De modo nenhum me
interessa a vida privada dos meus vizinhos e muito menos a daqueles que vivem a
milhares de quilómetros de distância, como acontece com um tal Donald John
Trump, nascido em 1946 num hospital de Nova Iorque e que foi o 45º presidente dos
Estados Unidos. O que me interessa e preocupa é o acelerado grau de degradação
que se verifica um pouco por todo o mundo, povoado por gente muito perigosa e
pouco confiável, como são todos os Trumps e os Putins, mas também aqueles que
sendo diferentes deles se comportam de maneira muito semelhante.
Vem isto a
propósito do antigo presidente dos Estados Unidos, que se quer recandidatar em
2024 e que agora foi formalmente acusado pela Justiça americana, tornando-se o
primeiro ex-presidente a enfrentar uma acusação criminal, como hoje revela o The
New York Times e muitos outros jornais americanos. A acusação contra
Donald Trump, por um suposto pagamento feito em 2016 para silenciar uma actriz
pornográfica, foi agora votado favoravelmente por um grande júri de um
tribunal de Nova Iorque. A esta distância parece-me um assunto menor e
desinteressante. Quando vemos a Justiça, a Sociedade e a Imprensa americanas
tão polarizadas em volta desta questão de saber da vida íntima do Donald
ficamos muito apreensivos, sobretudo porque há muitos outros problemas que
deveriam preocupar os americanos, como as guerras que proliferam não só na
Ucrânia e as alterações climáticas, mas também a desigualdade e a pobreza no
mundo e nos próprios Estados Unidos. E ficamos na dúvida sobre estas práticas
justiceiras e sem saber se se trata de uma espécie de voyeurismo colectivo, ou
se é um alerta para a personalidade de um ex-presidente que quer voltar a dirigir a
mais poderosa nação do mundo ou, ainda, se será uma ousada estratégia para vir a ser reeleito.
Não restam dúvidas é que Donald Trump chama a atenção e desafia o povo
americano. Quem sabe se não vai ser perdoado e se aqueles que agora o acusam não vão voltar a colocá-lo na
Casa Branca…
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