As autoridades
angolanas assinalam hoje com grandes cerimónias o 27º aniversário da sua
vitória sobre as forças do antigo regime sul-africano do apartheid em Cuito Canavale, na província do Cuando Cubango,
naquela que é considerada a maior batalha que aconteceu na África ao sul do
Sahara. Foi, também, o maior confronto da guerra civil angolana e o Jornal de Angola afirma hoje que "Cuito Cuanavale mudou a História". De facto, assim foi.
De um lado estavam as forças governamentais das FAPLA e os seus aliados cubanos e, do outro, as forças do regime do apartheid sul-africano e as tropas da UNITA. Essa batalha que se desenrolou no chamado Triângulo do Tumpo, culminou com a derrota das tropas sul-africanas e da UNITA, mas os angolanos de ambos os lados pagaram um elevado preço pois perderam milhares de combatentes, muitos deles enterrados no calor da guerra e cujos restos mortais ainda lá permanecem. Porém, com este resultado foi aberto o caminho que levou a grandes transformações políticas na África Austral, nomeadamente a libertação de Nelson Mandela, a independência da Namíbia e o fim do apartheid na África do Sul.
De um lado estavam as forças governamentais das FAPLA e os seus aliados cubanos e, do outro, as forças do regime do apartheid sul-africano e as tropas da UNITA. Essa batalha que se desenrolou no chamado Triângulo do Tumpo, culminou com a derrota das tropas sul-africanas e da UNITA, mas os angolanos de ambos os lados pagaram um elevado preço pois perderam milhares de combatentes, muitos deles enterrados no calor da guerra e cujos restos mortais ainda lá permanecem. Porém, com este resultado foi aberto o caminho que levou a grandes transformações políticas na África Austral, nomeadamente a libertação de Nelson Mandela, a independência da Namíbia e o fim do apartheid na África do Sul.
A batalha de
Cuito Cuanavale é um dos maiores símbolos da independência de Angola, pois traduziu-se numa expressiva vitória
sobre os invasores sul-africanos, que eram considerados invencíveis. Desde há vários
meses que os sul-africanos e os seus aliados da UNITA procuravam entrar em
Angola e para isso mobilizaram importantes meios, incluindo vinte super-tanques
“Oliphant”, de grande mobilidade e poder de artilharia. No dia 23 de Março de
1988, apesar das condições atmosféricas adversas, os sul-africanos iniciaram
uma derradeira tentativa de entrar no Triângulo do Tumpo e avançaram. Porém,
atolaram-se nas chanas inundadas, entraram em terrenos minados e a sua acção
ficou limitada e à mercê da artilharia angolana. Um tanque “Oliphant” foi
capturado, dois detonaram minas e outros foram atingidos. A meio da tarde desse
dia houve melhoria do tempo e a aviação angolana entrou em acção com os seus Mig 23, tendo atacado as forças
sul-africanas que retiraram. Dos 20
super-tanques “Oliphant” que trouxeram para Angola só 13 conseguiram regressar
e com sérias avarias. No terreno, os sul-africanos deixaram muito material de
guerra e, pelo menos, um avião Mirage
abatido pelas forças angolanas. A partir de então, tudo passou a ser diferente,
inclusive no reconhecimento internacional de Angola.
A dureza da
batalha de Cuito Cuanavale expressa-se pelo facto de, até Janeiro de 2015, terem
sido identificados 37 campos de minas no Triângulo do Tumpo, havendo milhares
delas que foram identificadas e neutralizadas.
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