quarta-feira, 12 de abril de 2017

Saudade e morabeza em Cabo Verde

Depois de já ter visitado Moçambique e o Brasil, o Presidente da República visitou esta semana mais um país lusófono e esteve em Cabo Verde, tendo passado pelas ilhas do Fogo, Santiago e São Vicente, sempre acompanhado por Jorge Carlos Fonseca, o seu homólogo cabo-verdiano e seu amigo de há muitos anos.
Marcelo Rebelo de Sousa fez-se acompanhar por uma alargada comitiva de jornalistas portugueses que deram a conhecer alguns pormenores da visita presidencial, desde o número de pastéis de nata que Marcelo comeu, até ao tempo que nadou na praia defronte do seu hotel, isto é, trataram da espuma da visita. Porém, o semanário Expresso das Ilhas procurou a substância da mesma e reproduziu e analisou as declarações presidenciais.
Numa delas, proferida durante uma recepção realizada a bordo da fragata Álvares Cabral, atracada na cidade da Praia, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que “Cabo Verde é para Portugal uma aposta prioritária e sabemos que Portugal é para Cabo Verde uma aposta prioritária”, afirmando ainda que “Cabo Verde é o país irmão que se confunde com o nosso, de tal forma que não sabemos em Cabo Verde quem é cabo-verdiano e quem é português e em Portugal quem é português e quem é cabo-verdiano”.
Nessa declaração, Marcelo Rebelo de Sousa utilizou várias vezes a palavra fraternidade. E fez bem. Os portugueses são tratados em Cabo Verde como irmãos e os cabo-verdianos gostam dos portugueses. O futebol, a música e a cachupa fazem parte do quotidiano luso-cabo-verdiano. Se em Portugal há a saudade, em Cabo Verde há a morabeza, que são palavras difíceis de traduzir mas que representam sentimentos e ajudam a  definir uma identidade. Pois a saudade e a morabeza encontraram-se em Cabo Verde nas pessoas de Marcelo Rebelo de Sousa e de Jorge Carlos Fonseca e, agora, só há que esperar que as relações entre Portugal e Cabo Verde se reforcem ainda mais nos vários domínios de interesse mútuo.

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