terça-feira, 21 de julho de 2020

Um acordo europeu que ilumina o futuro


A pandemia que a partir de Março afectou seriamente o modo de vida no mundo e que causou prejuízos económicos e sociais incalculáveis, ainda está longe de estar ultrapassada, apesar de começarem a aparecer notícias referindo a possibilidade de estar próxima a descoberta de uma vacina eficaz. Entretanto, em paralelo com a luta contra o covid-19, também estão a ser tomadas medidas para combater a crise económica e social como o lay-off, o teletrabalho, diferimento de obrigações fiscais e muitas outras.
Porém, a dimensão desta crise que vem sendo considerada como a mais grave que o mundo alguma vez suportou, levou a União Europeia a procurar uma saída. Assim, os 27 líderes europeus reuniram em Bruxelas para encontrar uma resposta coordenada à crise provocada pela pandemia e ao fim de cinco dias e de mais de 90 horas de negociações, chegaram a um acordo. As declarações produzidas por diversos líderes revelaram muita euforia e muita confiança naquilo a que chamaram um acordo histórico. São muitas centenas de milhões de euros que constituirão um fundo de recuperação destinado a combater a crise provocada pelo covid-19, a modernizar a economia, a combater as alterações climáticas e a apoiar as transições energética e digital, que será financiado pela emissão conjunta de dívida nos mercados financeiros, através da Comissão Europeia. Os números que estão a ser divulgados são tão grandes que obrigam a um estudo sobre o seu destino e sobre os seus destinatários no espaço europeu.
António Costa, que parece ter sido um importante protagonista nestas negociações, afirmou: “No conjunto, nestes [próximos] dez anos, Portugal terá para executar um total de 57,9 mil milhões de euros. Obviamente, é um enorme desafio”. É realmente muito dinheiro e bom seria que, desde já, se instalasse um sentido de responsabilidade e de independência, que prevenisse e travasse os oportunistas e os abusadores que, como se tem visto desde 1986, são verdadeiras aves de rapina especializadas na pilhagem de dinheiros comunitários. 

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