Na passada
quinta-feira os Guardas da Revolução Iraniana anunciaram ter abatido um drone
ou avião não-tripulado da Marinha americana que, alegadamente, violava o seu
espaço aéreo na área do estreito de Ormuz. Em tempo de grande tensão entre os
Estados Unidos e o Irão, este incidente deu origem a mútuas acusações, a ameaças, à
convocatória do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a muitas declarações
dos líderes mundiais pedindo contenção às partes.
O drone de modelo
RQ-4C
Triton foi fabricado pela Northrop Grumman, tem o aspecto de um pequeno avião
com 14 metros
e meio de comprimento, pode voar durante 24 horas a altitudes superiores a 16
mil metros e tem um alcance operacional de 8200 milhas . Cada uma
destas unidades custa mais de cem mil dólares. Como retaliação, o presidente
Donald Trump declarou que a acção iraniana foi um erro e terá aprovado um ataque ao Irão, mas à última hora cancelou a sua
decisão porque entendeu que os 150 mortos previstos nesse ataque eram
desproporcionados em relação ao abate do drone, mas também porque os líderes do
Congresso lhe pediram cautelas. O Irão não se ficou e veio declarar que também
detectou um avião tripulado americano em violação do seu espaço aéreo mas que
poupou a vida aos seus 35 ocupantes, isto é, os Estados Unidos não quiseram
matar 150 iranianos e o Irão não quis matar 35 americanos.
O assunto é sério e
é evidente que nestas coisas entram demasiadas variáveis e que muitas delas são
fabricadas e mentirosas, mas cada vez mais parece que os conflitos bélicos do
nosso tempo tendem a ser resolvidos com PlayStations, em que os computadores de uns lutam com os computadores dos outros. O jornal Khaleej
Times, que se publica no Dubai, foi um dos poucos jornais mundiais que deram
destaque de primeira página ao abate do drone americano, provelmente porque a sua base
era nos Emirados Árabes Unidos.
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