A Índia
lançou com sucesso uma missão lunar com o foguete GSLV Mark III a partir da
plataforma de lançamento do Centro Espacial de Satish Dhawan, instalado em
Sriharikota, no estado de Andhra Pradesh, no sul da Índia. Trata-se de uma
missão não tripulada que é o mais ambicioso projecto da agência espacial
indiana, que foi baptizada como Chandrayaan-2 e que tem como objectivo uma
alunagem para fins científicos na região do polo sul da Lua. Trata-se da
segunda missão indiana de exploração lunar, uma vez que a missão Chandrayaan-1
realizada em Novembro de 2008 já colocara um engenho na órbita lunar.
Narendra
Modi, o primeiro-ministro da Índia, felicitou os quase mil cientistas
envolvidos no projecto e congratulou-se por ter sido “fully indigenous”, isto
é, ter sido realizado sem intervenção estrangeira. A agência espacial indiana
espera agora que a aeronave pouse sobre a superfície lunar dentro de 48 dias,
depois de percorrer os 384 mil quilómetros que separam a Terra da Lua. Se tiver
sucesso, a Índia será o quarto país a desembarcar na Lua, depois da Rússia, dos
Estados Unidos e da China.
Este
acontecimento que, naturalmente, teve grande repercussão mediática na Índia, demonstra
o elevado nível de desenvolvimento científico e tecnológico do país, mas também
revela a sua ambição geoestratégica para se afirmar em relação aos seus
vizinhos e rivais, sobretudo a China e o Paquistão, e para se assumir como a potência
regional do oceano Índico.
Porém,
o enorme investimento indiano nas tecnologias espaciais, suscita fortes
críticas internas e internacionais porque esta utilização de recursos poderia
ser canalizada para o combate à pobreza, que na Índia afecta muitos milhões de
pessoas. A famosa opção entre “canhões ou manteiga”, expressa pelo economista
Paul Samuelson quanto ao desenvolvimento económico, tem na Índia uma semelhança
ou uma analogia entre “missões lunares” ou “redução da pobreza”.
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