Hoje os catalães
estão a votar e, como salienta o diário El
Periódico de Barcelona, destas eleições-plebescito irão resultar sérias
consequências para a Catalunha: a ruptura unilateral com a Espanha, uma reforma
profunda dentro de uma Espanha unida ou a manutenção do actual status quo. Haverá vencedores e vencidos.
A unidade da Espanha corre sérios riscos de entrar num processo de
desmembramento que, numa primeira fase, pode vir a criar muita instabilidade social e muitos problemas
económicos aos nossos vizinhos, mas também ao nosso país.
A
Catalunha é uma região com um forte sentimento nacionalista e é uma nação
reconhecida pela Constituição espanhola, com língua e cultura próprias. Com 7 milhões
e meio de habitantes e fortemente industrializada, é a mais rica autonomia
espanhola, contribuindo para a economia de Espanha com mais do que aquilo que
recebe do governo de Madrid, o que contribui para o descontentamento dos
sectores catalães tradicionalmente mais nacionalistas.
Apesar
destas eleições autonómicas não terem sido convocadas por razões relacionadas
com os desejos independentistas, exactamente para evitar os riscos de eventual inconstitucionalidade,
a coligação independentista Juntos pelo
Sim, que agrega vários partidos e forças políticas, nomeadamente a Convergência
Democrática da Catalunha (CDC) de Artur Mas e a Esquerda Republicana da
Catalunha (ERC) de Oriol Junqueras, que já estão coligados no actual governo, são independentistas e
são os favoritos nas eleições de hoje. Há quem tema que, ainda hoje, possam
festejar a vitória e anunciar o início de um processo de separação da Espanha.
É uma grande encruzilhada para os catalães e para o seu futuro próximo.
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