quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

O incerto futuro do navio “Mestre Simão”

No passado sábado, dia 6 de Janeiro, quando entrava no porto interior da Madalena, o navio Mestre Simão que fazia a ligação entre a ilha do Faial e a ilha do Pico terá sido arrastado por uma onda desencontrada, terá ficado sem motores e com o leme bloqueado e, rapidamente, foi arrastado para as rochas da parte sul da bacia de manobra do porto, junto à piscina municipal. Não há memória de isto alguma vez ter acontecido com embarcações bem menores e com temporais bem maiores.
Os 61 passageiros e os 9 tripulantes foram evacuados para uma balsa de salvação em condições de mar adversas mas que decorreu com grande normalidade, aparentemente devido à competência com que a tripulação actuou. Após as operações de resgate das 70 pessoas embarcadas, a preocupação das autoridades centrou-se na contenção de cerca de 20 toneladas de combustível, tendo sido colocadas barreiras de contenção para controlar potenciais situações de derrame de hidrocarbonetos.
Três dias depois, o jornal terceirense Diário Insular referiu-se ao acidente e escolheu como título da sua reportagem a frase futuro incerto, o que deixa no ar a hipótese de não ser possível salvar o navio, apesar de se encontrar relativamente protegido pela bacia de manobra do porto da Madalena. Entretanto, ainda decorre o inquérito determinado pelas autoridades para perceber o que se passou, mas o navio parece estar bem agarrado à aguçada rocha de lava e daí que os “curiosos”, que sempre dão doutas opiniões nestes casos, duvidem da sua salvação.
O Mestre Simão entrou ao serviço em 2014 e tem capacidade para transportar 344 passageiros e 8 viaturas, mas já há quem fale na “última viagem do Mestre Simão”.
O navio Mestre Simão tal como o seu irmão gémeo Gilberto Mariano, são navios modernos e confortáveis que ligam as ilhas do grupo central dos Açores e que substituiram as antigas lanchas do Pico que desafiaram o “mau tempo no Canal”, que marcaram gerações que atravessaram o canal com ou sem temporal e que continuam a ser um símbolo da identidade cultural da ilha do Pico.

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