No passado
sábado, dia 6 de Janeiro, quando entrava no porto interior da Madalena, o navio
Mestre Simão que fazia a ligação
entre a ilha do Faial e a ilha do Pico terá sido arrastado por uma onda
desencontrada, terá ficado sem motores e com o leme bloqueado e, rapidamente,
foi arrastado para as rochas da parte sul da bacia de manobra do porto, junto à
piscina municipal. Não há memória de isto alguma vez ter acontecido com
embarcações bem menores e com temporais bem maiores.
Os 61 passageiros
e os 9 tripulantes foram evacuados para uma balsa de salvação em condições de
mar adversas mas que decorreu com grande normalidade, aparentemente devido à
competência com que a tripulação actuou. Após as operações de resgate das 70
pessoas embarcadas, a preocupação das autoridades centrou-se na contenção de
cerca de 20 toneladas de combustível, tendo sido colocadas
barreiras de contenção para controlar potenciais situações de derrame de
hidrocarbonetos.
Três dias depois,
o jornal terceirense Diário Insular referiu-se ao
acidente e escolheu como título da sua reportagem a frase futuro incerto, o que deixa no ar a hipótese de não ser possível
salvar o navio, apesar de se encontrar relativamente protegido pela bacia de
manobra do porto da Madalena. Entretanto, ainda decorre o inquérito determinado
pelas autoridades para perceber o que se passou, mas o navio parece estar bem
agarrado à aguçada rocha de lava e daí que os “curiosos”, que sempre dão doutas
opiniões nestes casos, duvidem da sua salvação.
O Mestre Simão entrou ao serviço em 2014 e
tem capacidade para transportar 344 passageiros e 8 viaturas, mas já há quem
fale na “última viagem do Mestre Simão”.
O navio Mestre Simão tal como o seu irmão gémeo Gilberto Mariano, são navios modernos e
confortáveis que ligam as ilhas do grupo central dos Açores e que substituiram
as antigas lanchas do Pico que
desafiaram o “mau tempo no Canal”, que marcaram gerações que atravessaram o canal com ou sem temporal e que continuam a ser um
símbolo da identidade cultural da ilha do Pico.
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