A última edição
do Courrier
international dedica uma parte do seu conteúdo às relações entre os
Estados Unidos e a China e, através de uma sugestiva ilustração, destaca a
crescente rivalidade entre Washington e Pequim e a evidente escalada de âmbito
militar entre os dois países.
A China, ou
antes, a República Popular da China, foi fundada em 1949 por Mao Tsé-Tung
depois da guerra civil chinesa. Os nacionalistas chineses que foram derrotados,
refugiaram-se em Taiwan e em 1954 assinaram um Tratado de Defesa Mútua com os
Estados Unidos, mas esse acordo foi rescindido em 1980 pelos americanos, como
contrapartida do reconhecimento da República Popular da China e do
estabelecimento de relações diplomáticas entre Washington e Pequim. A partir de
então, existem acordos de assistência militar dos Estados Unidos com Taiwan,
mas a protecção americana que defendia a ilha das ambições continentais chinesas
que querem o seu regresso à Grande China, já não são a mesma coisa. Por isso, o
regime de Taiwan vive sob a ameaça militar permanente de ser reintegrada na República
Popular da China porque, as autoridades chinesas insistem que o território de
Taiwan faz parte da China. Essa tem sido uma linha vermelha da política chinesa,
mas confronta-se com a “assistência mútua” que, de certa forma, nunca deixou
de existir entre Washington e Taipei.
Porém, o espaço
de rivalidade e de potencial conflitualidade sino-americano também se estende a
todo o Pacífico ocidental e ao mar da China, como se viu no recente acordo
tripartido entre os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália, o chamado pacto Aukus, que os franceses
consideraram “uma facada nas costas” e que originou fortes críticas de Pequim, ao
mesmo tempo que as autoridades de Taiwan agradeceram este inesperado apoio.
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