É um dos temas do momento, porque é muito populista e assenta
perfeitamente no nosso actual momento político, certamente para disfarçar o tsunami
orçamental que nos vão apresentar na próxima semana: trata-se da proposta
governamental para cortar em 15% as subvenções vitalícias dos
titulares de cargos políticos.
Essa regalia foi extinta em 2005,
mas continua a ser atribuída aos políticos que nessa data já tinham adquirido esse
direito e, por isso, o seu número não cessa de aumentar, obrigando a sacar
mensalmente quase um milhão de euros por mês dos nossos impostos para lhes
pagar. Esta transferência é uma situação que nos envergonha a todos, incluindo
aqueles que a recebem! Estas quatro centenas de
políticos que recebem uma pensão vitalícia por terem servido ou terem-se
servido do Estado, não estiveram integrados em nenhum regime contributivo e beneficiam de um direito
que eles próprios criaram em seu proveito, o que torna mais aberrante a
situação.
Apesar da relação destes beneficiários ser secreta (vá-se lá saber
porquê), os seus nomes vão aparecendo na blogosfera e verificamos que a maioria
é possuidora de fortuna pessoal ou ocupa altos e bem remunerados cargos: Carlos
Melancia, Eduardo Catroga, Álvaro Barreto, Zita Seabra, António Vitorino, Joaquim
Ferreira do Amaral, Duarte Lima, Dias Loureiro, Santana Lopes, Marques Mendes, Mário
Soares, José Penedos, João Cravinho, Carlos Encarnação, Odete Santos, Isabel de
Castro, Manuel Alegre, Cavaco Silva, Ângelo Correia, Armando Vara, Almeida
Santos, Rui Gomes da Silva, Manuela Ferreira Leite, Alberto João Jardim, Freitas do
Amaral, Jorge Coelho, Carlos Brito, Fernando Rosas, Miguel Relvas, José Lello e
assim por diante.
Enquanto há muitos milhares de reformados que descontaram durante muitos
e muitos anos e agora são sujeitos a cortes nas suas magras pensões, estes
políticos que nada descontaram têm estado até agora intocáveis nesta aberração
que são as suas pensões vitalícias. Como é injusto e cruel tudo isto! Por isso,
em vez de lhes ser aplicado um desconto de 15%, melhor seria acabar com essas transferências e obrigá-los a
devolver tudo o que já receberam e que foi pago com os nossos impostos.
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