A zona ribeirinha do rio Tejo situada entre o Terreiro do Paço e o Cais do Sodré, constitui um dos mais simbólicos locais da cidade de Lisboa. Aí existiram, pelo menos desde o século XIV, as carreiras de construção de navios ou Ribeira das Naus, onde nasceram muitos dos navios da expansão marítima portuguesa e que serviu de modelo aos estaleiros que se construíram nas ribeiras de Goa, de Cochim, do Rio de Janeiro e do Recife. Depois da destruição provocada pelo terramoto de 1755 os estaleiros foram reconstruídos e a Ribeira das Naus passou a ser designada por Arsenal Real da Marinha que, até ao fim do século XIX, foi o mais importante pólo de construção naval português. Em 1910 os estaleiros passaram a ser designados por Arsenal da Marinha, mas em 1938 foram extintos quando foi inaugurado o novo Arsenal do Alfeite.
O acesso da carreira de construção ao rio Tejo foi então cortado e foi construída a Avenida Ribeira das Naus. Porém, o recente e justificado interesse pela frente ribeirinha da cidade levou à decisão de requalificar a Avenida Ribeira das Naus e o seu espaço adjacente. A primeira fase desse projecto ficou agora concluída por iniciativa da CML: um largo passeio pedonal, um novo jardim público e uma larga escadaria em suave plano descendente até ao rio, como recriação de uma praia existente antes do terramoto. A cidade de Lisboa “que deve tudo ao rio”, foi enriquecida com a recuperação da sua memória histórica e ganhou mais um espaço de lazer. Bem precisamos destas coisas positivas para nos animarmos!
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