quarta-feira, 5 de março de 2025

São 800 mil milhões de euros, para quê?

O anúncio feito por Ursula von der Leyen a respeito do plano de rearmamento da Europa, que representa um investimento de 800 mil milhões de euros ao longo da próxima década, bem como a forma como foi divulgado, sem qualquer envolvimento da opinião pública e à revelia da vontade das populações, impressionou e está a ser questionado em muitos estados-membros. De facto, os assuntos nacionais de Segurança e Defesa não são do âmbito da Comissão Europeia e, portanto, este anúncio majestático vindo da Comissão Europeia é um atentado a um dos principais pilares das soberanias nacionais. A Europa não é uma federação de Estados.
Hoje, a edição do jornal Le Parisien pergunta, simplesmente: 800 mil milhões, para quê?
Com esta intenção da senhora von der Leyen, a que certamente se vão opor muitas forças sociais europeias, a União Europeia parece mais empenhada em fazer da Europa um gigantesco paiol de armas, com metralhadoras, drones, misseis, aviões de combate e carros blindados, subalternizando o bem-estar dos europeus, os problemas do combate às alterações climáticas, o envelhecimento demográfico das populações, as migrações incontroladas que já alteraram o tecido social de muitas cidades e regiões, as desigualdades nacionais e tantos outros problemas que preocupam os europeus e afectam o seu futuro.
Agora que temos muitas vozes a afirmar que os Estados Unidos deixaram de ser um aliado da Europa, talvez se possa perguntar quais são as ameaças a que o plano de Ursula von der Leyen pretende responder...
Lamentavelmente, o grupo de líderes que se tem reunido nas últimas semanas para enfrentar Donald Trump e apoiar Zelensky, tratou este problema europeu da Segurança e Defesa de uma forma bastante leviana e nem pensou que, com tanto rearmamento, “tudo isto” vai acabar por estimular os nacionalismos e as rivalidades que, historicamente, fizeram esta Europa de Pátrias e de paz, em que hoje vivemos. O plano “ReArm Europe” parece ser um caso de utopia, de fanatismo, de leviandade e até de ignorância. Porém, nem eu, nem Ursula von der Leyen, nem ninguém, tem certezas. São tudo palpites.,,

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