Realiza-se amanhã um encontro de chefes de Estado e de Governo dos 17 países da moeda única para decidir sobre um segundo pacote de ajuda que evite a bancarrota da Grécia, debater a crise geral das dívidas soberanas e travar a ameaça de contágio à Espanha e à Itália.
Hoje, Merkel e Sarkozy jantam em Berlim para preparar essa cimeira, comportando-se como se tivessem um mandato para governar a Europa. A chanceler alemã tem baixado as expectativas em relação à cimeira e tem defendido que a solução dos problemas da zona euro deverá vir "de dentro" de cada país, através da redução das suas dívidas e do aumento da sua competitividade.
Porém, para além disso, também é urgente travar os riscos de contágio que ameaçam fazer ruir o euro e ter amplas implicações na economia mundial, pelo que o FMI já pediu rápidas soluções aos governos europeus.
Entretanto, a perturbação acentua-se sem soluções à vista para a crise grega, com os juros a dois anos a dispararem para perto da barreira inimaginável dos 40% e com a tensão social a agravar-se.
Em Espanha e na Itália instalam-se muitas dúvidas, como se o efeito dominó fosse inevitável, com os juros a disparar nas suas emissões de dívida e a haver jornais a anunciar que ambos os países estão à beira do colapso.
O governo português, que agora completa o seu primeiro mês de actividade, continua apostado no cumprimento do acordo firmado com as instituições internacionais, embora vá deixando no ar a ideia de um desvio [... ...] colossal, o que é muito estranho depois do detalhado escrutínio que foi feito nos últimos meses às contas nacionais por aquelas instituições.
Mas a situação é realmente muito complexa e poderemos estar à beira do caos financeiro europeu e, quem sabe, do fim do sonho de Jean Monnet, Konrad Adenauer e Robert Schuman.
Há quem afirme que “a sobrevivência do euro pode ser decidida esta semana”, Barroso afirma que "a situação é muito grave" e até há um eurodeputado português que vai mais longe e diz: “não pensem que o cenário de guerra na Europa está posto de lado”.
Estamos confrontados com um demolidor tsunami ou esta ondulação mais agitada é apenas o efeito de prematuras marés vivas equinociais?
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