldo ou das defesas do Casillas.
Porém, os
interesses não artísticos do futebol invadiram a nossa sociedade e essa invasão
é preocupante por ser um símbolo de mediocridade cultural e de retrocesso
civilizacional, até porque a futebolização
é particularmente activa na política e nos mass
media.
A política está
cada vez mais futebolizada e os pequenos políticos que querem subir nos
aparelhos partidários não largam o futebol e fazem tudo o que consta na check-list do adepto, isto é, usam
cachecóis, gritam, oferecem jantares aos presidentes dos clubes, sentam-se nos
camarotes dos estádios e fazem-se comentadores futebolísticos. Estão em toda a
parte e, muitas vezes, com absoluta falta de bom senso. Por este andar, a
Assembleia da República ainda acaba por substituir os actuais grupos
parlamentares por novos grupos
parlamentares em representação do Benfica, do Sporting, do Porto e de outros
clubes.
Os mass media e, em especial as televisões,
estão completamente futebolizados e contratam dezenas de comentadores que
passam horas a fio a dizer o mesmo sobre o mundo que envolve o futebol, as
contratações, as lesões, os treinos e os humores dos jogadores, mais os
penaltis e os árbitros, os cartões e as agressões. É um massacre constante, a
que não faltam gritos, insultos e ameaças de agressão.
Agora apareceu essa
figura menor, essa espécie de Nicolas Maduro do futebol português e, sem que se
perceba porquê, temos as televisões a dar horas e horas do seu tempo de antena
a esta criatura menor e aos inúmeros comentadores que se atropelam à entrada
das estações televisivas, muitos deles sem a menor noção do ridículo. Uma
tristeza e uma lástima.
Esta "estória" da guerra civil verde já enjoa ... mudem de disco, porra!!!
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