O famoso
estratega prussiano Carl von Clausewitz escreveu em 1832 que “a guerra nada
mais é que a continuação da política por outros meios” e, assim sendo, se a
guerra é muito cruel, também a crueldade faz parte da política.
Nos últimos anos a
crueldade da guerra tem destruido uma boa parte da Ucrânia oriental e, neste
espaço, sempre defendemos que, independentemente das razões das partes, era
necessário parar com o sofrimento do povo e a brutal destruição do património
ucraniano.
A guerra intensificou-se
com a invasão russa de 24 de Fevereiro de 2022, mas logo em 29 de Março foram
realizadas negociações em Istambul entre a Rússia e a Ucrânia para resolver o
conflito. Porém, os acordos alcançados à mesa das negociações não foram
implementados por não terem sido aceites por Volodymyr Zelensky, a quem Joe
Biden, Boris Johnson e outros dirigentes europeus asseguraram apoio pelo “tempo
que for preciso”. Até Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa repetiram essa
frase e foram a Kiev apoiar Zelensky!
A ideia de que a Ucrânia iria vencer a
guerra foi largamente afirmada, por exemplo por Ursula von der Leyen e Emmanuel
Macron. Em Fevereiro de 2024 apenas 10% dos europeus acreditava que a Ucrânia
ia vencer a guerra, segundo revelou um estudo do Conselho Europeu. Apesar
disso, a retórica de apoio a Zelensky e de fé na vitória continuou apoiada numa
contínua acção de propaganda e o facto é que no Verão de 2024, as sondagens indicavam
que os ucranianos acreditavam que iriam ganhar a guerra. Em Outubro, ainda Zelensky
apresentou o seu “plano de vitória”. Porém, com a chegada de DT ao poder em
Washington, a crueldade da política revelou-se, tão semelhante à crueldade da
guerra. A retórica e a arquitectura de suporte à Ucrânia está a ruir e, na sua
edição de ontem, a revista alemã Der Spiegel não destaca as
importantes eleições na Alemanha, tendo escolhido a fotografia de Zelensky para
ilustrar a sua capa, com a palavra “verraten”, isto é, “traído”.
Tal como aqui se
escreveu há quatro dias, podemos perguntar: quem enganou Zelensky dizendo-lhe
que ia ganhar esta guerra?
Ninguém terá traído na altura, mas a "aliança" DT/PT, com a traição, essa sim, à UE e à U, foi bem mais forte. Também é verdade que a UE prometeu aquilo para que, vaidosa e gorda, não tinha poder.
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