sábado, 28 de março de 2020

Os aviões em terra, são sinal de crise

Na situação de crise económica que se avizinha por todo o mundo, têm aparecido alguns estudos prospectivos que traçam cenários sobre o que nos espera nos tempos mais ou menos próximos. Um desses estudos foi feito pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), com sede em Montreal, que representa as companhias aéreas de todo o mundo.
Segundo esta associação, a actual pandemia já arrasou o transporte aéreo mundial e, se durar três meses, estima-se que irá traduzir-se numa perda global de receitas da ordem dos 240 mil milhões de euros – um pouco mais do que o PIB português – colocando em risco cerca de 2,7 milhões de empregos directos e cerca de 65 milhões de empregos indirectos. É, provavelmente, um dos sectores em que mais se evidenciam as consequências da actual crise e que mais nos preocupam, pelos efeitos que tem sobre a economia e, em especial, sobre o turismo e sobre o modelo de civilização em que temos vivido. Daí que a IATA afirme que as companhias aéreas estão a precisar “desesperadamente de dinheiro”, porque a crise provocada pela pandemia de covid-19 está a afectar 98% do transporte aéreo mundial, que corre o risco de falência se não houver ajudas financeiras em massa que compensem as suas brutais quebras de tesouraria.
A edição desta semana da revista Et cetera destaca os ”aviões em terra” e mostra dois planisférios onde se pode observar a intensidade da circulação aérea mundial, antes e depois da pandemia que nos cerca. Muitas das frotas das companhias aéreas estão em terra devido às restrições de circulação impostas e às quebras na procura, enquanto em Portugal, tanto a TAP como a SATA, estarão certamente a atravessar a situação revelada pela IATA. São nuvens muito negras no horizonte.

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