O Jornal
de Notícias apresenta hoje uma reportagem de grande qualidade
jornalística assinada por Eduardo Pinto, intitulada “A nascente do rio Douro secou”.
Essa reportagem é ilustrada com excelentes fotografias e como por vezes uma imagem vale mais do que mil palavras, neste caso o resultado é esclarecedor quanto ao que se está a passar.
Essa reportagem é ilustrada com excelentes fotografias e como por vezes uma imagem vale mais do que mil palavras, neste caso o resultado é esclarecedor quanto ao que se está a passar.
Eduardo
Pinto foi aos picos de Urbión onde o rio Douro nasce a 2.160 metros
de altitude, falou com algumas pessoas de Duruelo de la Sierra e viu que o rio
já é pouco mais do que um fio de água, devido à falta de chuva e à seca extrema
que afecta toda a Península Ibérica. Ouviu os mais velhos dizer que nunca
tinham visto uma seca tão grave, que os pastos faltam e que os rebanhos estão
ameaçados. Depois, o jornalista seguiu o curso dos 897 quilómetros
do rio até ao Porto.
A
primeira represa do rio é o Embalse de la Cuerda del Pozo, que fica a 20 quilómetros
da nascente e que apenas mostra um fio de água. A ponte romana que ficou
submersa aquando da construção da barragem tem, literalmente, a água a
passar-lhe outra vez por baixo. É uma imagem impressionante! A caminho de
Aranda del Duero, na província de Burgos, vê-se que o rio Douro leva água, mas
corre devagar e apresenta-se turvo. Depois a paisagem volta a mudar. Entra-se
na zona de Valladolid e na Ribeira del Duero, onde se produzem alguns dos
melhores vinhos de Espanha. Chega-se depois a Zamora e o panorama continua a ser
desolador. Após passar Zamora e antes de chegar a Portugal há o Embalse de
Ricobayo, um dos mais impressionantes da Europa e que nesta altura está com
menos de 15% da sua capacidade de água.
A
situação do rio Douro impressiona. Em Espanha, tal como em Portugal, a seca é a
grande ameaça do momento e as previsões dos técnicos da meteorologia para os
próximos tempos não são nada animadoras.
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