Fui consultar o Orçamento do Estado para 2012 e verifiquei que foi fixado um défice de 7645 milhões de euros, equivalente a 4.5% do PIB. Entretanto, no final do 1º trimestre a execução orçamental tinha gerado um défice de 7.9%, que era maior do que aquele que se verificara em 2011, apesar das severas medidas de austeridade adoptadas. Depois, no final do 1º semestre, o défice situava-se em 6.9%. Soaram os alarmes. O "modelo" gaspariano não resultou. As receitas caíram brutalmente. Com arrogância e sem imaginação, o nosso primeiro e o gaspar voltaram-se para as mesmas soluções. Os sacrifícios voltam a ser exigidos aos mesmos. Não é de esperar que corra bem. A crise está a entrar numa dimensão de maior gravidade.
Entretanto, não são tomadas medidas do lado da despesa que sirvam de exemplo e que mobilizem os portugueses. Até parece que não há gorduras no Estado. Hoje o Correio da Manhã denuncia que é o próprio governo que ultrapassa o que pode gastar com os gabinetes ministeriais. Que não cumpre os limites orçamentais. E ficamos todos em estado de choque. Por isso, acabem com esses gabinetes sobredimensionados onde estão instalados os assessores e os chamados especialistas, sem experiência mas com chorudos salários, a quem não cortam subsídios. Tirem-lhes os nossos Audi’s e os nossos BMW’s que eles usam e façam-nos andar de autocarro. Vendam esses carros. Cortem nas viagens e nas despesas deles. Cortem nas contínuas viagens do portas e do relvas. Cortem no gabinete do nosso primeiro. Cortem nos 16 milhões da Presidência da República. Cortem nos 87 milhões da Assembleia da República. Comecem por aí.
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