A pandemia que a
partir de Março afectou seriamente o modo de vida no mundo e que causou
prejuízos económicos e sociais incalculáveis, ainda está longe de estar
ultrapassada, apesar de começarem a aparecer notícias referindo a possibilidade
de estar próxima a descoberta de uma vacina eficaz. Entretanto, em paralelo com
a luta contra o covid-19, também
estão a ser tomadas medidas para combater a crise económica e social como o lay-off, o teletrabalho, diferimento de obrigações
fiscais e muitas outras.
Porém, a dimensão
desta crise que vem sendo considerada como a mais grave que o mundo alguma vez
suportou, levou a União Europeia a procurar uma saída. Assim, os 27 líderes
europeus reuniram em Bruxelas para encontrar uma resposta coordenada à
crise provocada pela pandemia e ao fim de cinco dias e de mais de 90 horas de
negociações, chegaram a um acordo. As declarações produzidas por diversos
líderes revelaram muita euforia e muita confiança naquilo a que chamaram um acordo
histórico. São muitas centenas de milhões de euros que constituirão um fundo de
recuperação destinado a combater a crise provocada pelo covid-19, a modernizar a economia, a combater as alterações
climáticas e a apoiar as transições energética e digital, que será financiado pela emissão conjunta
de dívida nos mercados financeiros, através da Comissão Europeia. Os números
que estão a ser divulgados são tão grandes que obrigam a um estudo sobre o seu
destino e sobre os seus destinatários no espaço europeu.
António Costa, que parece ter sido um importante protagonista nestas
negociações, afirmou: “No conjunto, nestes [próximos] dez anos, Portugal terá para executar um total de 57,9 mil milhões de
euros. Obviamente, é um enorme desafio”. É realmente muito dinheiro e bom seria
que, desde já, se instalasse um sentido de responsabilidade e de independência, que prevenisse e
travasse os oportunistas e os abusadores que, como se tem visto desde 1986, são
verdadeiras aves de rapina especializadas na pilhagem de dinheiros
comunitários.
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