segunda-feira, 27 de maio de 2019

A abstenção ganhou as eleições europeias

Apesar de estar bem longe da ocidental praia lusitana, tratei de acompanhar as eleições europeias e, em especial, as que se realizaram em Portugal. O nível de abstenção (69%) é demasiado alto e muito preocupante numa democracia que se quer participativa e os nossos políticos devem tirar daí as respectivas conclusões, pela sua lastimável falta de pedagogia democrática e absoluto desconhecimento do que são os seus deveres para com o povo.
A abstenção resulta de muitos factores, mas a pouca vergonha que foi a campanha eleitoral feita por alguns candidatos, já indicava que muitos eleitores não iriam participar nessa farsa mentirosa e nada esclarecedora.
Ao tratar as eleições europeias como uma prova de confiança no seu governo, o primeiro-ministro António Costa foi o grande vencedor, conseguiu o seu objectivo e obteve uma grande vitória, isto é, apostou no que mais lhe interessava internamente, mas esqueceu-se da Europa. Pelo contrário, o seu adversário directo Rangel, que também se esqueceu da Europa, teve uma campanha indigna com base em difamações e insultos, fazendo com que o seu partido tivesse a maior derrota de sempre. Pagou por isso. O partido da Cristas, que também se esqueceu da Europa, adoptou uma linguagem insultuosa para António Costa e viu-se relegado para o 5º lugar do ranking partidário, apenas ligeiramente à frente do partido dos animais e da natureza. Pagou por isso.
Era bom que esta gente aprendesse a fazer campanhas eleitorais sérias, esclarecedoras, com propostas fundamentadas e que não se deixasse instrumentalizar pela mediocridade, porque desta forma e com este tipo de candidatos, a nossa democracia enfraquece porque o povo não lhes perdoa.

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