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O que está
a ser feito é exactamente o que deve ser feito. François Hollande e Angela
Merkel puseram-se a caminho. Ontem aterraram em Kiev e encontraram-se com Petró
Poroshenko. Hoje voam para Moscovo e vão encontrar-se com Vladimir Putin. A sua
missão é mediar o conflito ucraniano que opõe o governo de Kiev aos
separatistas pró-russos de Donetsk e Luhansk. Vários jornais europeus, como por
exemplo o Le Figaro, dizem que esta missão de mediação é última oportunidade para evitar a guerra que, em algumas regiões do leste da
Ucrânia, já está de facto a acontecer.
A generalidade
dos países europeus apoia a Ucrânia, mas os seus dirigentes resistem a pisar a
linha vermelha do envio de armamento, pois isso significaria hostilizar a Rússia e atirar gasolina
para a fogueira, embora a Polónia e os países bálticos discordem dessa posição
e já estejam a enviar armamento para Kiev. Os Estados Unidos também ponderam
essa hipótese e John Kerry estará hoje em Kiev, provavelmente para estudar esse
assunto.
No lado
russo está difundida a ideia de que já há unidades militares aliadas a combater
ao lado do exército ucraniano, criando o ambiente anti-ocidental necessário
para justificar uma intervenção mais musculada, pelo que se agora for decidido
armar a Ucrânia, os russos terão o argumento decisivo que lhe faltava para
intervir directamente no solo ucraniano. O assunto é muito sério. É preciso
evitar tudo isso. Nos conflitos que sempre assolaram e destruiram a Europa,
sabemos como começam, mas nunca sabemos como acabam.
A
iniciativa de Hollande e Merkel só pode ser elogiada, até porque não é
habitual. E deseja-se que seja bem sucedida. Se tivesse havido semelhantes
iniciativas na Jugoslávia, no Iraque, na Líbia ou na Síria, para não citar
outros casos, o mundo teria sofrido menos e tudo seria diferente.
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