quarta-feira, 30 de março de 2022

Portugal no Catar com sonhos na bagagem

Goste-se ou não se goste de futebol, alinhe-se ou não na alienação que faz daquela arte uma fantochada, ou apreciem-se ou não as aberrantes discussões televisivas a respeito das futebolices, o facto é que a selecção nacional de futebol ganhou ontem à Macedónia do Norte e garantiu a sua presença nos Mundiais do Catar, que se realizarão a partir de 21 de Novembro. Foi uma alegria ver os dois golos do Bruno Fernandes! Foi uma alegria ver o Pepe e o Danilo como dois generais a comandar a defesa! Foi uma alegria ver o entusiasmo do público, cantando o hino nacional e agitando bandeiras!
Todos os povos precisam destas pequenas-grandes coisas para se animarem, para reforçarem a sua autoestima e até para darem mais sentido às suas vidas, para assim poderem ultrapassar as suas frustrações do presente ou as suas ansiedades quanto ao futuro. A ausência do Catar seria quase uma humilhação para a orgulho português, mas também para alguns outros povos que se vão rever naquela equipa.
Os jogadores estão de parabéns, tal como a estrutura organizativa que os apoia e o treinador da equipa, que é um homem de sorte, por dispor de um tão vasto leque de talentosos e experientes futebolistas. Foi ele quem declarou que “vamos atrás do sonho”, que hoje faz o título do jornal A Bola, a pensar que é possível fazer boa figura no Catar e, quem sabe, até chegar à vitória. De facto, o sonho comanda a vida, como escreveu António Gedeão no poema Pedra Filosofal, ou pelo sonho é que vamos como disse Sebastião da Gama. Esta curiosa ligação da arte do futebol à arte poética é realmente muito estimulante e até resgata o futebol de uma teia de duvidosos interesses e de gente pouco recomendada que dele vive.
Portanto, viva o futebol propriamente dito, mas só esse!

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