quinta-feira, 12 de junho de 2025

Os 40 anos de Portugal na União Europeia

No dia 12 de Junho de 1985, exactamente há 40 anos, foi assinado por Mário Soares e por outros governantes portugueses, o tratado de adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE) e o jornal i evocou esse acontecimento histórico ao escrever, em primeira página, que foram “quatro décadas que mudaram Portugal”.
Assim foi de facto. Depois do Ciclo do Império, iniciado no século XV com a conquista de Ceuta e a expansão marítima ultramarina, vieram a democratização e a descolonização como conquistas que só o 25 de Abril tornou possível e Portugal e os portugueses “regressaram” à Europa.
Foi uma evolução natural de acordo com os “ventos da História” e todos os indicadores económicos e sociais revelam uma profunda mudança no país, devida sobretudo a factores endógenos mais evidentes na Educação e na Saúde, mas também devido a factores de ordem externa, materializados através dos fundos comunitários que têm sido uma alavanca essencial para a Economia e para as Infraestruturas.
Desde o dia 1 de Janeiro de 1986 que Portugal é membro de pleno direito da União Europeia, que em 1992 sucedeu à CEE. Eram então 12 países da Europa ocidental e atlântica, mas os tempos expandiram este bloco e agregaram mais 15 países da Europa oriental. Hoje são 27 estados-membros com 24 línguas oficiais e nacionais, numa situação intermédia entre o federalismo e os nacionalismos regionais, com uma unidade só aparente, configurando-se quase como uma Europa das Pátrias, onde ainda procuram manter parte da soberania nacional como sonhara o general De Gaulle.
De Bruxelas para Lisboa veio modernidade, progresso e muito dinheiro – quase 200 mil milhões de euros em termos nominais nos últimos 40 anos – mas nem tudo corre bem por lá. Foi criada uma estrutura burocrática cujo combustível é o dinheiro, a ganância e o despesismo, há demasiada arrogância e falta de liderança, enquanto o bem-estar dos povos europeus deixou de ser a preocupação dos burocratas de Bruxelas. Homens como Robert Schuman, Jean Monnet, Konrad Adenauer, François Mitterand ou Jacques Dellors, não existem mais. Agora a liderança europeia está confiada a gente menor que casa dia mais afunda o sonho europeu de respeito pela paz, liberdade, democracia, igualdade, estado de direito e respeito pela dignidade e pelos direitos humanos.

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