O conceito de
“Europa das pátrias” tem subjacente a ideia de uma confederação de Estados que,
embora unidos por diversos interesses comuns, não renunciam aos seus direitos
de soberania nacional, nem às suas especificidades culturais, nem à sua
história.
Embora defendendo
uma Europa forte e unida, o general De Gaulle foi, porventura, um dos grandes
defensores da “Europa das Pátrias” ao rejeitar uma integração europeia
centralista e dominada pelos interesses instalados em Bruxelas. Porém, os tempos
não evoluíram no sentido defendido pelo general francês e hoje é cada vez mais
evidente que não há lugar à lógica de “cada país um voto”, pois alguns países
constituem um verdadeiro directório para a governação da União Europeia e daí
que, muitas vezes, se fale na “ditadura de Bruxelas”.
Porém, numa
lógica diversa daquela que hoje domina a Europa, existem muitas tensões
separatistas por todo o continente, resultantes de um processo histórico muito
complexo que gerou inúmeras culturas, línguas, religiões e mentalidades, isto
é, muitas pátrias.
Ontem o jornal Berria,
que se publica no município de Andoin, na província basca de Guipuzcoa,
escolheu como tema de fundo da sua edição os movimentos separatistas da
Catalunha, em relação à Espanha, e da Córsega, em relação a França.
Apresentando as suas lutas como se estivessem a ser disputadas numa mesa de ping-pong, o jornal lembra que tanto os
movimentos independentistas catalães como a Frente de Libertação Nacional
Corsa, são os protagonistas de um processo histórico e identitário que embora
pareça estar adormecido, conserva bem viva uma tensão latente.
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