quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Austrália escolhe estaleiros espanhóis

O casco do HMAS Adelaide encontra-se na ria de Vigo, pronto para ser embarcado no Blue Marlin - um navio semi-submersível que carrega outros navios - para seguir para a Austrália, o que está a despertar a curiosidade e o interesse da imprensa galega. Trata-se de um dos dois navios de assalto anfíbio LHD (Landing Helicopter Dock) da classe “Camberra”, destinados à Marinha australiana, cujo casco e convés de voo foram construidos nos estaleiros Navantia no Ferrol e que  são concluídos  nos estaleiros australianos da BAE Systems Australia, em Williamstown. Os navios têm 27,5 mil toneladas de deslocamento, 230,82 metros de comprimento e podem transportar 18 helicópteros, 110 viaturas e mais de mil homens.
A ideia da encomenda destes navios nasceu em 2000 a partir da experiência adquirida na operação de manutenção da paz liderada pela International Force for East Timor. Assim, em 2004 foram endereçados convites às empresas estatais francesa e espanhola - Direction des Constructions Navales (DCN) e Navantia - para apresentarem propostas. Em 2007 foi escolhida a proposta espanhola para construir parcialmente os navios, ficando a BAE Systems Australia com o encargo de construir as superestruturas e a instalação de equipamentos. A construção do primeiro navio - o HMAS Camberra - começou em finais de 2008 e em 2011 seguiu para a Austrália. No início de 2011 começou a construção do HMAS Adelaide que seguirá para a Austrália nos próximos dias.
Em 2007 era anunciado que o contrato ascendia a 1411,6 milhões de euros, dos quais 915 milhões seriam facturados pela Navantia, que era a responsável pelo desenho e pela maior parte da construção e calculava-se, também, que 80% do programa de construção das LHD australianas se executaria em Espanha, o que representaria 9 347 700 horas de trabalho para a Navantia.
A Navantia é uma empresa pública espanhola pertencente à Sociedade Estatal de Participações Industriais (SEPI), que controla 100% do seu capital.  Por cá, extinguem-se os Estaleiros Navais de Viana do Castelo.
 

Sem comentários:

Enviar um comentário