Celebrou-se ontem
o Dia Nacional da Espanha e, na cidade-capital da Comunidade Autónoma da
Catalunha, que tanto tem defendido a sua independência, esse dia ficou assinalado
por uma manifestação da chamada maioria silenciosa que se opõe ao projecto
independentista. Como sempre sucede em todos os tipos de manifestações, a contabilização do
número de manifestantes que participam é distorcida, mas parece que umas
cem mil pessoas encheram a praça da Catalunha em Barcelona e, esse número,
satisfez a organização.
Os participantes
quiseram afirmar-se como "catalães que se sentem espanhóis" e invocar a
Hispanidade como um valor cultural comum que é partilhado universalmente, tendo
adoptado bandeiras espanholas e catalãs coladas e utilizado como principal
slogan a frase Som Catalunya –Somos
España (Somos Catalunha, Somos Espanha), como noticia o jornal La Vanguardia.
O príncipe Filipe
que, por doença do Rei, presidiu pela primeira vez às cerimónias militares do Dia Nacional da Espanha que
decorreram em Madrid, discursou depois numa cerimónia pública e, tal como os
manifestantes de Barcelona, apelou à unidade e a um futuro comum. Significa que
a reivindicação independentista catalã que até agora se exprimia nas ruas sem
contraditório e com grande força, passou a ter uma força que se lhe opõe também
nas ruas, o que pode aumentar a tensão social e perturbar o processo democrático
catalão. Serão uns e os outros. É preciso cuidado e, por isso, é a altura dos dirigentes nacionais actuarem e com rapidez.
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