quinta-feira, 24 de agosto de 2023

MRS: de Monte Gordo a Varsóvia e Kiev

Tem sido uma canseira! Já não nos bastava o calor tórrido que suportamos e ainda temos que aguentar este descontrolo comunicacional de ver e ouvir o Supremo Magistrado da Nação a toda a hora, quase sempre a dizer banalidades. A praia de Monte Gordo e o veto ao chamado programa da habitação foram uma espécie de estágio, tantas foram as suas aparições televisivas, mas o melhor estava para vir com a visita feita a Varsóvia e Kiev, para onde se deslocou com uma muito numerosa e injustificada comitiva de jornalistas, para que registassem o seu habitual exercício de narcisismo presidencial.
A visita a Kiev de qualquer líder político é importante, desde que leve consigo qualquer contributo para uma boa solução do actual conflito e o presidente Marcelo Rebelo de Sousa podia ter tido esse papel histórico de mostrar solidariedade para com o povo ucraniano, mas também de mostrar que a paz é necessária e tem que ser procurada. Podia ter estado em linha com o Papa Francisco e com António Guterres, mas esteve alinhado com Jens Stoltenberg e os seus falcões. Numa altura em que há muitos silêncios - quem sabe se a denunciar que já se procuram soluções diplomáticas para o conflito na Ucrânia – o presidente MRS optou pelo mais fácil e fez um discurso de conveniência, apoiando a continuação da guerra como Zelensky e a indústria do armamento desejam, quando se esperaria que cumprisse a Constituição Portuguesa que, no seu artigo 7º, afirma que nas relações internacionais Portugal se rege pelo princípio “da solução pacífica dos conflitos internacionais”. 
Não foi isso que fez e como hoje escrevia um jornal de Lisboa, “Marcelo foi ver a guerra”. Esperava-se mais.

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