O Tribunal
Superior Eleitoral do Brasil (TSE) tomou ontem a decisão de declarar o
ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível até 2030, por abuso de poder político e
uso indevido dos meios de comunicação numa reunião com embaixadores
estrangeiros realizada no Palácio da Alvorada, por atacar sem provas, o sistema
de voto electrónico que é utilizado no Brasil. O TSE decidiu-se pela condenação,
por cinco votos contra dois, mas Jair Bolsonaro vai certamente recorrer desta
decisão.
Toda a imprensa
brasileira deu destaque a esta notícia e a edição do Correio Braziliense publicou
a fotografia do Jair e uma sua declaração em que afirmou que antes “levei uma
facada na barriga, hoje levei uma facada nas costas com a inelegibilidade”. É
caso para dizer que o Tribunal decidiu e que, portanto, está decidido.
Porém, o que
surpreende é o facto de ainda não terem sido apuradas as responsabilidades de
Jair Bolsonaro nos graves acontecimentos de 8 de Janeiro de 2023 em Brasília,
quando alguns milhares dos seus apoiantes, extremistas e vândalos, ocuparam a
Praça dos Três Poderes e invadiram o Palácio do Planalto, o Palácio do
Congresso Nacional e o Palácio do Supremo Tribunal Federal, com o objectivo de
pressionar um golpe militar contra o governo do presidente Lula da Silva e, por
essa via, entregar a presidência a Jair Bolsonaro, que tinha sido derrotado nas
urnas. Nos meses seguintes foi anunciada a prisão de 2.182 pessoas por
participação ou envolvimento na tentativa do golpe bolsonarista, que provocou a
destruição e roubo de obras de arte, a destruição parcial de edifícios e,
sobretudo, afectou a imagem externa do Brasil.
Bolsonaro foi
declarado inelegível politicamente, mas certamente que o Brasil espera que venha
a ser acusado criminalmente pelos acontecimentos de 8 de Janeiro de 2023.
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