Desde o dia 24 de
Agosto, quando Marcelo Rebelo de Sousa (MRS) deixou a algarvia praia de Monte
Gordo para visitar a ucraniana cidade de Kyev, que não era sujeito de notícia
neste espaço pois, lamentavelmente, o facto de falar sobre tudo e a toda a
hora, tornou as palavras presidenciais um não-assunto. Porém, na passada
sexta-feira, durante uma visita ao Bazar Diplomático, no Centro de Congressos
de Lisboa, MRS encontrou-se com o chefe da missão diplomática da Palestina em
Portugal e disse-lhe que “alguns palestinianos não deviam ter começado” esta
guerra com Israel, confundindo a Palestina com o Hamas e esquecendo o historial
de conflito entre Israel e a Palestina. O assunto é melindroso e MRS, ou
distraiu-se, ou não percebeu isso. Nem o local, nem o tom utilizado foram
apropriados e as críticas surgiram de todos os sectores políticos e sociais,
incluindo de alguns amigos.
Houve depois uma
tentativa de emenda, mas nada foi emendado. No domingo, numa atitude de
narcisismo, de grande demagogia e de um populismo insuportável, MRS saiu do seu
palácio – não para ir ao Multibanco, nem para comer um gelado – mas para ir ver
a manifestação que no Jardim Afonso de Albuquerque exigia um cessar-fogo em
Gaza, exactamente como têm feito as Nações Unidas e quase todo o mundo. Porém,
o Presidente da República não pode andar a ver manifestações…
Como se viu, MRS
rodeou-se de ajudantes de campo e de seguranças, o que significa que este seu
capricho presidencial, nos custou bom dinheiro em horas extraordinárias a ser
pagas àqueles servidores do Estado. As imagens televisivas mostraram o protesto
contra as anteriores declarações presidenciais e o Presidente da República a
ser confrontado e insultado por alguns manifestantes, tendo havido quem o
acusasse de já não ser comentador e até de ser uma vergonha. Quem anda à chuva
molha-se e MRS nunca passara por uma situação como esta, pelo que o humor de
Ricardo Araújo Pereira não o poupou.
Muitas prestações
presidenciais começam a roçar a banalidade e o ridículo e, nesse aspecto, MRS tende a aproximar-se
cada vez mais do venerando Chefe do Estado, que foi o Almirante Américo Tomaz e viveu naquele mesmo palácio entre 1958 e 1974.
Deplorável actuação ... pela boca morre o peixe e este peixe já começa a cheirar mal!
ResponderEliminarBom, o Alm. Américo Tomás não falava tanto (pelo menos em público) nem costumava ir a manifestações, que por acaso (não era bem por acaso...) não as havia.
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