É verdade que o
futebol é cada vez mais um produto muito pouco recomendável, porque a beleza do
espectáculo vem sendo substituída por uma doentia alienação das pessoas alimentada
pelos mass media; é verdade que os
espaços que as estações televisivas dedicam às discussões sobre o futebol são
longos, desinteressantes, pouco educativos e quase obscenos, constituindo um
ataque à inteligência das pessoas; é verdade que à volta do futebol vive uma
panóplia de interesses com transferências, patrocínios, comissões, transmissões
televisivas, direitos de imagem e outras actividades assessórias que fazem daquele
espectáculo um negócio.
É verdade tudo
isso mas, apesar dessas realidades, eu gosto de ver aqueles “artistas” durante
os 90 minutos em que “trabalham”, com os golos e os remates fora da área, os
dribles e os livres directos, as defesas espectaculares, a ansiedade no momento
do penalti e a alegria vibrante dos adeptos.
Ontem a selecção
portuguesa de futebol - ou como certa imprensa costuma dizer Ronaldo & Companhia – ganhou ao Luxemburgo. O jogo não entusiasmou e até foi enervante,
mas a vitória bastou para que todos ficassem contentes. O povo gosta mais de vitórias do que de bons espectáculos de futebol. A derrota, mesmo que num bom espectáculo não
interessa, pois não alimenta as emoções. Ganhar é que é importante e Portugal apurou-se
para o Euro 2020. Foi a 11ª vez consecutiva que isso aconteceu em Mundiais e
Europeus, isto é, desde o ano de 2000 que a equipa portuguesa não falha uma
grande competição internacional. Ora isso é uma grande alegria para o povo e eu
partilho dessa alegria. Portugal sorri e eu aplaudo!
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