A intensificação do transporte aéreo implica cada vez mais medidas de
segurança nos aeroportos, que começam ainda antes da aterragem dos aviões e que
vão para além dos controlos da polícia.
Sucede que, muitas vezes, os corredores
aéreos de aproximação às pistas de aterragem são atravessados por aves que
podem colidir com os aviões e causar-lhes graves problemas, pelo que uma das
medidas mais habituais de prevenção é a utilização de falcões.
O jornal Información de Alicante dedicou
ontem uma grande reportagem às “centinelas del cielo” do aeroporto de
Alicante-Elche, onde há catorze falcões que voam todos os dias do ano desde os
primeiros alvores do dia, haja calor ou frio, haja chuva ou vento. Essa acção é
realizada desde 2002 com bons resultados e todos os dias os falcões de Alicante
voam centenas de quilómetros para evitar a presença de outras aves que possam
chocar com os aviões, isto é, os falcões não caçam e são recompensados com
comida pelo seu tratador.
A actividade falcoeira é mais do que uma profissão,
pois é um verdadeiro sacerdócio, passando de pais para filhos e exigindo
milhares de horas de treino para conseguir a eficácia desejada. Desconhecemos
se esta prática é utilizada em outros aeroportos, como sucede com este aeroporto
de Alicante-Elche, que no ano passado movimentou mais de 12 milhões de
passageiros e registou mais de 87 mil voos, o que representa uma média diária
de 238 voos.
Julgo que também os haja no aeroporto de Faro.
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