Quase toda a
imprensa americana destaca as suas edições de hoje o facto de, pela primeira
vez na história dos Estados Unidos, um ex-Presidente ter sido condenado por
decisão unânime de um júri de 12 membros, que considerou Donald Trump culpado
das 34 acusações de suborno no caso Stormy Daniels, ocorrido em 2016. Inúmeros
jornais escolheram o título “Trump Guilty” para as suas primeiras páginas, que
também é o título escolhido pelo jornal Houston Chronicle, mas também há
jornais como The New York Post que
escreveu “Injustice” a toda a largura da sua primeira página, classificando a
decisão do júri como “um golpe político”. Donald Trump reagiu e afirmou-se
vítima de perseguição política “manipulada por um juiz corrupto”, mas também
declarou que esta decisão e o seu julgamento se enquadra numa campanha para
evitar que concorra e ganhe as eleições de 5 de novembro.
As opiniões
dividem-se na sociedade americana quanto ao futuro de Donald Trump, mas poucos acreditam
que ele venha a ser condenado nos tribunais e vá parar à prisão. Em quaisquer
circunstâncias ele poderá manter a sua candidatura à Casa Branca, porque a
Constituição americana não proíbe que um cidadão condenado criminalmente possa
disputar a presidência e ocupá-la se tiver mais votos que o seu adversário. Há
ainda quem pense que ele irá vitimizar-se perante o eleitorado e que este o vai
recompensar com votos.
Há todas as
opiniões possíveis sobre a situação. A evolução da situação política da mais
poderosa nação do mundo interessa a toda a gente e chegam-nos notícias e
comentários, muitas vezes enviezadas e manipuladas, que não nos permitem
avaliar o cenário de disputa eleitoral e os seus efeitos sobre a conjuntura
internacional. O que todos sabemos é que com Biden ou com Trump na Casa Branca,
o futuro dos Estados Unidos e do mundo é cada vez mais uma incerteza.