As festas do
Espírito Santo são, provavelmente, a marca mais forte e mais importante da
identidade e da cultura popular açoriana, realizando-se em todo o arquipélago e
na diáspora. Porém, o seu palco mais notável ocorre na ilha do Pico onde tem um
carácter especial, pois não há freguesia nem lugar que não celebre o Espírito
Santo, num dos nove dias que vão do sábado de Pentecostes ou sábado do Espírito
Santo (18 de Maio) até ao domingo da Trindade (26 de Maio).
O jornal Ilha
Maior que se publica na vila da Madalena destaca na sua última edição
os 29 Impérios e mais de 16 mil convidados – mais do que a própria população
residente da ilha – salientando que são “5 dias de festa em toda a ilha do
Pico”. O jornal publica um roteiro das festividades por toda a ilha, com a
indicação dos locais e datas, dos respectivos mordomos e do número de
convidados que, por exemplo na comunidade de São Roque, atingem o impressionante
número de 1150. É uma semana intensa, sempre igual mas sempre renovada, em que
muitos picoenses atravessam o Atlântico e regressam à ilha para participar nas
cerimónias, umas de carácter religioso e outras de natureza profana. Toda a
população se envolve nos festejos e se veste a rigor. A coroa do Espírito Santo
segue para a igreja num desfile com a bandeira do Espírito Santo, seguindo-se a
cerimónia da coroação. Depois, os irmãos e os amigos são convidados para as sopas servidas num salão devidamente
decorado, sendo tudo preparado numa operação em que participa toda a
comunidade, seguindo-se a solidária e tradicional distribuição de rosquilhas e de vésperas.
A música nunca
falta, ou não houvesse nos Açores mais de uma centena de bandas filarmónicas,
mas por vezes também aparecem os foliões,
grupos de três ou quatro homens com vestes próprias e lenços na cabeça, que
tocam pandeiros e tambores para animar as festas.
As festas do
Espírito Santo não são apenas uma manifestação de fé e um símbolo da cultura popular açoriana, mas
também são uma das mais expressivas manifestações da cultura popular
portuguesa.
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