Na situação de
crise económica que se avizinha por todo o mundo, têm aparecido alguns estudos
prospectivos que traçam cenários sobre o que nos espera nos tempos mais ou
menos próximos. Um desses estudos foi feito pela Associação Internacional
de Transporte Aéreo (IATA), com sede em Montreal, que representa as companhias aéreas de
todo o mundo.
Segundo esta
associação, a actual pandemia já arrasou o transporte aéreo mundial e, se durar
três meses, estima-se que irá traduzir-se numa perda global de receitas da
ordem dos 240 mil milhões de euros – um pouco mais do que o PIB português –
colocando em risco cerca de 2,7 milhões de empregos directos e cerca de 65
milhões de empregos indirectos. É, provavelmente, um dos sectores em que mais
se evidenciam as consequências da actual crise e que mais nos preocupam, pelos
efeitos que tem sobre a economia e, em especial, sobre o turismo e sobre o
modelo de civilização em que temos vivido. Daí que a IATA afirme que as
companhias aéreas estão a precisar “desesperadamente de dinheiro”, porque a crise
provocada pela pandemia de covid-19
está a afectar 98% do transporte aéreo mundial, que corre o risco de falência se
não houver ajudas financeiras em massa que compensem as suas brutais quebras de
tesouraria.
A edição desta
semana da revista Et cetera destaca os ”aviões em terra” e mostra dois
planisférios onde se pode observar a intensidade da circulação aérea mundial,
antes e depois da pandemia que nos cerca. Muitas das frotas das companhias
aéreas estão em terra devido às restrições de circulação impostas e às quebras
na procura, enquanto em Portugal, tanto a TAP como a SATA, estarão certamente a
atravessar a situação revelada pela IATA. São nuvens muito negras no horizonte.
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