O Estado
de Minas é um diário que se publica em Belo Horizonte, a capital do Estado
de Minas Gerais, sendo considerado o grande jornal dos mineiros e um dos
jornais de referência brasileiros. Na sua edição de hoje, o jornal destaca três
temas de grande interesse cultural e político. Como tema principal, o jornal
reproduz a imagem do Guernica de Pablo Picasso quando se estão a celebrar 80
anos sobre esse famoso quadro, que deixou de representar o ataque da aviação
alemã sobre a cidade basca de Guernica no dia 26 de Abril de 1937, para se
tornar o símbolo dos horrores de todas as guerras.
Depois,
o jornal faz um balanço do valor que o Brasil perdeu com a “montanha de
propinas” que a Odebrecht destinou a políticos de 26 partidos e calcula que
esse valor atingiu dez mil milhões de reais que, ao câmbio actual, representa
cerca de três mil milhões de euros. É muito dinheiro e, segundo afirma o
próprio título do jornal, o Brasil não só perdeu esse dinheiro, como também perdeu
a vergonha na cara. De facto, esse dinheiro resolveria muitos problemas na
saúde, na educação e nas infraestuturas, para além de atenuar muitos problemas
sociais. Sabe-se que a corrupção existe em maior ou menor escala em todo o
mundo, mas parecia impensável que tivesse uma dimensão destas num país
democrático e civilizado.
O
jornal ainda chama à sua primeira página um assunto muito interessante que
mostra a força da sociedade civil organizada. Acontece que o Edifício Niemeyer,
projectado por Oscar Niemeyer e localizado na Praça da Liberdade em Belo
Horizonte, está classificado como património municipal, estadual e federal, mas
encontrava-se muito deteriorado pelo tempo. A aguardada reparação que deveria
ser feita pelos poderes públicos em nome da preservação do património,
demorava. Então, os moradores do edifício uniram-se e decidiram custear a sua reabilitação,
sem esperarem pela intervenção pública. É uma lição para aqueles que, em toda a
parte, se julgam com direito a que o Estado lhes faça tudo.
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