Ontem, durante a
lide do primeiro touro de uma das corridas da Feira de Sevilha, que se
realizava na praça de touros La Real Maestranza, o toureiro madrileno Julián
López ou El Juli foi colhido com muita gravidade. Era uma tarde soalheira com a
temperatura acima dos 30 graus e estariam mais de doze mil espectadores nas
bancadas. A corrida iniciara-se às 18.37 horas, quando saiu o primeiro touro (o
Ebanista de 532 kilos) para ser
lidado por El Juli. Ás 18.48 horas, isto é, com 11 minutos de lide, aconteceu
uma violenta colhida do toureiro de 30 anos de idade. El Juli foi levantado do
chão pelo touro que lhe perfurou a perna direita no sentido ascendente e com
uma extensão de 25 a 30 centímetros, tendo o ferimento sido classificado como “grave,
profundo e extenso”. Além disso, o touro atingiu o toureiro na boca e
partiu-lhe vários dentes. Apesar da gravidade dos ferimentos, o toureiro ainda
conseguiu levantar-se sem apoio, antes de ser retirado da arena pela sua
quadrilha. El Juli é um dos maiores toureiros espanhóis e já tinha sido colhido
e ferido na mesma perna em Julho de 2010, numa corrida das famosas Festas de
San Fermin, em Pamplona.
Às 18.58 horas,
isto é, 10 minutos depois, saiu o segundo touro da tarde (o Carretón de 579 kilos) e a corrida
continuou com o público a vibrar de entusiasmo e sem saber se El Juli corria ou
não perigo de vida. Com toda a normalidade. Com indiferença. Como se fosse um
caso banal.
Apesar da
tauromaquia e da chamada festa brava não fazerem parte dos meus espectáculos
favoritos, reconheço que têm muitos admiradores, sobretudo em Espanha, mas
também no sul de Portugal. É a chamada cultura da festa brava. Por isso, muitos
jornais andaluzes, espanhóis e até latino-americanos destacaram a colhida de El
Juli como tema da sua primeira página, ilustrando-a com uma oportuna
fotografia. El Correo de Andalucia é apenas um exemplo.
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