Enquanto a
incerteza e a guerra, mas também a tragédia humanitária e a brutal destruição
das cidades continuam a dominar a situação na Ucrânia, a China observa. Esse é
o teor de alguns conteúdos da imprensa internacional e é esse o título da mais
recente edição da revista Newsweek, em cuja capa se vê Xi
Jinping a espreitar.
Significa que o
conflito da Ucrânia não é apenas uma disputa entre irmãos, geograficamente bem localizada no centro da Europa, mas que está a ser uma luta pela
recomposição de poderes militares e económicos à escala planetária, na qual
muita gente está interessada, tanto no ocidente, como do outro lado do mundo.
Há poucas
semanas, as ambições repetidamente expressas pelos responsáveis chineses de
anexar Taiwan pela força talvez tivessem muitos seguidores em Pequim, mas com os
acontecimentos que estão a observar na Ucrânia, incluindo a corajosa postura
dos seus líderes, a resistência popular da população, a solidariedade activa da
NATO e a derrota russa na sua tentativa de dominar Kiev, a China está a ficar
desencorajada de cumprir a promessa de capturar a ilha “rebelde” de Taiwan e os
seus 24 milhões de habitantes. Noutra perspectiva, também a união que até agora se tem
verificado em torno da NATO e os efeitos das sanções económicas impostas à
Rússia, são motivos adicionais para dissuadir Xi Jinping e a sua equipa de
tomar qualquer iniciativa no sentido do regresso forçado da ilha de Taiwan à
grande China, onde a resistência ucraniana está a ser uma inspiração para a
população de Taiwan.
No entanto, tudo está em movimento e a
China observa.
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