Ainda estão
gravadas nos nossos ouvidos as repetidas afirmações da propaganda do governo
de que tudo estava a correr bem, que as exportações batiam recordes, que os
turistas inundavam o nosso país, que a economia tinha começado a crescer, que
os cofres estavam cheios. Da mesma forma, ainda nos lembramos do optimismo
reinante, das atoardas contra os adversários, dos inúmeros avisos para que não
voltássemos para trás. Agora, passada a fase do vale tudo e da propaganda
anestesiante, começam a aparecer as facturas para pagar e, logo no dia
seguinte, essas sinistras figuras do Schäuble e do Dijsselbloem, já se
permitiam exigir que lhes fosse enviado o nosso orçamento até ao próximo dia 15
e até as agências de rating se permitiram
mandar avisos. Afinal, quando ainda estão por apurar os resultados do círculo
eleitoral da emigração, já se pode verificar que o governo levou uma boa tareia
e perdeu cerca de 800 mil votos e cerca de 25 deputados. O Portas e o seu
partido deixaram de ser precisos ao PSD e, mais dia menos dia... Como é que se
pode falar em vitória e como é que se pode ter tanto optimismo, quando a
situação que temos pela frente é bem grave?
Ontem, quando
ainda faltam 107 dias para deixar Belém, tivemos mais uma prova da mediocridade
política e da completa ausência de neutralidade do homem que veio de
Boliqueime. Antes de ter “ouvido os partidos políticos” como manda a
Constituição que jurou cumprir, o homem que faltou às comemorações do 5 de
Outubro resolveu encarregar o chefe do seu partido de “desenvolver diligências”
para conseguir uma solução com
“estabilidade política e governabilidade”, ao mesmo tempo que ignorava a
existência dos outros partidos com representação parlamentar. Que habilidoso!
Que chico-esperto! Então o homem esqueceu-se de que há mais partidos no
Parlamento, os quais se afirmaram contra
a política que tem sido seguida e até representam cerca de 62% do eleitorado?
Porém, o PS que tão insultado foi durante a campanha eleitoral e passou de 73
para 85 deputados (mais 16%), já veio dizer que rejeita essa ideia do “arco da
governação” e que vai negociar com todos os partidos com expressão parlamentar.
Faz muito bem. Eles semearam ventos, vão colher tempestades.
Completamente de acordo, agora é que vai começar a verdadeira saga, se não tivermos a "grande" surpresa de um bloco central...
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